O 8M em Florianópolis e a intervenção do Movimento Mulheres pelo Socialismo

Com o tema “Viver com dignidade e liberdade: corpo, trabalho e território”, o 8M em Florianópolis neste ano contou com uma programação que misturou performances artísticas e discussões políticas em diferentes dias e locais. O Movimento Mulheres pelo Socialismo esteve presente nessas atividades e mobilizações, divulgando seus próprios materiais e colocando como prioridade para a atual conjuntura a necessidade de defender o “Fora Bolsonaro”. Aliás, esta palavra de ordem esteve presente nas mais diversas falas durante a passeata que ocorreu no dia 9 de maio, e que reuniu cerca de 5 mil pessoas durante 2 horas de marcha.

A unidade em torno do combate ao governo Bolsonaro é resultado das atividades que antecederam a passeata, que discutiram, além da conjuntura, temas relacionados a gordofobia, combate ao racismo, legalização do aborto, cuidados coletivos de crianças, violência obstétrica e violência policial. Embora todas as opressões discutidas sejam orgânicas ao sistema capitalista, combater Bolsonaro, neste momento, significa frear os ataques que este governo, que só serve ao capital, vem impetrando continuamente às mulheres da classe trabalhadora. Por isso a faixa carregada por militantes do Mulheres pelo Socialismo não era a única que diz “Fora Bolsonaro”!

No dia 8 de março, o movimento Mulheres pelo Socialismo se somou às mobilizações organizadas para o 8M em Florianópolis, participando de uma intervenção artística planejada e construída ao longo de debates e discussões. Usando camisetas que expressam não apenas a luta da classe trabalhadora contra as opressões que afetam as mulheres, como a necessidade urgente de derrubar o governo que nada faz para combater a violência que faz vítimas diárias, homens e mulheres que contribuem para a construção do Mulheres pelo Socialismo distribuíram panfletos, dialogando com as pessoas presentes acerca das contradições inerentes ao sistema capitalista, explicando que as opressões que atingem as mulheres não serão resolvidas no interior de um sistema que depende destas opressões para manter a exploração.

As mobilizações do dia 8 de março ficaram concentradas no Parque da Luz, espaço amplo e arborizado na cabeceira da famosa Ponte Hercílio Luz, um dos principais cartões de Florianópolis. Embora seja um dos poucos e maiores parques públicos da cidade, o espaço não costuma ser ocupado pelas massas que transitam pela região central, fazendo com que estivessem presentes em grande maioria apenas as pessoas que sabiam da mobilização,o que acaba afastando as massas menos esclarecidas em relação às lutas das mulheres trabalhadoras. Além da panfletagem, o Mulheres pelo Socialismo interveio por meio da confecção de um painel artístico que serviu de tela para que fossem expressadas as opressões vivenciadas pelas mulheres. Este painel expressivo teve como intenção disponibilizar para as mulheres que estavam presentes no local, um espaço artístico onde elas se sentissem à vontade para expressar, em palavras, imagens e cores, as opressões que vivenciam diariamente.

A proposta de intervenção levada pelo Movimento Mulheres pelo Socialismo obteve grande adesão e aceitação do público presente. Destacaram-se as palavras de ordem “Socialismo ou Barbárie”, “Marielle Presente”, diferentes frases pela legalização do aborto, assim como o “Fora Bolsonaro”, repetido por diversas mãos. Outra palavra de ordem constante foi o “Elenir presente”, em alusão ao brutal feminicídio que vitimou a professora Elenir, assassinada brutalmente em fevereiro no banheiro da escola em que trabalhava, em um bairro de Florianópolis.

As discussões apresentadas pelo Mulheres pelo socialismo geraram diálogos entre as pessoas presentes, fazendo crescer o entendimento de que é necessário derrubar o atual governo, que só tem ataques a oferecer às mulheres e à classe trabalhadora, e construir uma alternativa realmente democrática para a população: um governo dos trabalhadores. A partir destes diálogos e das intervenções propostas, foi explicado às pessoas presentes que é necessário lutar por reivindicações transitórias atreladas à luta de classes, numa perspectiva de superação do sistema capitalista, pois estão neste sistema o pilar central e a base que sustentam o machismo, a violência, o racismo e todas as diversas opressões que atingem a classe trabalhadora. Continuaremos lutando contra as opressões que atingem as mulheres trabalhadoras, e mostrando que não basta lutar por igualdade na exploração: nossas lutas são contra o sistema capitalista.

Conheça o Movimento Mulheres pelo Socialismo Florianópolis

Data: 24 de março (terça-feira)

Tema: “Um ano de (des)governo Bolsonaro e a luta das mulheres”

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