Imagem: Divulgação, Secretaria da Educação

Levantar os trabalhadores em Educação contra a destruição da escola pública

O governo Ratinho Júnior (PSD/PR) pretende entregar a administração das escolas públicas do Paraná para a iniciativa privada através do programa “Parceiro da Escola Pública”. A proposta não é nova. Já existem duas escolas no estado funcionando neste formato e o governo, com frequência, faz propaganda do modelo que agora pretende implementar em mais 200 escolas do Paraná, visando, futuramente, generalizar o modelo para todas as escolas públicas do Estado. Um projeto de lei sobre o tema deve ser enviado para a Assembleia Legislativa (Alep) muito em breve.

O programa “Parceiro da Escola Pública” pretende entregar uma parte generosa do orçamento público para empresas privadas administrarem escolas públicas do estado. As empresas privadas, além de comandarem a administração das escolas terão a prerrogativa de contratar professores e funcionários que poderão ser dispensados a qualquer momento. Piorando muito as relações de trabalho já precárias dos trabalhadores temporários (PSS), que poderão ser contratados como MEI, com redução de salário e sem garantia de hora-atividade. Todas estas manobras irão dividir ainda mais a categoria, criando diversos tipos de contratos, visando, no longo prazo, eliminar professores, funcionários e servidores públicos com estabilidade, licença prêmio e direito à sindicalização, aprofundando cada vez mais a destruição da escola pública, grande filão a ser explorado pelo capitalismo.

A direção da APP-sindicato, no último período, tem atuado cada vez mais no sentido de desmobilizar a categoria e as lutas dos trabalhadores em educação, como no caso das terceirizações de funcionários de escola, na luta pela revogação do Novo Ensino Médio e da data-base da categoria. Isso se deve a política de conciliação de classes da direção sindical que busca convencer a categoria de que os ataques do governo do estado são inevitáveis e não há muito que fazer. Argumentam que a “categoria não se movimenta”, “que a categoria não se recuperou da última greve”, que “não é o momento”, entre outras falácias. No entanto, foi a direção sindical que substituiu assembleias presencias por assembleias online; trocou paralisações, greves e atos de rua por “greves de aplicativos” e “tuitaços” nas redes sociais; Nem mesmo datas históricas da categoria como o 29 de abril, 1º de Maio e o 30 de agosto são utilizadas para colocar a categoria na rua. Diante disso, o governo do estado percebe a política da direção da APP-sindicato e sente-se à vontade para avançar na destruição da escola pública e no massacre aos educadores no chão da escola.

Agora, após barrar paralisação marcada para o dia 22 de maio, depois de passar todo o ultimo período empenhada em desmobilizar a categoria, diante da eminência do envio da proposta para a Alep, convoca, às pressas, uma assembleia online para decidir os passos da luta da categoria.

Defendemos que os trabalhadores em educação do estado do Paraná devem deflagrar greve! Não existe outro caminho diante desta proposta que pretende destruir a escola pública.

O estado do Paraná de forma recorrente serve de modelo piloto de propostas de destruição da escola pública que posteriormente são generalizadas para outros estados. O exemplo mais recente é o projeto de escolas cívico-militares, implementado no Paraná por Renato Feder, ex-secretário de educação, que agora leva o modelo para o estado de São Paulo. Esta batalha que deverá ser enfrentada pelos trabalhadores em educação do Paraná deve ganhar um caráter nacional. Não é uma luta localizada! A aprovação desta aberração no estado do Paraná abrirá as condições para que outros estados adotem a mesma política. Por este motivo uma campanha nacional contra a destruição da escola pública que envolva a CNTE, CUT, UNE, Ubes, Andes e demais entidades da classe trabalhadora deve ser lançada imediatamente!

A destruição da escola pública está avançando a passos largos com o NEM, escolas cívico-militares, precarização das condições de trabalho, aumento da intensidade de trabalho no chão da escola, falta de concursos públicos, inserção de todo tipo de aplicativo e plataformas digitais, EAD e agora, a entrega das escolas à iniciativa privada. Motivos para a deflagração de greve não faltam.

Contudo, a luta contra a privatização da educação pública deve estar articulada e acompanhada pela luta contra o arrocho salarial, pela reposição do salário de acordo com a inflação, pela Data-base! Que o Estado e governo caloteiro de Ratinho Jr pague o que deve aos trabalhadores e retire imediatamente suas mãos das escolas públicas do Paraná!