Liberdade aos camaradas da CMI no Paquistão

Onze camaradas da Corrente Marxista Internacional (CMI) no Paquistão foram presos pelo Exército e pelos Rangers Sindh, um departamento de Estado paramilitar conhecido por realizar assassinatos extrajudiciais. Dos onze, sete foram presos no dia 22 de abril (domingo) e os outros quatro no dia 24 (terça-feira). Cinco militantes foram libertados, mas, até o fechamento desta edição, seis camaradas permanecem desaparecidos.

O motivo absurdo da prisão foi a participação destes militantes de Lal Salam (seção paquistanesa da CMI) e da Progressive Youth Alliance (Aliança Progressista da Juventude, PYA, na sigla em inglês) em um ato de solidariedade ao movimento Pashtun. Os Pashtuns são um grupo étnico que, no Paquistão, vive na região próxima à fronteira com o Afeganistão. Eles têm sido historicamente vítimas da opressão do Estado paquistanês e dos países imperialistas.

A explosão massiva deste movimento ocorreu após o assassinato do jovem Naqeeb ullah Mehsud, em Karachi, por um policial, em 13 de janeiro deste ano. Manifestações foram organizadas em repúdio a este caso, levando à constituição do PTM (Pashtoon Tahafuz Moviment, ou Movimento de Proteção Pashtun). Grandes atos têm sido organizados pelo PTM, em Peshawar, por exemplo, no dia 8 de abril, participaram mais de 150 mil pessoas.

Entre as demandas dos manifestantes, além da condenação de Rao Anwar, policial que assassinou Naqeeb ullah, está a libertação de 32 mil pessoas “desaparecidas”, que, na verdade, foram sequestradas pelo exército sob acusações de “atividades suspeitas”. As medidas da chamada “guerra ao terror” na região em que vivem os Pashtuns, nada tem a ver com o combate ao terrorismo. A realidade é que o exército age em conluio com os talibãs oprimindo a maioria do povo pobre.

A burguesia, sua imprensa, os partidos políticos, tem atacado ferozmente o PTM, impedindo a realização de atos e reuniões de solidariedade, incluindo a ameaça de “desaparecer” com os organizadores.

No ato em Karachi, no dia 22 de abril, os camaradas da CMI participaram colocando a solidariedade dos revolucionários marxistas ao movimento e a necessidade de uma unidade de classe para sua vitória. Após o protesto, os militantes foram seguidos por agentes dos serviços secretos e presos pelo exército e pelos Rangers. Até agora, continuam desaparecidos Karim Parhar (dirigente do PTM e RWF Qetta), Aftab Ashraf (organizador central de RWF), Umer Riaz (organizador de PYA em Islamabad), Zain ul Abideen (organizador central do PYA),Gulbaz (organizador de RWF da Cachemira), Bilawal Baloch (de Quetta, vice-secretário geral do PYA no Balochistão).

Centenas de cartas já foram enviadas para autoridades no Paquistão e para a embaixada paquistanesa no Brasil, a Executiva Nacional do PSOL e diferentes sindicatos tem aprovado moções pela liberdade e o aparecimento com vida destes 7 militantes. Acompanhe a atualização das informações e veja quais medidas de solidariedade você pode tomar no site www.marxismo.org.br.