Ousadia da juventude deve contagiar luta pela transformação rumo ao socialismo

Na abertura da XIII  Plenária Estatutária da CUT, Artur Henrique, presidente da central, se posicionou pelas reivindicações, em defesa das greves, pela autonomia e liberdade sindical e defendeu a construção do socialismo. Estamos de acordo com o companheiro. Mas ele deveria explicar como é possível avançar por este caminho se o governo da  presidente Dilma segue dominado pela burguesia e o Congresso Nacional pelos 300 picaretas.
Não temos outro jeito, devemos exigir que Dilma rompa com os partidos da burguesia e coloque para fora de seu governo todos os ministros burgueses.
 
A matéria que segue abaixo foi publicada na página da CUT
Artur Henrique fala durante a abertura da 13º Plenária Nacional da CUT. Foto: Dorival Elze
A Central Única dos Trabalhadores deu início na noite desta terça-feira (4) à 13.ª Plenária Nacional, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. O discurso do presidente da CUT, Artur Henrique, resumiu o sentimento geral e deixou claro que a transformação expressa no tema desta edição – “Liberdade e autonomia sindical – Por uma nova estrutura sindical” – não significa um retrocesso na atuação combativa da maior central sindical da América Latina e quinta do mundo, mas sim a ampliação da luta para construção de um país mais justo e democrático.
 

“A ousadia da juventude deve contagiar nossa luta pela transformação rumo ao socialismo, para fazer com que no próximo período estejamos ainda mais empenhados e unidos para levar a todo o país a nossa plataforma do desenvolvimento”, disse.
Artur exortou os mais de 600 delegados presentes à Plenária Waldemar de Oliveira, a “construir alternativas contra-hegemônicas ao neoliberalismo”, frisando que isso pressupõe “diálogo, democracia e respeito às entidades”, pois “não basta só ter crescimento econômico”. Afinal, ressaltou, de que adianta crescimento sem justiça social, “com trabalho escravo e infantil, com a multiplicação de mortos em acidentes de trabalho?”. “Não é assim que queremos chegar a ser a terceira ou quarta maior economia do mundo”.
O presidente cutista disse que se sentia feliz “ao ver a presidenta Dilma dando lições aos governos europeus, alertando que eles não devem fazer o que o Brasil já fez e não deu certo, como reduzir salários e direitos, e cortar investimentos. Agora, alertou, “a presidenta precisa avisar o Banco Central, que tem mantido uma política contra o salário e a renda dos brasileiros”.
Mobilização grevista

Depois de parabenizar os trabalhadores bancários e dos correios que lutam por ganho real, Artur condenou a política de privatização dos aeroportos, além de frisar que a plenária irá potencializar a mobilização em defesa da pauta da classe, “que é a da redução da jornada para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário, o investimento de 10% do PIB na educação, contra os leilões de petróleo, em defesa de 50% dos recursos do pré-sal para a educação, ciência, tecnologia e seguridade social; pela valorização dos serviços e dos servidores públicos”.
O grande desafio colocado para o sindicalismo cutista no próximo período, enfatizou Artur, é a popularização da plataforma do desenvolvimento, fazendo com que ela seja levada a todos os 5.565 municípios brasileiros. Fazendo isso, disse, a CUT estará cumprindo com o 1º eixo da sua estratégia de disputar a pauta com o capital, defendendo a reforma política, a reforma agrária e tributária, o aprofundamento da democracia e da solidariedade.
Na avaliação do líder cutista, fortalecer a nova estrutura sindical, a luta por liberdade e autonomia, é essencial para que “os trabalhadores tenham direito de se organizar sem interferência de partido, governo, Estado ou de quem quer que seja”. Para isso, destacou, é também necessário garantir uma legislação contra práticas antissindicais e fortalecer a negociação coletiva.
“A CUT surgiu para defender os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. Os imediatos, garantimos com nossa ação cotidiana, com greves, mobilizações, atos e passeatas. Já os interesses históricos têm a ver com a nossa estratégia, com o modelo de desenvolvimento que vamos afirmar e construir, rumo ao socialismo. Somos fortes, somos CUT!”, sublinhou.