Imagem: Professores Comunistas, Instagram

Greve dos servidores municipais de São Paulo: unificar as lutas para alcançar a vitória

Em 2024, os Servidores municipais de São Paulo entram em greve provando mais uma vez que essa categoria tem disposição de luta! O governo Ricardo Nunes (MDB), aliado de Bolsonaro, encerrou as negociações e encaminhou o projeto de lei da data base para câmara municipal transferindo sua responsabilidade de administrar a vida profissional dos servidores.

O que Nunes oferece, 2,16%, não recompõe o mínimo da inflação do último período, (IPCA: 4,62 % e INPC: 3,86%). Mas esses índices também estão longe de recompor o poder aquisitivo do trabalhador já corroído há mais de três anos. Até o Salário-mínimo recebeu um aumento de 7,7 %, chegando ao valor de 1.412 reais. Em nosso caso, com esse pífio reajuste, nos mantemos na casa dos 2,2 salários-mínimos.

A reinvindicação da categoria de incorporação dos abonos de 39% é mais do que justa. Somos aqueles que estão todos os dias nas escolas, nos equipamentos de saúde, na assistência social, no enfrentamento às epidemias, entre outros, prestando serviço para a população. Somos mais de 200 mil servidores entre ativos e aposentados. Mesmo assim, o prefeito insiste na sua política de arrocho salarial, precarização do serviço e terceirizações.

Além desse reajuste irrisório, Nunes quer implementar uma política de subsídios para pagamento dos salários, um completo absurdo. Para os aposentados, que já ganham baixos salários, ainda há o confisco previdenciário de 14%.

Sabemos que a cidade de São Paulo figura entre as 10 mais ricas do país. Ela é a primeira a contribuir com o produto interno bruto (PIB) nacional numa fatia de 9%. Nos últimos anos, houve aumento das arrecadações para os cofres públicos. Sabemos que o dinheiro existe, mas que não é aplicado nem o mínimo em Educação, que são os 25% previstos em lei.

Outros municípios com um PIB menor que a capital paulista reajustaram o salário dos seus servidores acima da inflação: Vitória (ES) 10%, Belo Horizonte (MG) 8,04%, Santos (SP) 8%. Isso mostra que com uma arrecadação de R$ 111,8 bilhões a proposta de 2,16% na cidade de São Paulo é uma ofensa aos trabalhadores municipais.

Os servidores da educação aderiram à greve. Outros servidores públicos também o fizeram, mas infelizmente seus maiores sindicatos, Sinpeem e Sindsep, não unificaram a luta. Para derrotar a política do governo de arrocho salarial e desvalorização é necessário construir a unidade dos trabalhadores na luta, com estratégias mais diretas e efetivas de combate pode nos levar a vitória.

O prefeito mandou o projeto de lei para a Câmara Municipal e ele já ocorreu primeira votação e na terça-feira (26), votou de novo. Sabemos que Nunes representa o empresariado dessa cidade. Ele não governa para a população e para os servidores. Mesmo o município de São Paulo tendo uma das maiores receitas do país, ele quer aplicar sua política de ataques e austeridade aos seus funcionários, seguindo a cartilha do governador Tarcísio, que também implementa essa política no estado.

Por outro lado, o Sinpeem, na figura de Claudio Fonseca, não mostra um caminho seguro e convincente de luta para a categoria. Em anos anteriores, ficar na frente da Câmara de Vereadores, dialogando com a camarilha que sustenta o governo, ou em frente à Secretaria de Educação, não fez com que ganhássemos nossas causas. Essas direções estão adaptadas às leis da burguesia e ao parlamento, por isso, limitam a luta nesses fóruns.

É preciso um enfrentamento duro para barrar Nunes e seus aliados. É necessário ocupar as ruas, trazer a população para lutar conosco, unificar as lutas dos servidores municipais, dos professores estaduais, do metrô, trem, Sabesp e da Campanha Vida Além do Trabalho (VAT). Temos em comum as justas demandas de melhoria dos salários, de melhores condição de trabalho, contra as privatizações e terceirizações e redução de jornada.

A população e todos os trabalhadores querem ver seus melhores lutadores juntos, porque nos solidarizamos com as mazelas que esse sistema capitalista nos impõe.

Precisamos entender que os representantes da burguesia que estão no governo fazem suas negociatas e compartilham da lógica de explorar a classe trabalhadora cada vez mais. Pelo nosso lado, temos em comum nossa força de trabalho e nossa força de luta contra essa camada social que nos quer definhando. Somos mais fortes, somos a maioria e venceremos!

Por isso, temos que fazer um chamado de unidade a todos os lutadores da cidade contra os planos de Ricardo Nunes e Tarcísio de Freitas. Porém, ao recusar construir a luta na linha da independência de classe, isolando os servidores da educação e direcionando a luta ao parlamento, a direção sindical, sobretudo do Sinpeem, pavimentou o caminho para a aprovação do pífio reajuste de Nunes.

Nós, do coletivo Professores Comunistas, continuaremos do lado dos combatentes explicando que a raiz de todo nossos problemas é o capitalismo. É preciso a compreensão de que enquanto este sistema existir não teremos paz, viveremos na barbárie, num mundo de miséria. Só com a construção a partir das lutas da classe trabalhadora, de uma sociedade socialista, teremos nossas reinvindicações totalmente atendidas de uma forma duradoura.

Venha fazer parte desse combate.

  • Unificar a luta com todo o funcionalismo em greve!
  • Construir as lutas em unidade com o conjunto da classe trabalhadora!
  • Fora Nunes!
  • Não à política de subsídios!
  • Incorporação dos abonos!
  • Recomposição salarial já!
  • Aumento real de salários!
  • Pela carreira do magistério!
  • Fim do confisco!
  • Menos alunos em sala de aula!
  • Fim das terceirizações e OSs na Educação!