Todo apoio à mobilização dos estudantes da USP em resposta à repressão promovida pela diretoria da FFLCH/USP

Faltando apenas 30min para o início das aulas do período noturno dos cursos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), a diretoria da FFLCH, sob a direção de Paulo Martins, enviou o seguinte notificado:

“A diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sob iminente oportunidade de danos ao patrimônio público, cancelou as aulas hoje (18/09/2023) no período noturno e amanhã (19/09/2023) no período matutino. Todos os prédios estão sob controle da guarda universitária.”

Trata-se de uma tentativa da Diretoria da FFLCH de desmobilizar os estudantes e impedir as assembleias e discussões democráticas que estavam ocorrendo naquele momento e deliberando sobre a adesão à greve — um direito também democrático de que gozam tanto os estudantes, quanto os professores e funcionários!

Essa medida antidemocrática está em completa contradição com o que, há cerca de um ano, era a postura da USP quando anunciou sua “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, elaborada pela Faculdade de Direito da USP. Nela, lia-se que “o debate político sobre os projetos para o País sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.” e que “No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários.”. Desde que essa Carta foi apresentada, agrupando setores da esquerda e da direita, partidos que se reivindicam da classe trabalhadora junto de partidos burgueses, explicamos que era uma carta em defesa da democracia burguesa e dos interesses dos grandes empresários, banqueiros e investidores. A maior prova está diante de nós agora, embora o trecho fale em “debate político democrático”, quando estudantes e trabalhadores buscam se organizar e se mobilizar em defesa de seus direitos e interesses, rapidamente os agentes da burguesia tratam de reprimi-los.

A Guarda Universitária da Universidade foi concavada para invadir o prédio da FFLCH e impedir que as assembleias dos estudantes continuassem. Em resposta imediata, os estudantes se dirigiram para o prédio da Administração da FFLCH, onde foram recepcionados pela Polícia Militar, que não demorou a recuar diante da força de organização e mobilização do movimento estudantil.

Nós da Esquerda Marxista e da Liberdade e Luta nos colocamos em completo apoio às mobilizações e reivindicações dos estudantes da USP! Estes devem avançar em sua luta de maneira independente da Reitoria e dos Governos! Exigimos da Diretoria da FFLCH e da Reitoria da USP que os estudantes tenham suas liberdades democráticas garantidas! Abaixo a repressão! Todos em defesa da educação pública, gratuita e para todos!

No intuito de ajudar o movimento estudantil da USP a avançar em suas reivindicações, nós da Esquerda Marxista e da Liberdade e Luta levantamos as seguintes bandeiras:

1. Fora PM do Campus! Pelo fim da PM! Por um manifesto conjunto pelo Fora PM da USP, assinado por todas as entidades e organizações políticas!
2. Desocupação dos prédios da FFLCH pela Guarda Universitária! Defesa das liberdades democráticas! Os estudantes têm o direito a reunir-se em assembleia e deliberar pelas suas reivindicações e formas de exigi-las!
3. Greve geral por todo o investimento necessário à educação pública e gratuita! Do contrário, a autonomia universitária é apenas imaginária, cabendo aos Reitores decidir onde farão os cortes! Ter autonomia de gestão sem recursos para que ela possa ser aplicada é equivalente a dizer que a autonomia não existe! Somente assim poderemos garantir que todos os professores necessários sejam repostos, hoje e no futuro! Só assim poderemos garantir que todo o investimento necessário à permanência estudantil seja feito!
4. Isso só pode se dar pela luta pelo não pagamento da fraudulenta dívida pública! Que a riqueza produzida no Brasil seja usada para a classe que a produz: os trabalhadores! Há dinheiro suficiente para o investimento em educação, saúde e transporte! Por isso, somos contra todas as medidas de terceirização e privatização da USP! Contra todo e qualquer tipo de programa de captação de recursos privados!
5. Educação pública, gratuita e para todos! Pelo fim do vestibular! Vaga para todos nas universidades públicas!
6. Fora Feder! Fora Tarcísio!