Roque Ferreira – Vereador da Esquerda Marxista do PT em Bauru apoia grevistas contra lockout

 

Tenho acompanhado desde o início os movimentos e ações desenvolvidas pelos motoristas de ônibus de Bauru, que reivindicam jornada de seis horas e o fim do acúmulo de funções.

Tenho acompanhado desde o início os movimentos e ações desenvolvidas pelos motoristas de ônibus de Bauru, que reivindicam jornada de seis horas e o fim do acúmulo de funções.

Acompanhei todas as discussões na Prefeitura, no Ministério Público do Trabalho, nas empresas e nas assembleias. Pude constatar que nenhum movimento positivo foi realizado pelos poderes competentes e pelas empresas na perspectiva de se construir uma saída positiva, evitando-se assim a deflagração de greve.

Hoje pela manhã em assembleia realizada na sede do sindicato, os motoristas decidiram ir mais além do que foi determinado pelo TRT em Campinas.Se comprometeram a operar 100% da frota de ônibus da cidade para garantir o serviço, e que iriam fazê-lo cumprindo jornada de seis horas, mantendo esta posição até a realização de audiência de conciliação que será realizada na próxima segunda feira em Campinas.

EMPRESAS PRATICAM LOCKOUT

As empresas não aceitaram e não permitiram que os motoristas tivessem acesso aos ônibus, impedindo os mesmos de circularem no dia de hoje. Esta pratica é proibida. Vejam o que diz o Artigo 17, da Lei 7783/1989: fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout).

NEGOCIAÇÕES COM O EXECUTIVO E COM A EMDURB

Agora no período da tarde atendendo solicitação dos trabalhadores, mantive contatos com o Prefeito Rodrigo informando-lhe sobre a posição dos trabalhadores, e também sobre a recusa das empresas. O mesmo procedimento foi adotado em relação ao presidente da EMDURB. Solicitei de ambos que determinem as empresas a abertura dos portões das garagens, e liberem os ônibus para circularem conforme foi proposto pelos trabalhadores, o que minimizaria o problema.
Se a empresas insistirem no LOCKOUT, a EMDURB pode assumir toda a estrutura das mesmas, e colocar os ônibus para circularem até a audiência de conciliação. Pode inclusive determinar a quebra do contrato de concessão.

O presidente da EMDURB, Nico Mondelli, se comprometeu, agora que está comprovado o LOCKOUT, a adotar todas as medidas necessárias para que as empresas permitam aos motoristas exercerem suas atividades.

O momento exige coragem política para enfrentar os donos das empresas, e ter a mesma agilidade mostrada quando da elaboração dos decretos de aumento de tarifas. Criminalizar os trabalhadores e suas lutas é muito fácil, já enfrentar os grandes grupos econômicos exige independência e compromisso com os trabalhadores e povo.

Nosso mandato hipoteca solidariedade e apoio as reivindicações dos trabalhadores, convoca a população a pressionar a EMDURB e o Poder Executivo para acabar com o LOCKOUT das empresas, permitindo que os ônibus voltem a circular com as condições apresentadas pelos trabalhadores, que a meu ver cumpriram a determinação do Tribunal.

Bauru, 03 de outubro de 2012