O ano muda, a violência não: mais uma chacina na Grande São Paulo

Um dia depois da “confraternização universal”, dia 02 de janeiro de 2016, morreram nas ruas de Guarulhos quatro jovens: Leonardo José de Souza (23 anos), Francisco Pereira Caetano (23 anos), Hermes Inácio Moreira (19 anos) e Adriano Silva Araújo (28 anos).

Não se veste branco, nem comemora o novo ano com “paz e alegria”.

Nas periferias, a paz não existe!

Um dia depois da “confraternização universal”, dia 02 de janeiro de 2016, morrem nas ruas de Guarulhos quatro jovens: Leonardo José de Souza (23 anos), Francisco Pereira Caetano (23 anos), Hermes Inácio Moreira (19 anos) e Adriano Silva Araújo (28 anos).

As vítimas da chacina, ocorrida na madrugada do dia 02, estavam na frente de um bar, quando dois ou três homens encapuzados, num carro preto, começaram a disparar, deixando além dos mortos, mais um ferido. Nenhuma cápsula de bala ficou no local para contar história…

É evidente que se trata de retaliação da PM. Uma das análises da própria polícia é de que a chacina ocorreu devido à morte de um policial no dia 30 de Dezembro.

Não nos esqueçamos das outras 32 vítimas de chacina no ano passado, envolvendo outras cinco cidades da região metropolitana de São Paulo: Osasco, Barueri, Carapicuíba, Itapevi e Santana de Parnaíba. E de tantas outras mortes das quais nem ficamos sabendo.

Os assassinatos, chacinas, prisões e a repressão à juventude em geral buscam ser “justificados” pelo Estado e mídia burguesa por conta do envolvimento no tráfico de drogas e crime organizado, mas sabemos que o aparato de repressão estatal existe para garantir a propriedade privada da burguesia, e isso passa por aterrorizar, reprimir e assassinar a juventude trabalhadora que é impelida pelo cotidiano a se organizar e lutar por um futuro melhor, ou pelo menos por algum futuro. Este combate contra a juventude pobre já começa com a situação precarizada das escolas públicas, com a falta de lazer e cultura e que culmina com vela e caixão. Não podemos dissociar a repressão policial contra o movimento de ocupação de escolas, por exemplo, desse tipo de chacina.

Não vamos nos calar diante da violência contra a juventude, não vamos nos calar enquanto centenas de jovens são mortos pelo crime organizado e pela PM!

Aqui fica registrado nosso repudio à chacina, nossa solidariedade aos familiares e amigos das vítimas e uma exigência: FIM DA POLÍCIA MILITAR!

Não há mais o que negociar, não é pela desmilitarização, não é por mais policiamento! A polícia nunca esteve ao lado da classe trabalhadora, pelo contrário, sua função é defender a propriedade privada e o Estado burguês contra a classe trabalhadora.

“O ódio atravessou a fronteira da favela

Pra decretar que paz é só embaixo da terra”

(Facção Central, Pomba Branca)