Flaskô volta a ter energia depois de 60 dias

A Esquerda Marxista saúda esta vitória dos trabalhadores da Fábrica Ocupada e de toda a rede de solidariedade que se estabeleceu para reverter mais um ataque orquestrado pela burguesia e seus serviçais do Estado. Nós estivemos nessa campanha, convocando nossos militantes e apoiadores a denunciarem a situação.

Na manhã desta terça-feira (30), o coordenador do Conselho da Fábrica Ocupada Flaskô, Pedro Além Santinho, concluiu  as negociações com a CPFL que permitiram a religação da energia elétrica na unidade fabril. Durante as tratativas ao longo do dia, esteve presente, inclusive, o presidente da CPFL Paulista, Carlos Zamboni Neto, que foi decisivo para uma solução positiva para a questão – isto é, devolver a capacidade de produção da Flaskô.

A história desta batalha é bastante longa. Os últimos acontecimentos envolvem uma dura negociação que foi iniciada, efetivamente, na Câmara Municipal de Sumaré, em uma audiência pública promovida por iniciativa do presidente da Comissão de Direitos Humanos, vereador Willian Souza, com a participação efetiva dos demais vereadores membros Marcio Brianes, Sebastião Alves Correa e Rudinei Lobo.

Em seguida houve também a intervenção de parlamentares da Câmara de Campinas, que também convocaram audiência pública para discutir o tema. A partir desse encontro, os vereadores Pedro Tourinho e Mariana Conti foram destacados para representar o legislativo campineiro durante as mediações com a concessionária de energia, com vistas à manutenção dos postos de trabalho.

Importante papel teve também as solicitações feitas pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pelo Sinergia (Sindicato dos Trabalhadores Eletricitários do Estado de São Paulo) que, na pessoa do diretor Carlos Eduardo Fábio, o Índio, acompanharam as negociações, dando importante contribuição para a resolução do conflito.

Fruto da compreensão de que a questão social está umbilicalmente ligada a própria existência da Flaskô, as partes voltaram à mesa de negociação depois de suspensa por um período, sobretudo após os trabalhadores enviarem um dossiê na forma de recurso ao presidente da CPFL Paulista, Carlos Zamboni Neto.

Ao longo desta terça-feira, tanto os funcionários da CPFL quanto os membros do Conselho de Fábrica estiveram reunidos para que fosse firmado o restabelecimento imediato da energia. Dessa forma, e depois de uma extenuante negociação que se arrastou pelos últimos 60 dias, a energia da fábrica foi finalmente religada às 16h50, para alívio dos trabalhadores.

Tais fatos significaram mais uma página na história da fábrica que produz revolução em solo sumareense. Evidencia ainda que, graças a determinação de seus trabalhadores, outro obstáculo foi duramente vencido para que a Flaskô siga sendo a luz que ilumina e inspira o movimento operário brasileiro.