A opressão policial e racista no sistema capitalista

Mais um caso brutal de racismo cometido pela Polícia Militar de São Paulo rodou na internet, no dia 6 de junho, por meio de um vídeo em que um homem negro, acusado de roubar chocolate em um mercado no bairro Vila Mariana, foi amarrado pelas pernas e braços e arrastado pelos policiais, de uma forma que lembrava um pau de arara, instrumento de tortura usado em negros escravizados rebelados e que, na ditadura militar, foi usado para tortura de presos políticos.

A violência foi filmada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por um usuário do serviço que questionou a ação repulsiva dos militares. No vídeo é possível escutar o homem gritando de dor, pedindo calma aos policiais, repetindo que estava colaborando. Em seguida, ele é brutalmente jogado no porta-malas da viatura e conduzido para delegacia.

De acordo com a Carta Capital, a Polícia Militar afastou os agentes e instaurou inquérito para investigar a conduta deles, porém, tanto a delegacia quanto a juíza, que trabalham no caso, foram omissos, e participaram da ação racista e torturadora, pois o homem ainda ficou amarrado por três horas e a magistrada não concedeu liminar de habeas corpus, julgando que o rapaz, por ser reincidente, representava risco à sociedade, por isso irá responder ao processo em prisão preventiva.

É bom frisar que o rapaz vive em situação de rua, e estava comendo os chocolates na hora do flagrante. É evidente que, numa cidade onde há mais de 52 mil pessoas em situação de rua, a luta pela sobrevivência se dá de várias maneiras. É inegável que a ação truculenta dos policiais militares não tem relação com o furto em si, mas com a repulsa aos moradores de rua; tem a ver com o racismo que está nas entranhas do sistema capitalista e nas instituições que o sustentam: Judiciário, corporações de segurança, leis, sistema prisional e governos.

Só na cidade de São Paulo, a cada 10 pessoas vivendo em situação de rua, sete são negras, segundo pesquisa do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas da Universidade Federal de Minas Gerasi (UFMG).

O racismo na sociedade capitalista é utilizado como instrumento de divisão da classe trabalhadora, sendo utilizado historicamente para avivar e caracterizar que os miseráveis são, naturalmente, desiguais. Tem a finalidade de dividir para dominar e oprimir, com a pretensão pura e simples de perpetuar a exploração da classe trabalhadora.

Deste modo, a cor da pele é o determinante para criminaliza. O racismo institucionalizado nas polícias vem à tona de forma cada vez mais grotesca, visando enraizar e naturalizar esse tratamento desumano e brutal, como amarrar, asfixiar e “tratar como coisa” até mesmo por motivos de pequenos delitos ou de menor gravidade. Por outro lado, aqueles que dão calote na economia, os que roubam milhares de somas, como o grupo das Americanas, recebem benesses e um ótimo tratamento dado pelo governo, pelos parlamentares e pela polícia.

Precisamos tomar os meios de produção e colocá-los sob o controle dos trabalhadores, alterando as relações sociais e instaurando uma nova sociedade, socialista. Para isso precisamos de organização e um combate insistente ao racismo, pelo fim das polícias e do capitalismo.

Convidamos a todos a conhecer o Movimento Negro Socialista e fazer parte dessa luta! Nos solidarizamos com o rapaz que sofreu a violência e exigimos punição aos policiais envolvidos.

  • Ser Negro não é crime!
  • Fim das polícias racistas! Fim da Polícia Militar!
  • Afastamento dos juízes racistas!
  • Abaixo o racismo e o capitalismo!