Por um 1º de Maio de luta e revolucionário!

O 1º de Maio é o dia internacional do trabalhador! Portanto, um dia de luta, já que os interesses dos trabalhadores são antagônicos aos interesses dos patrões e todos os direitos conquistados até hoje foram arrancados pelo proletariado após muita mobilização, com greves, manifestações e revoluções que foram capazes de impor derrotas à burguesia e seu Estado.

Em 1891, a II Internacional estabeleceu que, nessa data, os trabalhadores do mundo todo deveriam se manifestar para relembrar a greve de trabalhadores norte-americanos de 1886, iniciada no 1º de Maio e que se alastrou pelo país, cuja principal reinvindicação era pela jornada de trabalho de 8 horas. Assim, todo 1º de Maio de cada ano se converteu numa luta internacional pela jornada de 8 horas e por outras demandas próprias dos trabalhadores em cada país. Ao mesmo tempo, a data existe para prestarmos solidariedade à luta dos trabalhadores pelo mundo.

Sendo assim, saudamos os trabalhadores e a juventude da França que estão lutando contra mais uma reforma da Previdência que pretende aumentar de 62 para 64 anos a idade mínima para aposentadoria. A mudança foi estabelecida diretamente pelo presidente Emmanuel Macron, sem votação no Congresso e, por isso, os manifestantes estão agora gritando Fora Macron e agitando palavras de ordem revolucionárias, que fazem menção à guilhotina (instrumento da Revolução Francesa de 1789 contra a monarquia), à Comuna de Paris e a Maio de 68.

Acima de tudo, o 1º de Maio é uma data para lembrarmos que sob o capitalismo os trabalhadores são sempre explorados, pois a riqueza gerada coletivamente é apropriada de maneira privada por um punhado de bilionários que dominam o planeta.

O 1º de Maio é, portanto, um dia de luta pela revolução socialista, único regime capaz de abrir caminho à uma sociedade sem explorados e sem exploradores, ou seja, o comunismo:

“Na fase superior da sociedade comunista, quando houver desaparecido a subordinação escravizadora dos indivíduos à divisão do trabalho e, com ela, o contraste entre o trabalho intelectual e o trabalho manual; quando o trabalho não for somente um meio de vida, mas a primeira necessidade vital; quando, com o desenvolvimento dos indivíduos em todos os seus aspectos, crescerem também as forças produtivas e jorrarem em caudais os mananciais da riqueza coletiva, só então será possível ultrapassar-se totalmente o estreito horizonte do direito burguês e a sociedade poderá inscrever em suas bandeiras: De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades.” (Karl Marx em Crítica ao Programa de Gotha)

1º de Maio no Brasil

A primeira manifestação de 1º de Maio no Brasil ocorreu em Porto Alegre em 1892 e, desde então, os trabalhadores e suas organizações vinham organizando atos de protesto até que o governo de Arthur Bernardes, em 1924, decretou o 1º de Maio como feriado e buscou transformar esse dia numa data festiva e comemorativa, para desvirtuar seu caráter original. Posteriormente, o governo de Getúlio Vargas aprofundou essa política de cooptação, com o objetivo de acabar com a independência do movimento operário e sindical da época, atrelando os sindicatos ao aparelho do Estado burguês, com um viés corporativista e de inspiração fascista. Essa mesma legislação, que organiza a estrutura sindical brasileira, foi utilizada pela Ditadura Militar para intervir nos sindicatos e seus princípios continuam vigentes até os dias de hoje!

No início dos anos 80, no processo de fundação da CUT, houve uma intensa luta pelo fim dessa estrutura sindical e por organizações sindicais livres, porém, a campanha ficou pelo meio do caminho e retrocedeu a níveis alarmantes, pois não só a CUT, mas todas as centrais sindicais existentes e seus sindicatos se adaptaram à atual estrutura sindical e passaram a depender financeiramente desse sistema. Isso leva à burocratização das direções sindicais e à uma política permanente de conciliação com os patrões e de participação na gestão estatal dos negócios da burguesia.

É isso que explica que hoje, por exemplo, ao invés de protestos e mobilizações, as centrais sindicais organizem eventos festivos e cheguem ao cúmulo de convidar o governador bolsonarista de SP, Tarcísio de Freitas, a participar das atividades do 1º de Maio! Ou então, no RJ, a organizarem um “Festival do Trabalhador” em conjunto com a prefeitura de Eduardo Paes (PSD), com organizações patronais (SESI, SENAC) e com a Polícia Militar! 

Não é à toa também que a principal campanha da CUT e demais centrais é a de fazer pressão para que o Banco Central abaixe os juros, atuando como linha de transmissão do governo de Lula-Alckmin de união nacional que, no entanto, não faz nada para revogar a independência do BC e nem sequer exige a demissão do bolsonarista Roberto Campos Neto… Lutar para poder opinar sobre a taxa de remuneração do capital e destilar ilusões aos trabalhadores de que uma baixa taxa de juros é garantia de emprego e consumo: a isso se resume a política da CUT e demais centrais? 

Já nós, como comunistas e revolucionários, estamos presentes nesse 1º de Maio para fazer jus à luta das gerações passadas de trabalhadores e manter bem alta as bandeiras de nossa classe! 

Viva a luta pelo socialismo em todo o mundo!

A luta pela jornada de 8 horas é tão importante hoje quanto antigamente quando, por exemplo, olhamos para a situação desregulamentada e sem direitos dos trabalhadores de aplicativos.

Por todo o país, estamos participando e impulsionando comitês pela revogação do Novo Ensino Médio e exigimos que Lula revogue essa reforma que busca privatizar e destruir a educação pública! 

Estamos na luta contra as privatizações e pela reestatização das empresas e serviços públicos privatizados! Queremos a revogação das reformas da Previdência de FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro! Queremos Previdência pública, solidária, universal e que garanta o último salário integral ao aposentado e todos os direitos a pensionistas e beneficiários.

Exigimos o não pagamento da fraudulenta dívida pública – que somente beneficia banqueiros e especuladores financeiros – e a destinação desses recursos trilionários para garantir serviços públicos, gratuitos e para todos!

Por fim, fazemos um chamado. Vivemos uma época de revoluções e contrarrevoluções. As condições objetivas para colocarmos um fim nesse sistema existem e todos sentem que do jeito que está, a situação só tende a piorar. O que faz falta é um partido revolucionário com influência de massas para tomar o poder, expropriar os exploradores e reorganizar a sociedade. Convidamos você a marcar uma conversa de apresentação com a Esquerda Marxista, seção brasileira da Corrente Marxista Internacional, para se integrar nesse esforço de construção do instrumento que nossa classe precisa para se emancipar! Junte-se a nós!

  • Por um 1º de Maio de luta e revolucionário!
  • Fora patrões e representantes da burguesia do nosso ato!
  • Lula, revogue o Novo Ensino Médio!
  • Lutar pela revolução! Construir um partido revolucionário!