Organização Comunista Internacionalista (Esquerda Marxista) Corrente Marxista Internacional
Na quarta-feira (06/03), Mateus Batista, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) e auto-intitulado “inimigo da sua geração”, postou vídeo atacando um painel pintado por estudantes da Escola Jandira d’Ávila, no bairro Aventureiro, em Joinville, SC. Segundo ele, entrou na escola sem impedimentos e expôs o local em virtude de “denúncia” de uma seguidora.
Agindo como se tivesse e fosse alguma autoridade, o blogueiro do MBL “analisa” um mural discursando raivosamente contra uma bandeira LGBT, chamando-a de propaganda da esquerda, ignorando que está dentro da escola fazendo campanha para a direita. Cômico se não fosse trágico. Na realidade, Mateus vomita todos os tipos de preconceitos e desconhecimentos, tentando desqualificar toda a comunidade escolar, incitando ao preconceito e à censura.
Não estranharíamos se algum diretor começasse a tentar “controlar”, proibir cartazes e trabalhos escolares visando seguir a “denúncia”, esquecendo inclusive que os Parâmetros Curriculares da Educação Brasileira propõem que os jovens tenham acesso ao mais amplo conteúdo histórico, político e cultural e que a escola deve ser um ambiente para todos, gratuito e laico, livre de qualquer preconceito e censura. Segundo estudantes e professores, após a divulgação do vídeo, a bandeira LGBT, pintada por livre expressão dos estudantes, foi apagada e substituída por uma bandeira branca com a palavra “paz”. É inaceitável que ações de censura como essa sejam promovidas dentro da escola.
O MBL, pretensamente liberal, ignora inclusive os princípios básicos do liberalismo clássico, que são a liberdade de expressão e opinião, a separação do Estado e da Igreja (Estado laico) e a separação dos interesses privados e públicos. Num teatro de péssima qualidade, o blogueiro “surta” ao perceber que os interesses públicos prevalecem sobre seus interesses privados. Mas isso não é exclusividade do blogueiro, ou do MBL. A direita e os ditos liberais não têm nada a oferecer diante da crise do capitalismo, da proliferação da fome, da miséria e da angústia dos trabalhadores. Nem mesmo conseguem defender os próprios princípios do liberalismo, conquistados há séculos nos combates que derrubaram as monarquias. Eles não têm nada a oferecer senão o retrocesso e o preconceito.
Em ano de campanha eleitoral, a suposta candidatura a cargo público parece ser a intenção do jovem blogueiro do MBL que usa de um discurso “inflamado” e desqualificado para ganhar audiência a qualquer custo. No entanto, a situação é muito mais séria e profunda e não podemos ser omissos.
No último ano vivemos em Santa Catarina e no Brasil ataques as escolas de toda natureza – inclusive invasões armadas com mortos – discursos obscuros da Lei da Mordaça promovidos pelo MBL, incluindo censura a obras literárias que voltam a ser debate. Nesse contexto, Mateus incita o preconceito e a censura. O que o “inimigo da sua geração” está sugerindo?
Os professores, estudantes e comunidade escolar precisam denunciar e combater esse tipo de ação de forma contundente. Cabe aos sindicatos de professores e de estudantes tomarem providências imediatamente. Exigimos do Sinte manifestação e mobilização contra esse absurdo.
Se ataques contra a liberdade de expressão e pensamento continuarem, estudantes, professores e suas entidades (grêmios e sindicatos) devem organizar grupos de autodefesa que coibam esse e outros inimigos da nossa classe e defender a escola pública, gratuita e para todos.