Governo em crise e o povo nas ruas

O PAC (o dito Plano de Aceleração do Crescimento) já começa a tirar as máscaras e mostrar a cara: acaba de enterrar a RFFSA e congela o salário dos servidores federais.

A CUT chamou e os trabalhadores foram às ruas para pressionar o Congresso Nacional a manter o veto do Presidente Lula à Emenda 3. Um dia depois, os sem-teto em vários estados ocuparam mais de 22 prédios para reivindicar moradia ao presidente. E o MST retoma as ocupações no “abril vermelho” e promete espalhar cartazes com a seguinte frase, dita por Lula antes de ser presidente, em 2000: “Não se justifica num país, por maior que seja, ter alguém com 30 mil alqueires de terra! Dois milhões de hectares de terra! Isso não tem justificativa em lugar nenhum do mundo! Só no Brasil. Porque temos um presidente covarde (FHC), que fica na dependência de contemplar uma bancada ruralista a troco de alguns votos”.

É Lula, quem te viu quem te vê! Hoje, os ataques contra os trabalhadores só tendem a piorar com a constituição do Governo de Coalizão. Lula insiste em manter no cargo o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel (DS), que não avançou em nada na Reforma Agrária prometida no 1º mandato. O Governo de Coalizão só demonstra que o 2º Mandato será de um Governo em crise permanente. Na primeira greve militar desde a ditadura, Lula cunhou de irresponsável a greve dos controladores de vôo e se “esqueceu” do acordo de anistia, prometendo punir os controladores que aderiram à greve legítima, entre outras reivindicações, por melhores salários. Lula, esquecendo-se também das históricas greves que liderou nas montadoras do ABC, anuncia agora que vai “regulamentar” (leia-se proibir) greves nos “serviços essenciais”. Só pode chegar a isto quem vê alguma solução nos acordos com o Governo Bush. A visita ao “Senhor da Guerra” só serve para mostrar subserviência à política de um governo rejeitado pelo próprio povo norte-americano.

Ao mesmo tempo, o PAC (o dito Plano de Aceleração do Crescimento) já começa a tirar as máscaras e mostrar a cara: acaba de enterrar a RFFSA e congela o salário dos servidores federais.

Enquanto o Governo de Lula entoar a nota das “alianças”, da tentativa de parceria entre trabalhadores e burguesia, expressa no Governo de Coalizão, a crise no Governo vai aprofundar e os trabalhadores revidarão nas ruas. È o que estão dizendo os sem-terra, os sem-teto, os ferroviários que como a “velha senhora” (RFFSA) nunca se entregarão.

No próximo período se iniciam os debates preparatórios ao III Congresso do PT. É preciso separar o joio do trigo. A base social do PT está à frente destas lutas e mobilizações, que começam a esquentar a luta de classes no país. O governo Lula e a cúpula do PT estão na contra mão destas lutas.

O profundo movimento revolucionário que sopra a América Latina começa a encontrar eco no Brasil e o vulcão pode entrar em erupção. Os milhares de petistas que estão nas mobilizações e lutas do povo trabalhador podem ser milhões nas ruas para lutar por suas reivindicações, abrindo o caminho para um governo dos trabalhadores do campo e da cidade. Essa é a nossa luta e por isso estamos construindo a Esquerda Marxista do PT!

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