Enquanto partidos são lançados Núcleos de Base são criados

No mesmo dia (16.02) que a mídia deu ampla cobertura ao anúncio de mais um partido político no Brasil, de forma anônima militantes do PT fundavam em Mauá/SP mais um Núcleo de Base. Acreditando que o PT continua sendo o partido que representa os interesses da classe trabalhadora e que deve ter seu rumo discutido pelos militantes da base em constante diálogo com a sociedade local, fundaram o Núcleo de Participação e Organização Popular (P.O.P.). Ver foto ao lado.

Enquanto ditas “inovações” tentam ser vendidas ao público num grande evento como uma forma nova de fazer política, num sábado ensolarado, antigos e novos petistas, refletem sobre um trecho do 3º congresso do PT: “A democracia será a referência estratégica para a construção do nosso modelo de socialismo. Uma democracia alicerçada na participação organizada das massas e que seja capaz de articular representação com participação direta.” Esses militantes discutem o partido, a cidade, formas de intervir para melhorar a qualidade de vida e como elaborar propostas de políticas públicas. Sentem-se satisfeitos com a democracia partidária, confiantes de que organizados podem dialogar com a sociedade na rua, na escola e na porta da fábrica.  Enfim, decidem fundar um Núcleo para lutar pelo que acreditam.

Uma pequena ação, mas que em si contém o imenso sonho de transformar a sociedade. E essa é uma força que não compreendem ou que subestimam no PT. A força da militância organizada que sonha com um mundo melhor e está longe do estereótipo do político que quer ganhos para si mesmo. A militância que se organiza no partido e questiona o próprio partido quando não concorda com os rumos adotados por direções e governos. Enquanto houver essa militância aguerrida o PT é recriado e “lançado” continuamente pelo Brasil afora.