Carta do Secretariado Internacional a todos os companheiros e simpatizantes

Caros camaradas,

O ano de 2013 mostrou conclusivamente que o mundo entrou em um novo período. A instabilidade econômica, social e política se intensificou. Em uma tentativa de restaurar o equilíbrio econômico, a burguesia destruiu o equilíbrio social e fatalmente minou todo o Status Quo político do pós-guerra. Revolução e contrarrevolução estão na ordem do dia.

Caros camaradas,

O ano de 2013 mostrou conclusivamente que o mundo entrou em um novo período. A instabilidade econômica, social e política se intensificou. Em uma tentativa de restaurar o equilíbrio econômico, a burguesia destruiu o equilíbrio social e fatalmente minou todo o Status Quo político do pós-guerra. Revolução e contrarrevolução estão na ordem do dia.

O movimento mais importante do ano foi, sem dúvida, a revolta contra Morsi, em julho. Os milhões de pessoas nas ruas mostraram o equilíbrio de forças no Egito e internacionalmente. A mobilização causou arrepios na espinha da classe capitalista internacional e de cada político burguês. Não foram as massas capazes de derrubar apenas um ditador não eleito, mas também um que chegara ao poder por via do voto e continuava a política de seu antecessor. Este é um sinal das coisas que estão por vir não apenas no Oriente Médio, mas também na Europa.

A toupeira da revolução também elevou sua cabeça no Irã, onde todas as tentativas de controlar o processo eleitoral falharam, e Khamenei foi deixado com o nariz sangrando, com a eleição de Rouhani. Mesmo na Turquia, que havia experimentado um crescimento econômico vigoroso no período anterior, um movimento de massas irrompeu diante da destruição do parque Gezi, pegando todos de surpresa.

No extremo sul da África, a liderança do ANC está lutando para conter a pressão que se acumula entre a massa dos trabalhadores negros pobres. A pompa e circunstância do funeral de Mandela, longe de desviar a atenção, só adicionou combustível ao fogo.

Na Europa, a Grécia está afundando cada vez mais na crise. A força da classe trabalhadora grega foi comprovada na luta contra o partido fascista Amanhecer Dourado, mas sua liderança reformista é incapaz de mostrar uma saída. Enquanto as massas estão se movendo em uma direção revolucionária, os líderes da chamada “esquerda” estão se movendo rapidamente para a direita, fazendo todos os tipos de concessões à Troika. O congresso de SYRIZA revelou tudo isso de forma clara. O único grupo a colocar-se uma luta séria contra o giro à direita do partido foram os marxistas gregos da Tendência Comunista do SYRIZA.

Todo o sul da Europa está em efervescência. Lutas contra os cortes na educação e despejos de habitação estão revivendo as tradições revolucionárias dos trabalhadores espanhóis. Na Itália, como se o caos no governo não fosse suficiente, greves em Genova, iniciadas nas últimas semanas, mostraram o potencial de ação militante existente na classe trabalhadora deste país. Em Portugal, a última greve geral foi a maior de todas na luta contra a austeridade.

Mesmo ao norte dos Alpes, a burguesia está tendo pesadelos de revolução. Na Grã-Bretanha, a  burguesia se preocupa com a confiabilidade do Partido Trabalhista depois que Miliband desencadeou uma série de eventos que pôs fim às intenções de bombardear a Síria. Na Áustria e na Dinamarca, as greves recentes na educação provaram que os jovens estão prontos para moverem-se, e os trabalhadores não estarão muito longe deles.

 

Na América Latina, até mesmo os mais estáveis dos países estão agora a entrar em crise. Movimentos de estudantes e dos trabalhadores estão a minar o regime pós- Pinochet no Chile. O governo brasileiro, liderado pelo PT, está enfrentando semelhantes protestos em massa e até mesmo o novo governo da Colômbia está enfrentando oposição séria. Na Venezuela foram as massas anticapitalistas que garantiram a vitória nas eleições municipais, mostrando o que as massas bolivarianas querem.

Nos EUA, finalmente, a classe dominante esta fatalmente dividida sobre o caminho a seguir. O sistema político inteiro está em uma profunda crise. Ao mesmo tempo, a impotência do imperialismo dos EUA está mais do que provada nas revelações de Snowden e a farsa da intervenção na síria. É só uma questão de tempo até que a luta de classes exploda.

Onde quer que olhemos vemos sinais de instabilidade e crise. O sistema capitalista está sofrendo suas agonias de morte. No entanto, em todos os países a liderança da classe trabalhadora é incapaz de encontrar uma saída. Precisamos construir as forças do marxismo agora para o conflito de classes que se aproxima.

Camaradas de todo o mundo estão a construir as forças do marxismo.

No Paquistão, The Struggle teve seu maior congresso desde sua fundação, com 2.800 camaradas participando.

No Canadá, embora a maior parte do trabalho seja na juventude, os camaradas foram os principais palestrantes do congresso do Partido Nacional Democrata contra a remoção do socialismo do programa de fundação do partido.

Na Grã-Bretanha, o trabalho no movimento estudantil chegou a um nível muito alto, com milhares de estudantes se inscrevendo para as reuniões da Associação Marxista Estudantil que conta com centenas de participantes.

Na Grécia, os camaradas deixaram a sua marca como a Tendência Comunista do SYRIZA e alcançou notoriedade nacional por meio de ataques da imprensa burguesa à sua firme oposição ao giro a direita do SYRIZA. Há muitos mais exemplos do excelente trabalho que é realizado pela CMI nos diferentes países.

O nosso site diariamente fornece análises e perspectivas para as lutas que estão ocorrendo em todo o mundo. Recentemente, tornou-se o site de língua inglesa e de esquerda com mais “curtidas” no Facebook, com mais de 30.000 curtidas, e recebe de 5 a 9.000 visitas todos os dias. Estamos também a preparar a publicação de Stalin de Trotsky, em uma nova e mais completa edição.

Tudo isso custa dinheiro. Nós recentemente mudamos de sede, o que vai nos custar dinheiro extra, pois o velho centro era extraordinariamente barato. A mudança em si também custa dinheiro, com o trabalho de construção e outros custos.

O ano que vem irá revelar-se um grande desafio para a CMI. Como o ritmo dos acontecimentos mundiais se intensifica, assim ocorrerá com as pressões sobre os recursos da CMI. No próximo ano, gostaríamos de trazer o maior número possível de camaradas para o Congresso Mundial. Precisamos levantar o dinheiro necessário para que camaradas de todo o mundo participarem deste importante evento.

Com este apelo, pedimos aos companheiros que deem uma atenção especial e façam um esforço financeiro de arrecadação para a Corrente Marxista Internacional (CMI). Isto irá preparar o terreno para o próximo ano.

 Cordialmente,

Corrente Marxista Internacional