Exigir de Lula a ruptura das relações com Israel

O massacre de palestinos na Faixa de Gaza continua, já são mais de 12 mil mortos, dentre estes, mais de 5 mil crianças! Além dos que estão desaparecidos e feridos. É um genocídio em curso perpetrado pelo Estado sionista de Israel, apoiado, armado e financiado pelo imperialismo norte-americano.

Lula fala em paz e declara em discurso que o Estado israelense também está cometendo atos de terrorismo. Mas reuniu-se em 16/11 com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e mantém as relações diplomáticas e comerciais com o Estado sionista, assim como o acordo militar Brasil-Israel firmado por Bolsonaro.

No Conselho de Segurança da ONU, a resolução apresentada pelo Brasil, e vetada pelos EUA, além de defender a existência de “dois Estados” (legitimando assim a existência do Estado sionista de Israel), propunha apenas uma “pausa humanitária” e de corredores para o fornecimento de bens e serviços essenciais.

Tais resoluções da ONU, sabemos, são inúteis. Israel já declarou que não cumprirá a recente resolução aprovada pelo Conselho de Segurança, desta vez apresentada por Malta, que também se restringe a pedir pausa no conflito e corredores humanitários.      

É preciso exigir do governo brasileiro medidas concretas. Enquanto Colômbia e Chile convocaram seus embaixadores em Israel de volta ao país, e a Bolívia rompeu relações diplomáticas com Israel, Lula segue falando de maneira abstrata em paz, condenando os dois lados, como se fossem forças iguais em conflito.

A CUT não exige nada de Lula, apenas “reconhece e manifesta seu apoio aos esforços realizados pelo governo do Brasil, liderado pelo Presidente Lula, para mediar uma resposta diplomática à crise e para facilitar a repatriação das brasileiras e dos brasileiros da região do conflito.” (Resolução da CUT Nacional de 1º de novembro de 2023)

Já deputados do PT, PSOL e PCdoB assinaram uma carta com dois pontos em que se dirigem ao governo:

“Urgimos ao governo brasileiro que atue energicamente pelo fim do genocídio, da ocupação e do apartheid, em defesa do respeito ao direito internacional e às resoluções da ONU;”

“Solicitamos ao governo brasileiro que chame o embaixador do Brasil em Israel para consultas e que não se promulguem os acordos de cooperação militar e de segurança assinados por Bolsonaro com Israel.”

Apesar de positivo terem levantado reivindicações ao governo brasileiro, fazemos duas ressalvas. Primeiro, não estamos em defesa das resoluções da ONU. A ONU é um organismo internacional a serviço do imperialismo. Vale lembrar que o Estado sionista foi criação da própria ONU, em 1948, para servir como uma cabeça de ponte para os interesses do imperialismo na região. Além disso, não se trata apenas de chamar o embaixador para consultas, mas de exigir ruptura total das relações diplomáticas e comerciais com Israel.

É dever da CUT e dos grandes sindicatos, dos partidos que reivindicam a classe trabalhadora, da UNE e UBES, a mobilização na base e a convocação de atos massivos em solidariedade ao povo palestino, pelo fim imediatos dos bombardeios e exigindo medidas concretas do governo brasileiro contra o Estado sionista de Israel. As massivas mobilizações que ocorrem nos EUA e na Europa, além das que se desenvolvem nos países árabes, demonstram a solidariedade internacional presente entre a juventude e os trabalhadores.

A Organização Comunista Internacionalista (Esquerda Marxista), seção brasileira da CMI, reafirma sua posição ao lado do povo palestino, contra o imperialismo, pelo direito ao retorno dos refugiados palestinos às suas casas e terras, pelo fim do Estado religioso de Israel e por um único Estado laico e democrático em todo território histórico da Palestina, com direitos iguais para todos, independente de religião ou etnia, pela mobilização de massas e unitária dos oprimidos da região com os métodos da classe operária para a construção de uma Palestina socialista, como parte de uma federação das repúblicas socialistas do Oriente Médio.

Comissão Executiva da OCI (EM)
17/11/2023