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Em defesa de Hegel (parte 3)

Dialética

“O ser, o imediato indeterminado, é de fato nada, e nem mais nem menos do que nada” (Ciência da Lógica, Hegel).

Como afirmamos acima, o pós-modernismo levanta a “diferença” como o princípio (des)organizador dominante na história e na natureza. Em outras palavras, afirmam eles, a ilusão de categorias, estágios, etapas e limites desmente a variação infinita no mundo e na sociedade humana. Na mesma linha, muitas vezes ouvimos que tudo é “matizado”. Mas, se tudo é “matizado”, se não existem categorias e delineamentos no tempo e no espaço, tudo o que resta é um mundo estático e completamente indiferenciado – que é o oposto de matizado. Hegel, certamente, não se opõe à nuance como tal. Pelo contrário, ele reconhece a variedade infinita e o fluxo que permeia todos os fenômenos. Mas, para ele, conceitos como nuance e gradação são justamente a transição entre uma coisa e outra e não a dissolução de objetos, conceitos ou desenvolvimento em geral.

Ele refuta sem esforço o argumento pós-modernista nas linhas iniciais de sua Lógica, que começa com o conceito muito simples de Ser Puro. Por Ser Puro, Hegel significa aquilo que é completamente indeterminado e indiferenciado no tempo e no espaço; sem fronteiras, sem características e nada que o defina. Mas, como observa Hegel, não podemos dizer nada sobre esse tipo de Ser porque qualquer coisa que dissermos o limitaria e o definiria, e, portanto, não seria mais Ser Puro. Mas nessa forma Pura, os atributos do Ser não são diferentes do Nada. Assim, o Ser Indeterminado se torna Nada. Nada, da mesma forma, como conceito, não pode ser pensado sem lhe dar algum tipo de significado, que não pode ser outra coisa senão o Ser Puro. Assim, os dois conceitos fluem um para o outro antes que possamos fixá-los em nossos pensamentos. E é aqui, nesta unidade do Ser e do Nada, que encontramos a nova categoria do Devir:

“Ser Puro e Nada Puro são, portanto, a mesma coisa. O que é a verdade é nem ser nem nada, mas que o ser – não passa, mas passou – para o nada, e o nada para o ser. Mas é igualmente verdade que não são distintos entre si, que, pelo contrário, não são iguais, que são absolutamente distintos e, no entanto, não são separados e inseparáveis e que cada um desaparece imediatamente no seu oposto. A verdade deles é, portanto, este movimento de desaparecimento imediato de um no outro: tornar-se…” (Ciência da Lógica, Hegel).

Nesse experimento de pensamento abstrato, Hegel está delineando os fundamentos da dialética – que a mudança e a contradição são a base de todo ser real. “(…) em nenhum lugar do céu ou da terra há algo que não contenha em si o ser e o nada” (Ciência da Lógica, Hegel).

Todos os fenômenos, levados à sua conclusão lógica, acabarão se transformando em seu oposto. Tudo está em um estado de mudança ininterrupta; de vir a ser e morrer. Assim que alguém nasce, começa a morrer. Cada célula humana criada deixará de existir. Em determinado estágio, nossas células se reproduzem em um ritmo mais lento do que morrem e, portanto, os humanos começamos nosso período de declínio, que atinge outro estágio crítico com a morte. Mas nossa morte não é o fim da humanidade. Assim como nosso nascimento não foi o seu começo. Somos descendentes de nossos pais, que também vieram de gerações anteriores etc.

Podemos rastrear essa linhagem mais para trás, através da evolução da humanidade, desde os primatas, até os primeiros organismos unicelulares e o início da vida no planeta. A cada etapa, a nova espécie representava um avanço. A grande maioria das espécies já se extinguiu há muito tempo, enquanto outras novas, com adaptações mais complexas ao meio ambiente, tomaram seu lugar. Mas aqui, assim como no desenvolvimento da filosofia, vemos que cada passo à frente não ocorre por meio de uma reinicialização aleatória e completa. A nova espécie nega, mas preserva alguns aspectos essenciais das antigas. Isso está presente no desenvolvimento de embriões e fetos, que refletem todo o curso da evolução anterior a cada espécie em particular – embora não de uma maneira mecânica direta.

A mudança constante e a ascensão e queda de todos os fenômenos representam o modo fundamental de existência da matéria. Essa mudança não é imposta de fora, mas sim impulsionada pelas contradições internas dos fenômenos. Assim como o Ser Puro inevitavelmente se torna seu oposto, a morte é inerente à vida.

Essa mudança não ocorre de forma gradual e pacífica, mas por meio de períodos de relativa estabilidade seguidos de rápida aceleração. Uma vez que o corpo atinge um determinado estágio, o declínio terminal ganha velocidade. Da mesma forma, quando um feto atinge uma certa idade no útero, o nascimento ocorre rapidamente.

O mesmo pode ser dito das revoluções sociais. Uma vez que uma dada sociedade atingiu um determinado estágio, as forças produtivas começam a entrar em conflito com as relações de produção existentes. Os interesses da classe dominante entram em forte oposição com os da classe revolucionária em ascensão, que representa novas e mais avançadas relações de produção. Quando esse processo atinge um ponto crítico, qualquer evento acidental pode causar uma revolução.

A contradição é a fonte fundamental de todo desenvolvimento e progresso. Hegel explica:

“Tudo o que é necessário para se alcançar o progresso científico – e é essencial nos esforçarmos por ganhar esse insight bastante simples – é o reconhecimento do princípio lógico de que o negativo é tão positivo quanto, ou que o que é contraditório não se resolve em uma nulidade, em nada abstrato, mas essencialmente apenas na negação de seu conteúdo particular, em outras palavras, que tal negação não é todas e cada uma das negações, mas a negação de um tema específico que se resolve … a negação … é uma Noção nova, mas mais elevada e mais rica do que sua antecessora; pois é mais rica pela negação ou pelo oposto da última, portanto a contém, mas também algo mais, e é a unidade de si mesmo e seu oposto” (Ciência da Lógica, Hegel).

Este processo ocorre em todos os níveis da natureza e da sociedade. Assim, os princípios filosóficos não podem ser esquemas predeterminados feitos na mente de algum gênio criativo. Eles devem ser descobertos por nós nos objetos que estamos estudando. É nossa tarefa, como Hegel exortou, “render-nos” ao material que estamos estudando a fim de compreender as leis internas de sua vida orgânica. Ao fazer isso, descobriremos padrões e leis que se replicam em toda a natureza e na sociedade humana.

A rejeição acadêmica de “grandes narrativas” e “universalismo” é essencialmente também a rejeição de qualquer legalidade mais profunda na natureza. Esses conceitos, dizem-nos eles, são elitistas e nos impedem de alcançar as “utopias” – ou “heterotopias”, para usar a palavra de Foucault – que podemos imaginar. Mas Hegel se opõe a qualquer conversa sobre liberdade subjetiva abstrata. Sem necessidade – ou legalidade – não se pode falar de liberdade. A verdadeira liberdade é a compreensão das leis que determinam o desenvolvimento. Na verdade, se a natureza agisse arbitrariamente sem quaisquer leis, não poderia haver liberdade. Se a gravidade fosse um poder aleatório, as pessoas estariam voando em todas as direções do espaço – presumindo que a matéria sólida pudesse ser formada! De que outra forma poderíamos falar sobre conhecimento e experiência? A mesma legalidade deve necessariamente se aplicar aos seres humanos e ao pensamento humano. Se não fossem as leis objetivas, qual seria o regulador final de nossos atos e intenções? Nenhuma sociedade poderia existir se não seguir certas leis e padrões que operam independentemente da vontade dos seres humanos.

A verdadeira liberdade, segundo Hegel, não é a rejeição da necessidade, mas a compreensão dela. Quanto melhor compreendermos as leis de nosso mundo, mais eficientemente podemos utilizá-las para o benefício da humanidade.

O beco sem saída do hegelianismo

O problema, no entanto, era que essas leis, na visão de Hegel, não eram as leis do desenvolvimento da natureza, mas as leis do desenvolvimento do espírito Absoluto ou ideia Absoluta – sobre o que, como Engels notou, Hegel não diz absolutamente nada. Engels explicou:

“O conceito absoluto [, segundo Hegel,] não só existe – não se sabe onde – desde a eternidade, é também a própria alma vivente de todo o mundo existente. Ele se desenvolve em si mesmo por meio de todos os estágios preliminares que são tratados longamente na Lógica e que estão todos incluídos nela. Em seguida, ela se ‘aliena’ ao se transformar em natureza, onde, inconsciente de si mesma, disfarçada de necessidade natural, passa por um novo desenvolvimento e finalmente retorna como a consciência do homem de si mesmo. Essa autoconsciência, então, se elabora novamente na história na forma crua, até que finalmente o conceito absoluto volta a si por completo na filosofia hegeliana. De acordo com Hegel, portanto, o desenvolvimento dialético aparente na natureza e na história – isto é, a interconexão causal do movimento progressivo do inferior para o superior, que se afirma através de todos os movimentos em ziguezague e retrocesso temporário – é apenas uma cópia [Abklatsch] do auto movimento do conceito acontecendo desde a eternidade, ninguém sabe onde, mas em todos os eventos independentemente de qualquer cérebro humano pensante” (Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã, Friedrich Engels).

Mas o espírito Absoluto – conceito, ideia etc. – são, em “espírito”, elementos completamente não hegelianos, que não fluem de nenhuma das investigações de Hegel. Na verdade, se você tirar o Absoluto do trabalho de Hegel, todos os pontos principais permaneceriam. Parece um andaime deixado ali depois que a casa foi construída. Hegel nunca poderia explicar como esse espírito Absoluto coincidiu com o mundo material através do qual se reflete. Assim, a filosofia de Hegel deixou a porta dos fundos aberta para um retorno a uma forma de dualismo, e é essa porta dos fundos que agora está sendo usada na academia para distorcer as verdadeiras realizações de Hegel.

Além disso, o insight óbvio que podemos extrair do método de Hegel é a mudança incessante, na natureza e na sociedade humana, de níveis inferiores para superiores, e a compreensão cada vez mais profunda da humanidade das leis que regem este processo. Não há objetivos ou limites definidos para este processo, porque, como diz Hegel: “O próprio fato de que algo é determinado como uma limitação implica que a limitação já foi transcendida”. E ainda assim Hegel coloca um limite definido e um objetivo final para a história e o pensamento humano. Na esfera social, esse objetivo é o Estado alemão e, na filosofia, é a dialética hegeliana.

Hegel desferiu um golpe mortal em todo o esquematismo e, por implicação, na filosofia no sentido clássico da palavra, como um sistema separado a ser imposto à realidade. E ainda assim ele acabou erguendo o maior de todos os esquemas e sistemas.

Como podemos explicar por que ele tirou essas conclusões? Hegel era cristão e pequeno-burguês na Alemanha em uma época em que a Alemanha estava atrasada entre seus pares europeus. A devastação da guerra dos 30 anos retardou o desenvolvimento do país. Nações como França, Grã-Bretanha e Holanda estavam dando grandes passos adiante com base na revolução burguesa. Mas a Alemanha não teve uma revolução e ainda era assombrada por relações feudais de propriedade.

A Alemanha estava muito atrás em termos de tecnologia, produção, estruturas estatais e relações de propriedade. As ideias, entretanto, podem fluir através das fronteiras sem impedimentos. Sob o estímulo das intensas lutas filosóficas na Europa durante o Iluminismo, a intelectualidade alemã desenvolveu-se enormemente e tornou-se a camada mais avançada da sociedade. Mas não conseguiu se livrar do jugo do provincianismo feudal e do filistinismo pequeno-burguês, que o cercou por todos os lados. Essa é a base material para a ambiguidade nas ideias de Hegel, que constantemente o leva para a borda externa do materialismo, sem nunca a cruzar completamente. O que se reflete nos lados idealistas e conservadores dos escritos de Hegel não é o espírito Absoluto, mas a própria posição pessoal e social de Hegel. Seu campo, a filosofia, é para Hegel a força motriz da história e é sua filosofia pessoal que marca o ponto culminante desse processo.

Além disso, Hegel tinha a desvantagem de ter precedido os grandes desenvolvimentos das ciências, como a Biologia, a Geologia e a Química, que revelavam a dialética em jogo em todos os níveis da natureza. Em certo sentido, a dialética de Hegel era em essência uma hipótese brilhante, mas, ainda assim, uma hipótese, envolta em um misticismo que a impedia de ser aplicável ao mundo material. Essa falha fundamental levou à desintegração da escola hegeliana logo após sua morte.

De Hegel a Marx

Cabia a Marx e Engels salvar de seus grilhões idealistas o núcleo revolucionário da filosofia de Hegel. Com base nisso, a dialética foi transformada em uma arma poderosa para a ação revolucionária:

“Assim, a dialética se reduziu à ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo externo quanto do pensamento humano – dois conjuntos de leis que são idênticas em substância, mas diferem em sua expressão na medida em que a mente humana pode aplicá-las conscientemente, enquanto na natureza e também, até agora, na maior parte da história humana, essas leis se afirmam inconscientemente, na forma de necessidade externa, em meio a uma série infinita de acidentes aparentes. Desse modo, a própria dialética dos conceitos tornou-se meramente o reflexo consciente do movimento dialético do mundo real e, assim, a dialética de Hegel foi invertida; ou melhor, tirou a cabeça sobre a qual estava montada e a colocou sob seus pés. E essa dialética materialista, que durante anos foi nossa melhor ferramenta de trabalho e nossa arma mais afiada …” (Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã, Friedrich Engels).

Lênin disse uma vez: “O marxismo é todo poderoso porque é verdadeiro”. Com isso ele quis dizer que o marxismo deriva suas ideias da realidade material. Não tem um esquema fixo que impõe à realidade, mas é resultado de uma investigação cuidadosa do mundo que nos rodeia. Dessa forma, o marxismo não é uma filosofia no sentido clássico da palavra.

Os marxistas são materialistas. Ao contrário dos idealistas, acreditamos que não há nada além do mundo material. Os pensamentos e ideias humanos são reflexos imperfeitos deste mundo material; e as leis da dialética não são as leis das ideias, mas as leis inerentes à própria natureza no nível mais geral. Por nossa interação com este mundo, somos capazes de descobrir essas leis. Os seres humanos e a mente humana são produtos da matéria organizada de uma maneira particular. Os indivíduos são livres para tomar suas próprias decisões. Mas, uma vez que damos um passo para trás, vemos imediatamente leis de ferro operando de forma independente e, muitas vezes em oposição à vontade dos seres humanos.

A maioria das pessoas comuns da classe trabalhadora não deseja nada além de uma vida pacífica. No entanto, na busca disso, eles se deparam com os obstáculos intransponíveis colocados à sua frente pela sociedade de classes. Consequentemente, precisamente entre aqueles que talvez estejam buscando uma vida harmoniosa, vemos uma radicalização maciça e conclusões cada vez mais revolucionárias.

A história humana revela essas leis da maneira mais impressionante. Antes de mais nada, os humanos precisam comer, dormir e subsistir. Nessa busca, desenvolvem ferramentas e meios de produção que aumentam sua produtividade. Em certo estágio, isso significa que uma parte da humanidade não precisa trabalhar para se sustentar. Esta parte pode viver do excedente criado por outros. Aqui, vemos a ascensão da sociedade de classes, que é impulsionada pela luta por esse produto excedente em si.

Em cada estágio da sociedade de classes, o desenvolvimento das forças produtivas conduz a enormes avanços para a humanidade. As primeiras sociedades de classe coincidiram com a revolução urbana, que foi um grande passo à frente para a humanidade. As sociedades de classes posteriores baseadas na escravidão coincidiram com o florescimento da ciência, da cultura e da filosofia em uma escala sem precedentes. Mas a escravidão, que atingiu seu ápice na Roma antiga, estava fadada a ceder sob o peso de suas próprias contradições. Das ruínas da sociedade escravista veio o feudalismo, que também se tornou um obstáculo e foi derrubado pela burguesia.

Em cada estágio, o pleno desenvolvimento de uma dada sociedade de classes leva à sua queda e sua substituição por outra. Hegel estava procurando as leis do desenvolvimento da filosofia em seu próprio campo. Embora seja verdade que a filosofia tem suas próprias leis internas, ela está totalmente ligada ao desenvolvimento da sociedade e das forças produtivas. A ascensão e queda das escolas de pensamento filosófico sempre correspondem à ascensão e queda de diferentes camadas, classes e sociedades de classes.

Cada classe revolucionária deve necessariamente ter uma filosofia revolucionária. A burguesia chegou ao poder com base na luta contra o feudalismo e o obscurantismo religioso. Veio ao mundo lutando para expor a Verdade e desnudando a hipocrisia e irracionalidade da sociedade feudal. Sua vitória foi um grande passo para a humanidade. O desenvolvimento sem precedentes das forças produtivas sob o capitalismo nos deu, pela primeira vez, a capacidade de tirar toda a humanidade da pobreza e da miséria generalizada. Mas o capitalismo também atingiu seus limites e agora se tornou um obstáculo para o progresso humano. Afirmar a verdade tornou-se uma ameaça ao próprio sistema, porque revela sua natureza podre e decrépita.

A filosofia revolucionária da classe revolucionária de hoje, a classe trabalhadora, deve ser o materialismo dialético. Trata-se de uma visão que assume a realidade como ela realmente é, ou seja, em sua totalidade e fluxo. A classe trabalhadora está lutando para acabar com toda sociedade de classes, toda opressão e, com ela, todas as ilusões, preconceitos e fetiches, que são os produtos ideológicos e muletas da sociedade de classes. Precisamos de uma filosofia totalmente materialista que compreenda as leis do movimento da sociedade humana, que estamos nos empenhando não apenas para mudar, mas para mudar em harmonia com as necessidades da humanidade como um todo.

Dentro da sociedade capitalista, a classe trabalhadora está se preparando para ser o seu coveiro. Uma classe que pode, de uma vez por todas, tirar a humanidade da barbárie da sociedade de classes e fazer da humanidade dona de seu próprio destino. A verdade agora se tornou uma arma revolucionária nas mãos da classe trabalhadora.

Portanto, para os marxistas, a liberdade, hoje, consiste em reconhecer esse processo, participar dele como um elemento consciente e não inconsciente, e ajudar a empurrar a humanidade para fora deste beco sem saída da sociedade de classes. Assim, pavimentamos o caminho para o desenvolvimento verdadeiramente livre e harmonioso da sociedade humana. Nesta luta, a dialética é a nossa arma mais forte, por isso temos uma dívida enorme com Hegel e é nossa tarefa defender este legado contra todos os ataques e distorções.

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TRADUÇÃO DE FABIANO LEITE.

PUBLICADO EM MARXIST.COM