Truculência contra professores em greve intensifica a luta dos servidores no DF

No dia do servidor público (28 de outubro) o governador do DF (Rodrigo Rollemberg)soltou seus cães de guarda, a PM, contra os professores em greve durante manifestação no Eixão. A brutal repressão provocou paralisação dos rodoviários, em solidariedade aos professores, e a ampliação das greves.

O segundo semestre de 2015 está deixando claro a que veio o governador Rodrigo Rollemberg (PSB): assegurar os lucros dos capitalistas atacando os serviços e os servidores públicos. No dia do servidor público (28 de outubro) o governador soltou seus cães de guarda, a PM, contra os professores em greve durante manifestação no Eixão. A brutal repressão provocou paralisação dos rodoviários, em solidariedade aos professores, e a ampliação das greves.

Os profissionais em assembleia do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), no dia 29, decidiram pela permanência da greve, e muitas escolas que estavam com o funcionamento parcial fecharam de vez as portas para aderir ao movimento. A luta dos trabalhadores se intensifica à medida que Rollemberg utiliza-se da violência policial, da criminalização do movimento, negando-se a realizar qualquer negociação.

A greve dos servidores públicos do DF completou três semanas no dia 27 de outubro, sem acordo com o governo. Os mais de 100 mil servidores em greve cobram seus direitos, como o reajuste salarial, que já havia sido parcelado, e que foi transferido para outubro de 2016. Os servidores da saúde estavam em greve nas 104 categorias, com seus 23 mil servidores, desde 8 de outubro, mas o Sindicato dos Empregados de Estabelecimentos de Serviço de Saúde (SindSaúde) decidiu retornar às atividades, em estado de greve, na manhã do dia 29 de outubro, diante da falta de negociações e do corte de ponto anunciado pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Já o Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico) mantém a greve, apesar das multas imputadas pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que a criminalizou, considerando-a ilegal e abusiva.

Outros setores estão enfrentando ataques, como os funcionários da Companhia Energética de Brasília que cogitam entrar em greve no dia 29 após negociação insatisfatória sobre reajuste salarial com a empresa. Os funcionários do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), em reunião do Sindser, realizaram paralisação no dia 18 para protestar contra perdas salariais em razão de mudança de carreira dos servidores. Os Bancários do Distrito Federal estavam em greve desde 6 de outubro e encerraram no dia 26. Assim como trabalhadores do Detran, DFTrans, DER, Procon, Terracap, Secretaria de Agricultura e do Na Hora estão se mobilizando pelos direitos e contra os atrasos. Neste cenário, faz-se urgente a unidade das categorias contra a repressão e retirada de direitos, a realização de comandos de greve unificados, capazes de responder à repressão organizada pelo GDF na justiça e nas ruas.

O caos instalado no DF vem em nome do aprofundamento da crise econômica no país. Esse tsunami que faz direitos caírem por terra, mas não questiona a Lei de Responsabilidade Fiscal, inatingível na lógica de jogar as contas nas costas da classe trabalhadora. O mesmo da Dívida Pública, que escoa aproximadamente metade da arrecadação nacional para especuladores e banqueiros internacionais. A CUT deveria estar mobilizando e unificando os combates, não defendendo saídas de conciliação com os interesses dos capitalistas e que atacam os direitos dos trabalhadores, como o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz a jornada de trabalho junto com a redução do salário.

A resistência cresce em cada canto do país. A nova geração de professores está se formando já na luta pela permanência do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), aprendendo na prática com a escola da luta de classes. Em todos os lugares, a disposição de luta nasce da própria contradição do sistema capitalista, que, segundo Marx, encerra em si os germes de sua própria destruição. É importante a organização e união das categorias que entram no cenário.

O ataque a um é um ataque a todos!

Abaixo a repressão e a criminalização da luta dos trabalhadores!

Unidade contra a retirada de direitos!

Em defesa do serviço público de qualidade!

Público, Gratuitos e Para Todos: Transporte, Saúde e Educação!