Todo pelego tem seu 1º de abril: greve dos garis

Depois da assembleia do dia 31 de março, em que os garis decidiram de maneira massiva pela continuidade da greve, a direção do sindicato do asseio e conservação (Siemaco-RJ) manobrou vergonhosamente contra todos os princípios de democracia sindical para suspender a greve da categoria, mas boa parte da categoria se mantém em greve e não caiu na armadilha da direção sindical.

A cidade do Rio de Janeiro é de clima tropical e até nosso poeta cantou as “águas de março”. E na noite de quinta-feira, 31, a cidade foi atingida por fortes chuvas. E como sempre acontece, porque a classe dominante nunca resolveu esse problema, tivemos pontos de alagamento pela cidade. Porém, Eduardo Paes (PSD) e a imprensa burguesa não perderam tempo e usaram as chuvas para culpar e atacar a greve. Isso é muita covardia contra aqueles, que não pararam de trabalhar durante a pandemia, vamos lembrar que dezenas de garis morreram de Covid-19 e outros milhares se infectaram. Eles têm o direito de terem suas reivindicações atendidas.

Mas o trabalho mais sujo ficou para os pelegos. Pressionada, a direção pelega do sindicato decidiu de forma unilateral, sem consulta a categoria, e logo após uma assembleia que decidiu a continuidade da greve, suspender a greve durante o final de semana para que a cidade fosse limpa, e a greve retomada na segunda-feira, dia 04 de abril. Fizeram isso espalhando áudios de WhatsApp para os trabalhadores e até mesmo ligaram para alguns para que retomassem o trabalho temporariamente.

Muitos garis, enganados, e sob essa pressão, voltaram no dia 1º de abril, mas grande parte da categoria se mantém em greve e realizou atos nos dias 1º e 2 de abril em frente à Central do Brasil. No dia 1º, reuniram cerca de duas mil pessoas e fizeram uma vibrante passeata pela Avenida Presidente Vargas até a sede da prefeitura. A Esquerda Marxista participou.

Esses atos estão sendo organizados pela oposição do sindicato e até o momento tem apoio dos professores e dos petroleiros do Rio de Janeiro e mais alguns sindicatos. Mas não havia um membro da direção do sindicato dos garis nos atos em frente à Central do Brasil. Os Garis estão construindo essa greve apesar e contra a direção do seu próprio sindicato, hoje ela funciona como um grande obstáculo.

Todos os demais sindicatos e Centrais Sindicais de esquerda precisam se unificar em solidariedade ao apoio à combativa greve dos trabalhadores da limpeza do Rio de Janeiro. Essa luta é um exemplo para as massas de como enfrentar a crise: se organizando e lutando contra a burguesia e contra os pelegos traidores.

A categoria luta por um aumento salarial de 25% para repor a inflação dos últimos três anos de congelamento salarial e a prefeitura apresentou, no dia 30, uma proposta ridícula de 10% de aumento, escalonados da seguinte forma, 6% agora, 2% em agosto e 2% em novembro.

  • Todo apoio a greve dos garis!
  • Pela readmissão dos garis demitidos!
  • Pela estatização dos serviços de limpeza urbana!
  • Trabalhadores de todos os países, uni-vos!

Rio de Janeiro, 02 de abril de 2022.