Por um Encontro Nacional Operário e Popular!

Na Sexta-Feira passada, dia 14/08, milhares foram às ruas nos atos chamados pelas centrais sindicais e movimentos sociais. Os militantes da Esquerda Marxista de diversos sindicatos e entidades estudantis distribuíram um panfleto com propostas de luta.

Íntegra do panfleto:

Construir a unidade e a mobilização da classe trabalhadora para impedir as demissões
e conquistar a estabilidade!

Aos trabalhadores e suas organizações

O mundo está sendo varrido por uma gigantesca crise. E o Brasil está cada vez mais entrando nela com força, apesar das constantes declarações do governo de que a crise já vai acabar.

A verdade é que foram mais de meio milhão de empregos destruídos no setor industrial, só no estado de São Paulo. A produção industrial no Brasil caiu mais de 13,4% no primeiro semestre de 2009. E a exportação de produtos industrializados caiu mais de 30%!
Se há um setor atingido pela crise é o setor industrial. São principalmente os operários que estão pagando pela crise. Nas fábricas que preservam o emprego a conversa é diminuir a jornada e diminuir os salários. Hoje diminuem as horas extras, mas não se contrata ninguém. E se contratam é por salário inferior aos dos trabalhadores que demitiram. Apenas aumentam a exploração dos trabalhadores.

As demissões já se estendem por todo o Brasil. Milhões de metalúrgicos, químicos, vidreiros, plásticos, ferroviários, mineiros, todos os trabalhadores estão sendo atingidos.

As previsões sobre a economia brasileira vêm desabando dos iniciais 5% (anunciados pelo governo em 2008) para a realidade de um PIB de -1%, em 2009.

Na metade de 2009, já temos 3 milhões de desempregados só nas seis principais regiões metropolitanas. E o emprego industrial, coração do sistema, cai todos os meses. O aumento em serviços não compensa a queda e ainda, sabemos, não resolve nada para o futuro.

Em 2008, a produção industrial no setor automobilístico e no setor de mineração caiu 22,5%. A Produção Industrial Mensal acumulada no 1º semestre de 2009 já registra o desastre para os trabalhadores: retração de -13,4%, em relação aos seis primeiros meses de 2008, a maior queda semestral em 34 anos!

Cada vez que uma fábrica fecha cria-se um cemitério de postos de trabalho. Quando as fábricas abrem é como se a primavera florescesse para as famílias operárias.

Companheiros, não é possível permitir que depois de terem lucrado bilhões, agora os capitalistas descarreguem em nossas costas a crise, demitindo, fechando fábricas e outras empresas.

É preciso resistir e abrir caminho para a construção de outra sociedade que não esteja baseada no lucro, mas na satisfação das necessidades do povo trabalhador, onde se garanta o pleno emprego e todas nossas reivindicações. É preciso realizar já a Reforma Agrária acabando com o latifúndio e colocando as terras sob controle dos trabalhadores do campo e da cidade.

É preciso agir para construir a unidade e a mobilização da classe trabalhadora para impedir as demissões e conquistar a estabilidade!

Esta unidade precisa ser construída desde a base, desde as fábricas, as ferrovias, as minas, todas as empresas, e chegar até as direções de nossas organizações, sindicatos, federações e a CUT, a grande Central Sindical deste país.

Como construir a unidade e a mobilização da classe trabalhadora para impedir as demissões e conquistar a estabilidade?

Dirigimo-nos aos irmãos trabalhadores, às direções sindicais, às federações e principalmente à Executiva Nacional da CUT para que organizem discussões na base. Reuniões e assembléias para unitariamente encontrarmos o caminho para enfrentar os patrões e conseguir do governo Lula medidas reais para salvar as famílias dos trabalhadores.

O governo que elegemos tem o poder de decretar, com uma medida provisória, a proibição das demissões e a estatização das fábricas que ameacem demitir ou quebrar. O governo pode confiscar a riqueza acumulada dos patrões que fecham fábricas ou demitem massivamente. Como conquistar isso?

Vamos buscar apoio em cada local de trabalho, organizar reuniões e assembléias e vamos escolher representantes para realizar um Encontro Nacional Operário e Popular para discutir como conquistar a estabilidade e impedir as demissões, como abrir um caminho nesta crise.

Neste Encontro Nacional Operário e Popular vamos discutir como construir a unidade da classe trabalhadora e de nossas organizações, como mobilizar nacionalmente, organizar manifestações e preparar a Greve Geral contra a crise!

Para ter direito ao futuro devemos agora defender cada uma de nossas poucas conquistas. E isso começa pelo emprego e por nossos direitos. Para que um dia não soframos mais as crises e as humilhações que os capitalistas nos impõem hoje é preciso lutar. Nenhum passo atrás!

– Impedir as demissões. Conquistar a estabilidade!
– Defender as reivindicações e as conquistas!
– Romper com a burguesia e lutar pelo Socialismo!
– Por um governo dos trabalhadores do campo e da cidade!
– Por um Encontro Nacional Operário e Popular!

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