A poucos dias do fim do prazo para o envio da proposta orçamentária de 2013 ao Congresso Nacional (termina no dia 31/08), os servidores públicos federais continuam em luta por melhores condições de trabalho e reajustes salariais.
A greve dos servidores acaba de ganhar um novo reforço: a adesão dos trabalhadores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal que já atinge 12 estados.
Contrariando a história do PT, governo corta ponto de 11,5 mil trabalhadores
Tentando reprimir o movimento grevista, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, declarou que serão aplicadas sanções aos grevistas e chegou de ameaçar mandatos de prisão aos trabalhadores que “infringirem a lei”, nas palavras do ministro.
O Ministério do Planejamento via ministra Miriam Belchior anunciou o corte do ponto de 11.495 funcionários do Executivo. No total, o governo vai deixar de pagar R$ 20,6 milhões em salários em agosto.
O Ministério da Saúde teve o maior contingente de servidores sem receber salário integral em agosto, com 1,6 mil trabalhadores (5,7% do total da força de trabalho da Pasta).
No Ministério da Justiça, que enfrenta paralisações na Polícia Federal (PF) e na Polícia Rodoviária Federal (PRF), 1,5 mil servidores sofreram corte de ponto neste mês, o que equivale a 5,3% do total dos seus funcionários.
No Ministério da Ciência e da Tecnologia, mil funcionários da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) tiveram o ponto cortado. O efetivo corresponde a 40,5% do total de servidores do órgão.
Os fiscais federais agropecuários tiveram 54 pontos cortados. A paralisação da categoria levou o Executivo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para obrigar os fiscais a manter efetivo de 70% a 100% em algumas atividades de fiscalização consideradas essenciais.
A greve dos servidores já atinge 40 categorias pelo Brasil. Os trabalhadores estão exercendo seu legítimo direito de greve e o atendimento das reivindicações significa melhores serviços públicos para toda população.
É inaceitável a postura do governo do PT de endurecer as negociações e aceitar que seus ministros declarem guerra contra os trabalhadores. Essa atitude do governo Dilma é reflexo direto da política de coalizão de classe. A aliança com os partidos da burguesia (PMDB, PP, PSB entre outros) impede que o governo atenda as reivindicações dos trabalhadores, mas essa mesma aliança empurra o governo a continuar destinando bilhões aos empresários, via isenção de impostos, concessões de serviços e pagamento da criminosa dívida pública.
É preciso uma virada à esquerda, é preciso que o governo do PT se volte para as suas origens, rompendo com Sarney, Collor, Michel Temer, Maluf e outros representantes dos capitalistas. Só assim será possível um governo genuinamente do povo, abrindo o caminho para uma sociedade melhor de se viver, sem exploração e humilhação do povo trabalhador.
Viva as greves dos servidores públicos, viva a luta dos trabalhadores!