Foto: J. Tewell

O Japão se encaminha ao desastre

Neste artigo escrito em 1933, Trotsky trata da política imperialista japonesa no momento em que o país parecia capaz de “dominar não só o continente asiático, mas também o mundo inteiro“. Trotsky realiza uma análise que vai além da superfíce para mostrar que a situação real era bem diferente, tese que foi comprovada nos anos posteriores. Além de um importante documento histórico, o presente artigo é uma aula de como aplicar o método marxista para compreensão da realidade.

O mito da invencibilidade

As classes dominantes do Japão se encontram em uma situação de tal ordem que, sem dúvida, os êxitos lhes subiram à cabeça. Encontraram a forma de superar dificuldades internas sem precedentes através de uma política exterior de conquistas e de ameaças, ou da utilização da força. Triunfaram por todos os cantos. Com todo o cinismo do caso, violaram os tratados internacionais e, sob o pretexto de fundar um Estado independente, anexaram um enorme país [a Manchúria]. A Liga das Nações elabora incontáveis informes que não servem para nada. Os Estados Unidos guardam um silêncio cauteloso. A União Soviética gira em direção a uma política de concessões. Verdadeiramente, é como se o Japão fosse invencível e seus amos estivessem destinados a dominar não só o continente asiático, mas também o mundo inteiro. Mas, é realmente assim?

Há menos de quatro décadas a pequena nação insular derrotou o gigante chinês tanto por terra quanto por mar. O mundo inteiro ficou atônito. Quatorze dias depois da assinatura do Tratado de Shimonoseki1, o famoso geógrafo alemão Richthofen afirmou que o Japão havia alcançado a “igualdade” e se elevado ao nível de uma grande potência. Dez anos mais tarde, ocorreu um milagre ainda maior: o Japão derrotou de forma rotunda a Rússia czarista. Não muitos previram tal desenlace. Entre os poucos que o fizeram estavam os revolucionários russos. Mas, naqueles tempos, a quem poderia interessar o que eles dissessem? O prestígio do império foi se elevando em proporção às suas surpreendentes vitórias sobre dois países vizinhos cuja população conjunta era dez vezes maior que a sua.

A participação japonesa na guerra mundial [Primeira Guerra Mundial – NDT] se reduziu às grandiosas operações policiais avançadas no Extremo Oriente e especialmente no Mediterrâneo. Mas sua presença no bando vitorioso e o rico butim conquistado contribuíram para aumentar ainda mais o sentimento de orgulho nacional dentro das classes dominantes japonesas. Os “vinte e um mandamentos” impostos na China no início da guerra – depois de o Japão romper os tratados humilhantes – mostraram diante do mundo a voracidade do imperialismo japonês.

O memorando do general Tanaka2, escrito em 1927, expunha um programa elaborado no qual as ambições nacionais alcançavam a máxima expressão de megalomania. Documento assombroso! Os desmentidos oficiais não debilitam em nada seu poder de convicção, é impossível forjar essa classe de documentos. E, de qualquer forma, a política exterior japonesa dos últimos anos é uma prova irrefutável da autenticidade do documento.

A conquista da Manchúria foi realizada por forças relativamente insignificantes: entre quatro a cinco divisões do Exército, que somavam escassamente cinquenta mil efetivos, com apoio aéreo e bombardeiros, se concentraram rapidamente na Manchúria. A intervenção pareceu mais a uma operação de instrução militar do que a uma guerra. Maior ainda a “honra” do estado-maior de Tóquio!

Não obstante, a invencibilidade militar do Japão é um mito piedoso que, embora até o momento tenha rendido grandes vantagens, em última instância se despedaçará inexoravelmente contra a realidade. Até agora o Japão não teve a oportunidade de medir suas forças com as forças das nações avançadas. Seus êxitos, por mais brilhantes que sejam, derivam da superioridade do atraso diante do grande atraso. O princípio da relatividade é tão válido no terreno militar quanto em qualquer outro. Houve uma época em que o império dos czares parecia ir de conquista em conquista; o remoto principado de Moscóvia se transformou em um dos Estados mais poderosos do mundo, que se estendia sobre dois continentes, desde o Atlântico até o Pacífico. Todos os manuais escolares qualificavam como invencíveis aos exércitos do czar. Contudo, a verdade é que a velha Rússia, baseada em um campesinato semi-servil, só obteve vitórias reais e duradouras na luta contra as tribos semibárbaras da Ásia Central e do Cáucaso e contra Estados em decomposição interna, como a Polônia governada pela szlachta (nobreza feudal) ou a Turquia dos sultões. Em geral, a partir da Revolução Francesa, o Exército czarista foi a personificação do desmoronamento e da impotência. É verdade que, entre 1907 e 1914, se reformaram e fortaleceram o Exército e a Marinha, com a ajuda das Dumas patrióticas. Mas a prova da guerra mundial trouxe consigo a amarga desilusão: o Exército russo obteve vitórias técnicas enquanto teve que enfrentar as forças centrífugas do império austro-húngaro; na escala mais ampla da guerra em seu conjunto, o Exército mostrou novamente sua inépcia.

Os coeficientes que indicam a força relativa dos exércitos devem ser determinados em cada caso particular; não se pode tomar como base as supostas qualidades imutáveis da “raça”, mas a combinação de certos fatores sociais e históricos: os recursos naturais do país, o nível de seu desenvolvimento econômico, as relações entre as classes e as qualidades do próprio Exército: o material humano que compõe seus efetivos, o corpo de oficiais, suas armas e apetrechos, o órgão de comando. Expressando este conceito na linguagem das cifras – só para ilustrar a ideia porque, naturalmente, as cifras não pretendem ser precisas – podemos dizer que, quanto à capacidade de combate, a relação entre o Exército russo de 1914 e o Exército russo de 1907 era, pelo menos, de três para um. Não obstante, sua relação com o Exército alemão era aproximadamente de um para três. Da mesma forma, assim como no princípio do século o Exército japonês era duas ou três vezes melhor que o Exército czarista, isso não impede que seja inferior, na mesma proporção, às forças armadas dos países avançados.

É inegável que, desde a época da guerra com a Rússia, o Japão progrediu econômica e culturalmente o suficiente para alinhar o seu armamento ao nível alcançado pela tecnologia mundial. No entanto, este critério isolado é sumamente enganoso. A verdadeira capacidade militar de um exército não reside nas armas exibidas nos desfiles ou amontoadas nos arsenais, mas nas armas que estão implícitas no poderio produtivo da indústria do país. A indústria japonesa viveu uma extraordinária expansão durante a guerra e, em seguida, retrocedeu drasticamente nas crises do pós-guerra. O militarismo japonês quer viver das ilusões engendradas pelo boom da guerra, ignorando o deslocamento da economia e devorando a metade do orçamento nacional. As relações entre o militarismo japonês e a economia nacional, por um lado, e entre a indústria do Japão e a indústria de seus inimigos potenciais, por outro, nos fornecem índices de excepcional importância, se não absolutamente decisivos, para analisar as perspectivas que os diferentes bandos enfrentam em uma guerra futura. E, para o Japão, tais índices são sumamente desfavoráveis.

De acordo com o memorando do general Tanaka – e também segundo a lógica da situação – o império do Mikado tem previstas duas guerras: uma contra a URSS e outra contra os Estados Unidos.

O cenário da primeira seria o maior dos continentes; o da segunda, o mais amplo dos oceanos. Ambas as guerras supõem operações sobre vastas extensões de terra que envolveriam, consequentemente, lapsos consideráveis de tempo. Mas, quanto mais prolongada seja a guerra, maiores serão as vantagens de um povo armado sobre um exército proeminente, da indústria em seu conjunto sobre as fábricas de munições, da realidade cultural e econômica sobre as manobras estratégicas.

A renda nacional per capita do Japão é de apenas 175 ienes, várias vezes menor que a dos países europeus, e sem falar da norte-americana; é, pelo menos, um terço mais baixa que a da URSS. A indústria japonesa é fundamentalmente uma indústria ligeira, isto é, atrasada. Os operários têxteis constituem 51% do total, enquanto os metalúrgicos e os construtores de maquinaria apenas ascendem a 19%. Os Estados Unidos consomem 1.413 kg de aço por pessoa; os países da Europa ocidental, 612; a União Soviética, mais de 192; o Japão, menos de 165. E a guerra moderna é travada com metais. Admitamos que a Manchúria abra grandes perspectivas à indústria japonesa. Mas as grandes perspectivas requerem grandes inversões de capital e de tempo. E aqui falamos em termos do que existe e do que não pode ser alterado profundamente em poucos anos.

Além disso, os combatentes são seres humanos, não máquinas. Tudo indica que ao Japão não lhe vai melhor no terreno dos recursos humanos do que no terreno dos objetos inanimados.

O Exército japonês, construído com base no velho modelo prussiano, contém, em termos exagerados, todos os vícios do Exército Hohenzollern e nenhuma de suas virtudes. O próprio Bismarck disse uma vez que é possível copiar os regulamentos prussianos, mas não se pode falsificar um tenente prussiano. Mais difícil ainda é falsificar um soldado prussiano.

Ademais, o militarismo também deve pagar pelo nível de vida extremamente baixo das massas populares. O Japão é a terra da tuberculose e de todo tipo de enfermidades derivadas da desnutrição. A taxa de mortalidade é a mais alta dos países avançados e aumenta ano após ano. A guerra moderna exige algo mais que estar disposto a morrer em manada; requer, antes de mais nada, resistência individual, habilidade física, nervos de aço. As qualidades que permitiram ao Japão vencer os chineses e os russos são as virtudes do velho Japão: uma organização centralizada e moderna que transformou a submissão feudal em disciplina militar. O Exército japonês carece de qualidades como iniciativa, inventiva e capacidade de tomar decisões próprias, e não tem onde buscá-las. O regime militar feudal jamais poderia fomentar o desenvolvimento da personalidade. Nem a aldeia oprimida e empobrecida nem a indústria japonesa, principalmente a têxtil, na qual predomina o trabalho feminino e infantil, podem proporcionar soldados capacitados para acompanhar a tecnologia moderna. Uma grande guerra mostrará a veracidade desta afirmação.

De forma alguma este ensaio pretende sugerir que a guerra com o Japão seria coisa fácil ou que não é aconselhável negociar com esse país. Consideramos que a política extremamente pacífica – às vezes aparentemente demasiado conciliadora – do governo soviético para com o Japão é essencialmente correta. Mas que haja guerra ou paz não depende, por natureza, de um só bando, mas de dois. Tanto a política que tende a buscar a paz quanto a política beligerante devem se basear em uma apreciação realista da relação de forças. E, nesse sentido, a ideia hipnótica da suposta invencibilidade do Japão já passou a ser um fator muito importante nas relações internacionais. Da mesma forma, no início do século 20, o excesso de confiança da camarilha petersburguesa levou a um enfrentamento militar. O estado de ânimo da cúpula governante japonesa lembra o estado de ânimo que imperava na burocracia czarista às vésperas da guerra russo-japonesa.

Guerra e revolução

A era da transformação japonesa, iniciada em 1868 – pouco depois das transformações na Rússia e da Guerra Civil dos Estados Unidos – reflete o instinto de sobrevivência das classes dominantes; não foi, como dizem alguns autores, uma “revolução burguesa”, mas a tentativa burocrática de subornar essa revolução.

A Rússia, cujo desenvolvimento foi tardio, e que percorreu o mesmo caminho do Ocidente em um lapso de tempo muito mais breve, necessitou de três séculos para passar da liquidação do isolamento feudal, sob Ivan o Terrível, passando pela ocidentalização sob Pedro o Grande, até as primeiras reformas liberais de Alexandre II3. A chamada Restauração Meiji incorporou, em um par de décadas, as características fundamentais dessas três grandes eras do desenvolvimento russo. Tratando-se de uma marcha tão forçada, o desenvolvimento cultural não podia ser homogêneo em todos os terrenos. Ao mesmo tempo em que aplicava a tecnologia moderna – sobretudo, a militar – para obter resultados práticos a toda carreira, ideologicamente o Japão permanecia submerso na Idade Média. Essa combinação apressada de Edison com Confúcio deixou sua marca em toda a cultura japonesa.

A tão banal asseveração de que os japoneses, “por natureza”, são capazes de imitar, mas não de criar sequer merece ser refutada. Toda nação em vias de desenvolvimento, como todo jovem artesão, escritor ou artista, começa sua carreira imitando, que é uma forma de aprendizado. No entanto, é verdade que, pelo menos no momento, todas as esferas da vida intelectual japonesa se caracterizam por certo empirismo imitativo. A força de suas estatísticas reside em seu realismo cínico, combinado a uma formidável incapacidade de generalização. Mas aqui reside, também, sua debilidade, não têm a menor ideia das leis que governam o desenvolvimento das nações modernas, incluída a sua. O documento programático de Tanaka é assombroso pela combinação de uma perspicaz penetração nos aspectos empíricos do problema com a cegueira a respeito da perspectiva histórica. Tanaka toma como base de seu “programa sagrado” de conquistas o “testamento” imaginário do imperador Meiji, e, em seguida, expõe o desenvolvimento futuro da humanidade como uma espiral crescente de anexações japonesas. Com os mesmos objetivos, o general Araki4 utiliza os princípios morais do xintoísmo, a religião do Mikado. Se pessoas de semelhante catadura intelectual são capazes em determinadas circunstâncias, de obter êxitos formidáveis, não serão menos capazes de afundar o seu país em um desastre de proporções magnas.

Nenhum Estado moderno chegou a sua forma atual sem haver passado por uma revolução ou uma série delas. Em troca, o Japão contemporâneo não passou por uma reforma religiosa, nem por uma era de iluminismo, nem por uma revolução burguesa, nem por uma verdadeira escola democrática. A ditadura militar foi, em certa medida, benéfica para o jovem capitalismo japonês ao garantir a unidade na política exterior e uma disciplina implacável no interior. Mas, agora, a existência de poderosas características feudais se converteu em um freio terrível para o desenvolvimento do país.

A servidão feudal do campesinato não só se mantém intacta; a pressão do mercado e do tesouro estatal a incrementaram de forma monstruosa. Os camponeses arrendatários pagam aos latifundiários em torno de 750 milhões de ienes por ano. Para se compreender o significado desta soma basta recordar que o campesinato russo, que supera numericamente ao japonês em cerca de 250%, pagava aos latifundiários menos de meio bilhão de rublos, e esse tributo foi suficiente para irritar o mujique até o ponto de levá-lo a realizar uma revolução agrária de imensa envergadura.

Os costumes da servidão agrária se espalharam à indústria: jornadas de trabalho de onze ou doze horas, barracas que servem de moradia aos operários, salários miseráveis e dependência servil do operário em relação ao seu patrão. Apesar da energia elétrica e do avião, as relações sociais estão impregnadas de espírito medieval. Tenhamos em conta que no Japão contemporâneo subsiste a casta dos párias.

Em virtude das circunstâncias históricas, a burguesia japonesa entrou na etapa de expansão agressiva sem haver rompido com a servidão medieval. Esta é a origem do maior perigo que ameaça ao Japão; a estrutura militarista está erguida sobre um vulcão social. Na queda do czarismo – fenômeno que os assessores do Mikado deveriam estudar com todo cuidado – as nacionalidades oprimidas, que constituíam 53% da população do velho império russo, desempenharam um papel de grande importância. A homogeneidade da mãe pátria seria uma grande vantagem para o Japão se sua indústria e seu Exército não dependessem de Formosa, da Coreia e da Manchúria. Somando a população da Manchúria, há agora quase 50 milhões de chineses e coreanos oprimidos contra 65 milhões de japoneses. Esta poderosa reserva revolucionária constituirá um grande perigo para o regime em caso de guerra.

As greves dos camponeses arrendatários, o terrorismo agrário, as tentativas dos camponeses de se ligar aos operários, são todos sinais inconfundíveis da revolução que se avizinha. A estes sintomas se somam outros, quiçá menos espetaculares, mas igualmente claros. Espalha-se o descontentamento em meio à intelectualidade, de cujas fileiras provêm os oficiais e os funcionários do governo. As organizações ilegais possuem células em todas as escolas e universidades. A burguesia está encolerizada com seus militares, apesar de depender totalmente deles. Os generais maldizem contra seus aliados capitalistas. Cada um está furioso com os demais.

Os soldados profissionais, descendentes ou imitadores do samurai, buscam se vincular ao campesinato rebelde por meio de consignas demagógicas, ao estilo do nazismo alemão. Mas estes vínculos são artificiais e não podem ser duradouros. Os samurais querem voltar para trás. Os camponeses esperam uma transformação agrária. No caso de se produzir uma guerra em grande escala, os oficiais profissionais seriam substituídos por uma massa de oficiais da reserva e de outros improvisados provenientes da intelectualidade: daí surgirão os dirigentes revolucionários do campesinato e do próprio Exército. Isso, que é válido para as forças terrestres, aplica-se em maior grau à marinha. Dentro dos cascos de aço dos navios militares, os restos feudais adquirem uma força explosiva. Recordemos as revoluções russas de 1905 e 1917 e a alemã de 1918!

Em síntese. O Japão é mais débil economicamente que qualquer um de seus possíveis adversários em uma grande guerra. A indústria japonesa não estará em condições dentro de vários anos de prover de armas e apetrechos a um Exército de milhões de efetivos. O sistema bancário japonês, incapaz de sustentar o peso do militarismo em tempos de paz, seria derrubado no próprio início de uma grande guerra. O soldado japonês não está à altura das necessidades da tecnologia e da guerra modernas. A população é profundamente hostil ao regime. Os objetivos de conquista não bastam para unificar uma nação dividida. Com o chamado às fileiras, centenas de milhares de revolucionários, atuais ou potenciais, ingressariam no Exército. A Coreia, a Manchúria e, por trás delas, a China demonstrariam na ação o ódio mortal que sentem pelo jugo japonês. A constituição social do país se desgastou; os grampos se abrem. Engessado na ditadura militar, o Japão oficial tem um aspecto imponente, mas a guerra não tardaria em varrer implacavelmente esses mitos e ilusões.

Não fizemos a comparação entre o Exército japonês e o Exército Vermelho: isso seria tema de outra discussão. Mas, embora se distorçam os fatos em favor do Japão e se postule uma suposta igualdade de recursos materiais, subsistirá uma profunda diferença no terreno da moral militar. A história nos demonstra que as derrotas militares dão lugar a revoluções; mas também nos ensina que as revoluções vitoriosas, que despertam o povo e temperam o seu espírito, lhe conferem um dinamismo e uma energia enormes no campo de batalha.

Para o bem de ambos os povos e da civilização em seu conjunto, esperemos que os militaristas japoneses não brinquem com sua sorte.

Leon Trotsky
12 de julho de 1933

TRADUÇÃO DE FABIANO LEITE.
ORIGINALMENTE PUBLICADO EM MARXISTS.ORG

Notas:

1 O Tratado de Shimonoseki. Assinado em 1895, pôs fim à guerra sino-japonesa de 1894-1895. 

2 O barão Gichi-Tanaka (1863-1929): primeiro-ministro do Japão em 1927, quando levou ao imperador um “Memorando” em que expunha em detalhes um programa japonês de expansão imperialista, empenhando-se pelo controle da Manchúria e chegando a dominar gradualmente a China, Indonésia, os arquipélagos do Mar do Sul, as províncias marítimas da URSS, a Índia e toda a bacia do Pacífico. Em 1940, pouco antes de morrer, Trotsky escreveu um artigo, O Memorando de Tanaka, onde explica como o serviço de espionagem soviético obteve uma cópia do documento em meados da década de 1920.

3 Ivan IV (o Terrível): viveu entre 1533 e 1584; Pedro I (o Grande): de 1682 a 1725; Alexandre II: de 1855 a 1881.

4 O general Sadao Araki (1887-1966): combateu na guerra russo-japonesa e na Primeira Guerra Mundial. Foi ministro da guerra de 1932 a 1934; membro do conselho assessor do gabinete de 1937 a 1938; ministro da educação de 1938 a 1940. Em 1948, foi sentenciado à prisão perpétua por seus crimes de guerra, mas recuperou a liberdade em 1955.