Foto: Alan Santos

O dia D de Temer

Ah, Eles que temem tanto a revolução

Temer se desdobrou nos últimos dias. Afinal, a política do governo é antes de tudo salvar a própria pele. Assim, a liberação das chamadas emendas parlamentares (emendas feitas ao orçamento pelos parlamentares, em geral com obras pequenas nas prefeituras e cidades, como jardins, pontes, asfaltamento de ruas, escolas, etc) atingiu o ápice dos últimos tempos. Além disso, uma Medida Provisória foi feita explicitamente para os ruralistas.

Explicando melhor: os ruralistas perderam uma ação que tinham no STF e deveriam pagar um valor que devem à previdência e não pagavam (já têm uma das menores alíquotas de contribuição a previdência e ainda pagavam a menos). O valor a ser pago deveria ser algo em torno de R$ 8 a 10 bilhões, sem contar juros e correção monetária.

Temer, com a sua MP, permite um parcelamento desse valor, com juros e multas reduzidos, em até 180 meses (10 anos). Quem dera os trabalhadores tivessem prazos desses, com redução de multa, quando negociam qualquer débito bancário! Os juros foram zerados, e a multa reduzida a 25% do seu valor! E como o débito foi a justiça e os “coitados” dos ruralistas tinham que pagar os honorários advocatícios para a União, esses também foram reduzidos para 25%.

Além disso, para não ter mais problemas com o Judiciário malvado, a alíquota da previdência dos ruralistas é rebaixada de 2% do valor da venda da produção para 1,2% (redução de 40%). Sim, explicitamente é apenas “um ato legislativo”. Mas na prática significa tirar dinheiro da previdência, que o governo diz estar falida para garantir o mandato do Sr. Temer, este sim, politicamente falido.

Enquanto isso acontece, o que faz a oposição? Discute se deve ou não dar quórum na votação da denúncia.

Ora, Ora, pois, pois. Não deveria ter ido a oposição, nestes dias de “feriado legislativo”, em todas as praças e ruas, nas portas das fábricas e empresas, com carros de som e panfletos, chamando o povo a se manifestar contra Temer e pelo fim do seu governo e deste Congresso Nacional que se satisfaz com tão pouco? Mas, aí, ao que parece os ecos distantes de 1917, cem anos depois, ecoam em ouvidos que temem mais a revolução que o desvalido governo Temer.