O combate da Chapa Cutista no SINTRASEM

                                                               

Tiago Duarte do Nascimento*
Nos dias 3 e 4 de agosto de 2011 ocorreu a eleição para o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Florianópolis (SINTRASEM/CUT). Com 1.581 votos, a categoria elegeu a Chapa 2 “Unidade e Luta – Manter e Conquistar Direitos”. Sob a defesa da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a nova diretoria será composta por militantes das tendências internas da CUT: Esquerda Marxista, O Trabalho e Corrente Socialismo e Democracia, e independentes.


A Chapa 1 “Avançar na Luta – Com Unidade e Democracia”, que está atualmente na diretoria da entidade, foi formada por membros do PSOL/Intersindical, PSTU/Conlutas e PcdoB/CTB e recebeu 918 dois 2.499 votos válidos.
A construção da Chapa 2 teve início juntamente com o VII Congresso do SINTRASEM, convocado pela atual diretoria, eleita em 2009. O principal objetivo desse grupo era a desfiliação do sindicato à CUT. Porém, a defesa da Central aglutinou diversos servidores que, lutando ao lado de companheiros da Esquerda Marxista, garantiram no congresso a manutenção da filiação.  Mesmo assim, essa diretoria tentou diversas vezes impedir a categoria de participar nas instâncias da CUT. Prova disso foi uma assembleia em novembro de 2010 chamada para eleger delegados ao congresso da FETRAM-SC/CUT, na qual foi colocado em votação a não participação na atividade. Outro exemplo aconteceu na última semana, com a falta de compromisso em chamar a assembleia que elegeu os delegados para 13º Plenária da CUT.
Com o agrupamento CUTista fortalecido, surgiu a Chapa 2 que conta com nomes já conhecidos por sua luta na categoria, como Rosangela Soldatelli (Presidente), Marcio Bittencourt (Tesoureiro), João Thomaz, Márcia Luzia e Alex Sandro, entre outros companheiros.


Além de ter como principal diferença a defesa de centrais sindicais distintas, as duas chapas divergem em métodos de construção dentro do SINTRASEM. A atual diretoria defendia a organização das reivindicações e a luta para conquistá-las por setores, não unificando os trabalhadores. A falta de identificação com a CUT também a levou ao isolamento das lutas nacionais, como a aplicação da Lei do Piso Nacional do Magistério. A Chapa 2 propôs a unificação real da categoria e, para isso, defendeu a aplicação do Piso Nacional do Magistério, a construção e implementação do Plano de Cargos e Salários do Civil e a redução da jornada de trabalho na COMCAP, comprometendo-se a estar presente nos locais de trabalhando e construindo essas lutas.
Com o apoio de diversos sindicatos e da CUT-SC, a Chapa 2 fez uma campanha forte e conseguiu dialogar com grande parte dos trabalhadores, mostrando as principais diferenças e apresentando propostas reais para a categoria.
O resultado da eleição evidenciou que os servidores compreenderam a diferença política entre as duas chapas e optaram pelo retorno de um sindicato comprometido com os trabalhadores. Só com unidade e luta a categoria irá manter e conquistar direitos!
*Tiago é militante da Esquerda Marxista e Diretor da Federação dos Trabalhadores Municipais de Santa Catarina (FETRAM-SC/CUT)