O 8 de Março e a Luta Contra o Governo Bolsonaro

Esta é a declaração que a Esquerda Marxista e o movimento Mulheres Pelo Socialismo apresentarão nas manifestações deste 8 de março que ocorrerão pelo país.

Celebramos mais um 8 de março, data marcada historicamente pela luta das mulheres trabalhadoras. Revoluções foram feitas, direitos foram conquistados, com a participação decisiva de mulheres que enfrentaram a ordem estabelecida. Porém, na sociedade capitalista nenhuma conquista é permanente, a crise econômica mundial tem significado retiradas de direitos, com novos ataques no horizonte. A classe trabalhadora precisará se mobilizar para barrar a ofensiva da burguesia e abrir o caminho para a derrubada deste sistema decadente.

A aprovação da Reforma da Previdência é prioritária para o governo Bolsonaro, servil aos interesses do mercado financeiro e do imperialismo.

[table id=11 /]

Entre outros ataques, como a criação do regime de capitalização, a proposta aumenta o tempo de contribuição para 40 anos para ter aposentadoria integral (atualmente é de 30 anos para mulheres e 35 para homens, com a opção da fórmula de soma de idade e tempo de contribuição de 86 para mulheres e 96 para homens), a reforma institui também a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.

A proposta afetará profundamente os trabalhadores e, em especial, as mulheres. A equiparação no tempo de contribuição entre homens e mulheres, a idade mínima com 3 anos de diferença (hoje não há idade mínima, mas a aposentadoria por idade é de 65 para homens e 60 para mulheres), são justificadas pelo  fato das mulheres viverem em média mais que os homens, desconsiderando a realidade concreta na qual as mulheres têm jornadas duplas ou triplas de trabalho, incluindo o trabalho doméstico e o cuidado dos filhos. São as mulheres que, na maioria dos casos, cuidam dos familiares doentes e estão em trabalhos precários e terceirizados. Além disso, as mulheres ainda ganham menos em relação aos homens que exercem as mesmas funções.

No caso dos servidores públicos, em especial as professoras, maioria do magistério no país, segundo a proposta de reforma, teriam que trabalhar, no mínimo, mais 15 anos em sala de aula, aumentando o tempo de contribuição e recebendo uma aposentadoria menor.

O governo Bolsonaro parte para o ataque contra os trabalhadores, mas é também um governo instável. Mesmo uma parcela dos que votaram em Bolsonaro, com a ilusão de ser uma alternativa ao sistema, ou para “botar fogo no circo”, começam a tomar distância e a perceber que não passa de um demagogo a serviço da classe dominante. As manifestações populares no carnaval evidenciaram isso.

A luta contra este governo e seus ataques só está começando e o combate contra a aprovação da Reforma da Previdência é um capítulo decisivo. Nossa posição deve ser: nenhuma negociação ou conciliação, retirada integral do projeto. Por uma previdência pública e solidária. Revogação das reformas realizadas por FHC, Lula e Dilma.

Diante da forte investida da burguesia para retirar nossos direitos, faz-se mais que necessário que o 8 de março seja um dia internacional de luta das mulheres trabalhadoras, ombro a ombro com os homens de sua classe.

Unidade contra o inimigo comum, a burguesia e seu sistema, o capitalismo, que cria a desigualdade, a opressão e a exploração. Junte-se a nós nesse combate, junte-se ao movimento Mulheres Pelo Socialismo!

Contra a Reforma da Previdência!

Por uma Previdência pública e solidária!

Abaixo o governo Bolsonaro!

Viva o 8 de março!

Viva a luta das mulheres trabalhadoras!

Viva a luta pelo socialismo!