Foto: Acervo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Esquerda Marxista realiza ciclo de formação sobre liberdade e independência sindical

A liberdade e a independência sindical foram o norte da atividade formativa realizada por uma das células sindicais do Comitê Regional (CR) da Esquerda Marxista em Joinville/SC. A formação aconteceu na noite do dia 15 de setembro em formato online. O encontro foi motivado pela necessidade constante de formação, mas também com o objetivo de aproximar e preparar contatos das frentes de intervenção. Participaram, entre militantes e contato, 15 pessoas.

O informe central da atividade, apresentado pela camarada Francine Hellmann, trouxe um histórico do sindicalismo no Brasil e suas origens. A militante mostrou como durante o período do Estado Novo surgem diversas das relações que se mantêm até hoje entre os aparelhos sindicais e o Estado. O objetivo de Getúlio Vargas, inspirado pela Carta Del Lavoro do fascista Benito Mussolini, era cooptar o movimento sindical que já existia no país para conter as massas que aumentavam o potencial de organização

O debate da atividade revelou como ao longo do tempo os artifícios legais contribuíram na redução da liberdade e independência do movimento sindical brasileiro. Como destaque, a necessidade de tutela do Estado, o atrelamento financeiro e a unicidade sindical fizeram e continuam fazendo dos sindicatos aparelhos mais comprometidos com a burocracia e o Estado do que com os interesses históricos e imediatos dos seus representados. Em todos esses anos, o movimento sindical tem cada vez mais dependido financeiramente da contribuição compulsória dos trabalhadores, viabilizada pelo Estado, em detrimento de uma perspectiva de construção de consciência de classe e de autofinanciamento das lutas. Da mesma forma, a limitação de um único sindicato por categoria e o financiamento certo, desligado da base, só fizeram nascer um monopólio de clubes recreativos e entidades fantasmas.

A atividade esclareceu o posicionamento político da Esquerda Marxista sobre a independência financeira e a liberdade sindical. A organização se coloca contrária à tutela do Estado sobre a organização dos trabalhadores. Conforme reforçado por Francine em seu informe, devemos lutar por um modelo em que o trabalhador tenha direito de se organizar e financiar o sindicado que ele considerar mais combativo. Da mesma forma, as entidades devem ter o poder de negociar apenas em nome da base voluntariamente filiada a elas. Contudo, o direito à livre organização não elimina a defesa pela organização de grandes entidades sindicais.

O tema Liberdade e Independência Sindical voltará a ser discutido no dia 20 de outubro, às 19h30, dessa vez abordando a neutralidade sindical e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). As formações fazem parte de um ciclo de encontros que se estendem até o final do ano.

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