Imagem: Sinpeem

Em defesa da educação pública, gratuita e para todos! Pelo adiamento das eleições do Sinpeem

Nós, do Coletivo Educadores pelo Socialismo-EM, denunciamos a decisão da diretoria do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) de manter as eleições para a direção do sindicato, com inscrições de chapas para 22 de abril e votação para 22 de maio de 2020. O momento emergencial que atravessamos, com a pandemia do coronavírus, impede que eleições verdadeiramente democráticas se realizem.

Neste momento as recomendações médicas e científicas são a redução do fluxo de circulação e aglomeração de pessoas para impedir a proliferação da doença. Sabendo que a cidade de SP ainda não atingiu o pico de contaminação do vírus, o isolamento se faz necessário, desta maneira não é possível a efetiva participação dos servidores nas eleições. Manter o processo eleitoral estando a categoria em isolamento domiciliar, sem poder se reunir presencialmente ou se manifestar, sem as chapas poderem visitar as escolas e discutir suas propostas amplamente com os professores, evidencia mais uma vez o quanto essa direção Sindical é burocratizada e o quanto não se preocupa de fato com a mobilização e politização das questões sindicais perante seus associados. Querem manter o calendário eleitoral, já que isso esvazia a discussão na base e favorece a perpetuação da atual direção majoritária no poder. 

Defendemos a democracia operária e reivindicamos o pleno direito de participação, debate e discussão entre os profissionais de educação. Não aceitamos o processo de votação por meio de sistema eletrônico via web como o Sinpeem vem adotando já há alguns anos nas eleições, mesmo porque não é estatutário, e é suscetível a fraudes. Esta direção Sindical representada por Claudio Fonseca (também vereador pelo Cidadania) que há mais de 30 anos ocupa a presidência, não respeita o estatuto da própria entidade! Não podemos deixar que essas práticas autoritárias continuem, o sindicato é dos trabalhadores. Exigimos eleições transparentes e sem possiblidades de fraudes. Para que ocorra uma verdadeira participação e formação de chapas, inscrição e pleito eleitoral, é preciso que todo o processo eleitoral ocorra após o fim da quarentena, com o retorno das aulas presenciais e votação/apuração confiável, com fiscalização das chapas concorrentes. 

Os ataques que seguem e o imobilismo do Sindicato

Nas unidades escolares há mais de 10 mil profissionais da educação que continuam tendo que ir às escolas, arriscando suas vidas e a de seus familiares, realizando trabalhos que poderiam ser feitos na segurança de suas casas. Já são contabilizados vários casos de servidores contaminados e que chegaram a óbito pelo coronavírus e a direção sindical nada tem feito de concreto para que a prefeitura cesse as atividades escolares fechando todas as escolas imediatamente, já que não são atividades essenciais para a manutenção do funcionamento da sociedade neste período. Mantendo o emprego e o salário integral de todos os profissionais.

Já para os professores que estão em casa, o governo só tem aumentado ainda mais a pressão noticiando a volta às aulas no dia 13 de abril, através de material impresso enviados às casas de estudantes e familiares, determinando estudos a distância (EAD) por meio de plataforma digital e atendimento remoto a ser realizado por professores e gestão. Porém, sem fornecer as condições objetivas para viabilizar isso (internet, computadores, energia elétrica, capacitação etc.) para alunos e professores. 

Na Câmara de vereadores há propostas de projetos de lei para descontos e/ou redução de salários dos servidores públicos jogando nas costas dos trabalhadores a conta da Covid-19, como se a responsabilidade da destruição dos serviços públicos de saúde não fosse parte da política de privatização do Sistema Único de Saúde (SUS) defendida por “esses políticos” e seus amigos banqueiros e empresários que só pensam nos seus lucros.

Para “ajudar” no debate para melhoria da educação pública o prefeito nomeou no dia 30/03 como conselheiros do Conselho Municipal da Educação (CME), Rose Neubauer, ex-secretária da educação de São Paulo que sucateou as escolas e destruiu a carreira do magistério do estado e Fernando Padula, ex-chefe de gabinete da secretaria da educação, envolvido no escândalo da máfia da merenda do estado.

São muitos os ataques vindos do governo e a diretoria do Sinpeem frente a tudo isso prioriza um calendário eleitoral deixando de lutar pelos direitos, pelas reivindicações dos servidores municipais e pela educação pública de qualidade!

Nós, do Coletivo Educadores pelo Socialismo, defendemos:

  • Educação pública, gratuita para todos! Não à privatização da educação!
  • Fechamento imediato das unidades escolares! Nossas vidas importam!
  • Nem desconto nem redução do salário! Manutenção dos empregos de todos os trabalhadores!
  • Revogação da EC 95 (teto de gastos com saúde e educação púbica)! 
  • Não pagamento da dívida pública interna e externa! Verba pública para serviços públicos!
  • Adiamento das eleições do Sinpeem já! Em defesa da democracia operária! 
  • Fora Covas! Fora Bolsonaro, por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais