Em defesa da democracia operária! Pelo boicote e anulação da eleição do Sinpeem

Nós, do Coletivo Educadores pelo Socialismo, não inscrevemos chapa para eleição do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), reiteramos nossa posição defendendo a democracia operária e reivindicamos o pleno direito de participação, debate e discussão entre os profissionais de educação. Não aceitamos o processo de votação por meio de sistema eletrônico via web como o Sinpeem vem adotando já há alguns anos nas eleições. Este método não é o da classe trabalhadora nem estatutário.

Esta direção sindical, representada por Claudio Fonseca (também vereador pelo Cidadania), que há mais de 30 anos ocupa a presidência, não respeita o estatuto da própria entidade! Não podemos deixar que essas práticas continuem, o sindicato é dos trabalhadores e para defesa dos trabalhadores.

Exigimos eleições transparentes e sem possiblidades de fraudes. Assim, inscrever chapa seria incoerente com o nosso posicionamento contrário a essa eleição autoritária e burocrática, defendemos e chamamos a categoria ao boicote e anulação deste processo eleitoral como um todo neste momento. É necessário que a nossa eleição sindical ocorra com base na democracia operária e após o fim da quarentena, com o retorno das aulas presencias.

A cada normativa da Secretaria Municipal de Educação (SME) e do prefeito Covas publicada, recebemos novos ataques: cortes e redução de salários dos trabalhadores, suspensão de contratos de trabalho, materiais que não chegam aos alunos, além da fome com o corte de merenda e a substituição pelo cartão alimentação de apenas R$ 55,00.

Em meio ao grande desespero da população em sobreviver a uma pandemia, os governos Doria e Covas não são diferentes de Bolsonaro. O Brasil já atingiu mais de 8,6 mil mortes e 127 mil casos confirmados com o Covid-19, ultrapassando a China e cada dia só aumentam as vítimas. É inaceitável que o governo federal defenda que tudo isso é uma simples “gripezinha”. E a diretoria do Sinpeem parece que está com a mesma posição de Bolsonaro, minimizando a situação que vivemos em São Paulo que é o epicentro da pandemia, e quer a qualquer custo manter essa eleição sindical.

Foto: Governo do Estado de São Paulo

O Sinpeem tem que tomar atitudes concretas em defesa da categoria e da educação pública, gratuita e para todos. Não somos contra a tecnologia que é produzida pela classe trabalhadora, mas somos contra o Ensino a Distância (EAD), que significa a privatização das escolas públicas e o desvio de verba do governo para empresas privadas como Microsofit, Google, Fundações Lemam e Airton Senna, que a tempos adentram de várias formas a educação pública. Somos contra a substituição dos profissionais da educação por computadores e é papel do Sinpeem defender os empregos, salários integrais, todos os direitos trabalhistas dos servidores municipais, é dever e responsabilidade da diretoria sindical fazer o combate incisivo para o fechamento das unidades escolares para preservação das vidas dos gestores e trabalhadores terceirizados, já são muitos os servidores da educação na estatística de mortes pela Covid-19 em São Paulo e mesmo assim, muitos servidores seguem trabalhando nas escolas sem necessidade, arriscando suas vidas e de seus familiares por imposição da SME/Bruno Covas.

A saúde e a educação pública que há anos estão sucateadas, sofrem grandes cortes. Em 2009 com a H1N1, havia 46 mil leitos no SUS que foram reduzidos para 16 mil em 2019. Com a Covid-19, fica escancarada a crise do sistema capitalista demonstrando que os governantes não estão preocupados com as vidas perdidas, pelo contrário, a todo momento tentam salvar suas fortunas e de seus amigos injetando mais dinheiro público amparando empresários e banqueiros com R$ 1,2 trilhão para manterem seus lucros, enquanto, para os trabalhadores pobres, desemprego e ajuda de R$ 600 que não chega. O dinheiro público deve ser usado somente em serviços públicos principalmente saúde, educação e seguridade social, deixando de pagar a dívida pública interna e externa.

Frente a tudo isso, os servidores da educação aguardam o combate decisivo junto ao Sinpeem, mas esta diretoria sindical reformista incorporou a linha da “unidade nacional”, de colaboração de classes e até agora não ofereceu nenhuma alternativa concreta de luta. Romperam com a independência de classe e passaram a esperar orientação e comunicado da SME/Covas para se posicionarem em vez de organizar a categoria para lutar e resistir a cada ataque do governo. Esse é o caminho para defesa do salário, do emprego e da vida dos trabalhadores. É preciso unificar a categoria, sindicatos e setores na luta em defesa da educação pública, gratuita e para todos!

Nós, do Coletivo Educadores pelo Socialismo, defendemos:

  • Eduação pública, gratuita e para todos!
  • Não ao EAD e à pricatização da educação pública!
  • Fechamento imediato das unidades escolares! Nossas vidas importam!
  • Nem desconto nem redução de salário! Manutenção dos empregos de todos os trabalhadores!
  • Revogação da EC 95 (Teto de gastos com saúde e educação pública)!
  • Não a o pagamento da dívida pública interna e externa! Verba pública para serviços públicos!
  • Boicote e anulação desta eleição autoritária e burocrática do Sinpeem já! Em defesa da democracia operária!
  • Fora Covas!
  • Fora Bolsonaro, por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais!