Crise, Lula, Lava Jato e impeachment são discutidos em Joinville

No último sábado (9/4) aconteceu a Plenária “Crise, Lula, Lava Jato e Impeachment: O que se passa e qual a saída?” realizada pela Esquerda Marxista, na sede do Sindicato dos Servidores Municipais de Joinville e Região (Sinsej). A atividade contou com a presença de militantes e convidados, dentre eles jovens e trabalhadores. O informe foi dividido entre os camaradas Ulrich Beathalter e Maritania Camargo.

No último sábado (9/4) aconteceu a Plenária “Crise, Lula, Lava Jato e Impeachment: O que se passa e qual a saída?” realizada pela Esquerda Marxista, na sede do Sindicato dos Servidores Municipais de Joinville e Região (Sinsej). A atividade contou com a presença de militantes e convidados, dentre eles jovens e trabalhadores. O informe foi dividido entre os camaradas Ulrich Beathalter e Maritania Camargo.

Maritania iniciou seu informe falando sobre a atual conjuntura mundial, a crise econômica do sistema capitalista que afeta todo o planeta. Ela explicou que o crescimento econômico dos países está muito abaixo do esperado, caminhando para uma recessão mundial. Em contrapartida, a luta dos trabalhadores em todo o mundo está mais evidente do que nunca. “Um exemplo recente é o da França, onde mais de um milhão de pessoas foram às ruas manifestar contra a reforma trabalhista. A França, que foi o berço da Comuna de Paris, se mostra mais uma vez disposta a lutar.”

Outro fato citado no informe foi sobre o ódio que vem crescendo entre os estadunidenses para com o candidato conservador e fascista, Donald Trump. “Dizer que a classe trabalhadora não sabe quem são seus inimigos, é no mínimo ofender a inteligência dos próprios trabalhadores”, afirmou Maritania. A camarada falou também sobre a crise migratória, que já matou milhares de pessoas, principalmente do Oriente Médio e da África, que tentam chegar à Europa para escapar das guerras e da pobreza. “O capitalismo precisa acabar”.

Na segunda parte do informe, Ulrich, que é presidente do Sinsej, fez uma análise de conjuntura da atual situação política e econômica do Brasil. Ele esclareceu que a saída que a burguesia encontra para a crise é tirar ainda mais da classe trabalhadora, que sofre ataques constantes aos seus direitos, como a demissão em massa na iniciativa privada e o arrocho nos salários. Ou seja, quem paga pela crise são os trabalhadores que não a criaram. Ulrich ainda comentou sobre a fala do vice-presidente da FIESP e diretor-presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, em uma entrevista com o jornalista Fernando Rodrigues, onde ele declara que os trabalhadores não deveriam ter horário para almoço:

“Não precisa uma hora do almoço […] Você vai nos Estados Unidos, você vê o cara almoçando, comendo o sanduíche com a mão esquerda, e operando a máquina com a direita. Tem 15 minutos para o almoço, entendeu? […] Por que a lei obriga que tenha que ter esse tempo?”.

Ulrich também falou sobre a espantosa rapidez com que os projetos de corte de direitos trabalhistas estão sendo aprovados. São mais de 50 projetos em tramitação na Câmara de Deputados, dentre eles está um que reduz de 16 para 14 anos a idade mínima para jovens trabalharem. “Como se o desemprego não fosse suficiente, eles contratarão pessoas ainda mais jovens e que muitas vezes aceitam trabalhar por menos enquanto os trabalhadores mais experientes serão demitidos”. Terceirização, aumento da jornada de duas para quatro horas extras permitidas por dia, projeto que reduz a amplitude do conceito de trabalho escravo, aumento da contribuição previdenciária dos servidores etc. “Se todos esses projetos forem aprovados, teremos um retrocesso centenário em nossos direitos”.

O presidente do Sinsej ainda prosseguiu falando sobre o cenário que vemos hoje, onde as torcidas organizadas fazem uma análise fora da realidade, tentando iludir a população brasileira. “As camadas que afirmam que o impeachment seria um golpe estão equivocadas. Golpe é quando uma minoria decide tomar o poder da maioria. Um governo com menos de 10% de aprovação não tem o porquê de continuar. Só por que ela foi eleita precisa ir até o fim, mesmo aprovando ataques diretos aos interesses do povo?”. Ulrich esclareceu que a Esquerda Marxista não apoia o impeachment, pois se ele for mesmo aprovado, será uma vitória da direita no Brasil, substituindo o atual governo por um que atacará tanto quanto ou mais os trabalhadores. Ele também explicou que a EM não defende Dilma e o PT, pois esses trabalham com a colaboração de classes, usando de todo aparato repressor para calar as reivindicações da classe trabalhadora e da juventude, aprovando projetos como a lei antiterrorismo.

“Também não estamos perto de uma nova ditadura militar, como muitos estão dizendo. A burguesia não precisa disso, e não o fará porque não há conjuntura para tal”, esclareceu Ulrich, sobre a suposta ameaça fascista que o Brasil está enfrentando. O camarada encerrou seu informe falando sobre o papel dos marxistas na atual conjuntura. “Precisamos explicar pacientemente a todos a nossa posição, lutar por um governo que seja de fato dos trabalhadores, por uma Assembleia Popular Constituinte, rumo ao socialismo, rumo a um mundo novo”.