Unidade e mobilização para derrotar o ajuste fiscal no Rio de Janeiro

Michel Temer apresentou como “solução” para estados em crise um Plano de Recuperação Fiscal. O acordo empurra em 3 anos as dívidas das unidades federativas com a União, permitindo que elas acumulem mais empréstimos, ou seja, que se afoguem ainda mais na lama. O governador do RJ, Pezão, abraçou a ideia e está disposto fazer qualquer sacrifício para ter essa “solução milagrosa”.

Uma das exigências é a privatização da Cedae, Companhia Estadual de Àguas e Esgotos, uma das poucas empresas públicas que ainda geram lucro. Outras exigências são: congelamento dos salários dos servidores durante três anos, proibição de novos concursos públicos, aumento na contribuição previdenciária (de 11% para 14%), redução da jornada de trabalho com redução de salários etc.

Mas alguém acredita que essas medidas são capazes de tirar o RJ do atoleiro? A crise possui raízes MUITO mais profundas, trata-se da crise do capitalismo como um todo, ela não se resume ao problema da corrupção ou “má gestão”. É uma crise em escala internacional, muito além dos cartões postais do Rio.

Todo o sistema está desmoronando e os governos comprometidos com o grande capital tentam adiar seu colapso, sangrando todos nós. Essas medidas compõem o plano nacional de austeridade para nos fazer pagar a fatura da crise e não se separam da Reforma da Previdência, PEC 55 (congelamento dos gastos), Reforma do Ensino Médio e reforma trabalhista. Nós resistiremos!

Do lado de cá temos a juventude e os batalhões pesados da classe trabalhadora, dispostos a combater por nossos direitos. Um exemplo de que podemos vencer vem dos servidores municipais de Florianópolis (SC) e seu sindicato (Sintrasem), que numa greve histórica derrotou os ataques da prefeitura. Seu segredo foi uma sólida unidade da categoria, que foi até os bairros discutir com a população ponto a ponto o pacote de ataques do governo contra os direitos.

Isso falta aqui no RJ, um amplo movimento de massas para enfrentar esses ataques. Por exemplo, por que o Sepe não organiza reuniões com responsáveis e alunos, escola por escola, para explicar o que está acontecendo e chamar para resistirem juntos? Cada sindicato e entidade deve mobilizar suas bases para dialogar com a população e organizar essa luta que é de todos. A unidade nessa batalha é o único caminho para a vitória.