Um ano quente se inicia!

Greve na Volks e Mercedes contra demissões. Milhares nas ruas de norte a sul do Brasil contra o aumento das tarifas dos transportes urbanos. Esta é a resposta, dos trabalhadores e da juventude, aos ataques dos capitalistas e dos governos. A primeira semana de 2015 foi um preâmbulo da luta de classes deste ano que se inicia, cuja temperatura política deve esquentar cada vez mais.

Greve na Volks e Mercedes contra demissões, milhares nas ruas de norte a sul do Brasil contra o aumento das tarifas dos transportes urbanos. Esta é a resposta, dos trabalhadores e da juventude, aos ataques dos capitalistas e dos governos.   

A manobra utilizada tradicionalmente por governos e pelos tubarões das empresas de transporte público, de aplicar os aumentos nas tarifas no período de festas e férias, encontrou, desta vez, fortes mobilizações.

A primeira semana de 2015 foi um preâmbulo da luta de classes deste ano que se inicia, cuja temperatura política deve esquentar cada vez mais.

O “novo” governo de coalizão do PT com a burguesia demonstrou toda a intenção de se curvar ainda mais aos capitalistas, isso ficou evidente com a composição do novo ministério: Joaquim Levy, alto diretor do Bradesco, para o Ministério da Fazenda, tendo a missão de retomar a confiança do mercado com uma política de austeridade; Armando Monteiro, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Katia Abreu, da Confederação Nacional da Agricultura, aquela que disse que “latifúndio não existe mais”, para o Ministério da Agricultura; Cid Gomes, ex-governador do Ceará, que reprimiu professores em luta por reajuste salarial, para o Ministério da Educação; Gilberto Kassab, que também reprimiu diferentes movimentos sociais durante sua gestão na prefeitura de São Paulo, em especial os de luta por moradia, para o Ministério das Cidades. Estes ministros são a cara do “novo” governo.

A equipe já começou a trabalhar. Através de Medida Provisória, Dilma colocou em prática uma série de mudanças nos direitos trabalhistas. Agora, o cônjuge de um trabalhador que vier a falecer, deixa de ter direito ao benefício integral da pensão, passando a contar com apenas 50% do valor. Além disso, foi instituída uma tabela que acaba com a pensão vitalícia aos que tiverem menos de 44 anos de idade, quanto mais novo for o cônjuge do falecido, por menos tempo receberá a pensão. No caso do seguro desemprego, antes eram necessários 6 meses de trabalho para ter acesso à esse direito, agora, são necessários 18 meses de trabalho! (Veja aqui a nossa análise completa sobre essas medidas: https://www.marxismo.org.br/content/vaca-tossiu-e-so-dilma-nao-viu-abaixo-retirada-de-direitos)

Nos primeiros dias do ano, foi anunciado um contingenciamento de R$ 1,9 bilhão por mês dos gastos do governo. Ou seja, são cortes nas despesas em diversas áreas para garantir o superávit primário, o pagamento dos altos juros da dívida pública para os banqueiros e especuladores. Só o Ministério da Educação teve um corte de R$ 500 milhões nas despesas mensais.

Como disse Lênin: “a política é a economia concentrada”. Os reformistas governando, sem margens de manobra, sem sobras para conceder migalhas através de programas compensatórios, governam como os burgueses e aplicam o programa econômico dos grandes capitalistas e do imperialismo.

O cenário que propiciou o crescimento econômico do Brasil durante o governo Lula e os dois primeiros anos do primeiro mandato de Dilma, já não existe e a tendência é uma degradação ainda maior. O crescimento anterior, aliado às desonerações, expansão do crédito, estrondosa propaganda governamental e a história do PT, conseguiu alimentar as ilusões da classe operária na política colocada em prática pelo governo.  Mas estas ilusões, cada vez mais, chocam-se com a dura realidade e se desfazem.

“A vitória de Dilma foi a última advertência ao PT”, com esta manchete abríamos a discussão pós eleição. “O cenário à nossa frente é de grandes lutas de classes, de resistência do proletariado e do surgimento de uma vanguarda de massas que será forjada diretamente na luta de classes contra os capitalistas e contra seus serviçais reformistas ou “desenvolvimentistas”.

Se é certo que os primeiros acordes desta música serão ouvidos no movimento da juventude, inevitavelmente a música encherá progressivamente o ambiente com a entrada dos metais pesados e dos potentes instrumentos desta orquestra, representados pelo proletariado fabril e as grandes categorias de trabalhadores organizados. É aí que tudo se decidirá pois a luta de classes é mais forte que os aparatos defensores do capitalismo.”

A Esquerda Marxista, que impulsionou a construção do CLTP – Comitê de Luta pelo Transporte Público na Grande São Paulo e participou ativamente do primeiro protesto na capital com mais de 10 mil participantes no dia 9 de janeiro, além de outros protestos em diversas cidades pelo Brasil, também apoia entusiasticamente o 1º Acampamento Revolucionário da campanha Público, Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão! que se realizará de 15 a 18 de janeiro na Fábrica Ocupada Flaskô, na cidade de Sumaré, estado de São Paulo.

Seguiremos aprofundando a discussão com grupos, correntes, partidos, coletivos, militantes que se reivindicam da luta pelo socialismo e se mantém fiéis à independência de classe, pela construção de uma Frente da Esquerda Unida para lutar pelas reivindicações, contra os ataques dos patrões e dos governos, para abrir uma saída política frente à atual situação.

Neste novo ano, junte-se a nós na luta pelo Socialismo!

Feliz ano novo de lutas e vitórias!