Trabalhadores da Goodyear e Air France criminalizados – Apelo por Solidariedade Internacional

Em 12 de janeiro, oito ex-funcionários da Goodyear, na França, incluindo cinco membros eleitos da Confederação Geral do Trabalho (CGT), foram sentenciados a dois anos de prisão. Isso se soma à tentativa de criminalização dos trabalhadores da Air France em luta contra o fechamento de postos de trabalho. É preciso organizar a ampla solidariedade internacional contra esses ataques.

Em 12 de janeiro, oito ex-funcionários da Goodyear, incluindo cinco membros eleitos da Confederação Geral do Trabalho (CGT), uma das maiores confederações sindicais da França, foram sentenciados a dois anos de prisão, dos quais no mínimo nove meses devem ser mantidos.

Oficialmente, esta sentença era para punir sua participação no “sequestro” de 30 horas de dois executivos (CEOs) da Goodyear em janeiro de 2014. Depois de sete anos de lutas contra o fechamento da fábrica em Amiens, os trabalhadores finalmente desafiaram o silêncio da gerência que se recusou a responder as suas demandas. Ao forçar os dois CEOs a permanecer na fábrica, os trabalhadores procuravam ter suas vozes ouvidas de uma vez por todas. Os dois executivos não foram maltratados; podiam fazer chamadas telefônicas e lhes foi dado comida e bebida.

A fábrica fechou. Mais de 1.100 trabalhadores perderam seus empregos. A maioria ainda está desempregada. Desde o fechamento do local, não somente houve 12 suicídios entre os que foram demitidos, como também divórcios, rompimento de famílias e casas vendidas. É no contexto desta catástrofe social que os trabalhadores da Goodyear lutaram corajosamente. E é obviamente pelo fato de que tiveram a audácia de lutar e resistir que foram sentenciados em 12 de janeiro, a pedido do Ministério Público (isto é, de um representante do estado).

Foi uma decisão política, realizada e defendida pelos escalões mais altos do governo, com objetivo muito claro: intimidar toda a classe trabalhadora francesa e fazê-la entender que ela deve se submeter passivamente aos ataques dos empregadores, ou enfrentar sanções muito severas. Nunca antes, sob a Quinta República, sindicalistas foram sentenciados à prisão por atos de resistência.

Em outubro passado, o governo Hollande havia rotulado os trabalhadores da Air France, que lutavam contra a proposta de eliminar 2.900 postos de trabalho da empresa, como “bandidos”. Cinco funcionários da Air France foram demitidos e serão levados a juízo em 27 de maio sob acusações decorrentes do infame protesto da “camisa rasgada”. Também aqui, o governo e os empregadores querem dar uma lição à classe trabalhadora francesa. Querem infligir um duro golpe nos que se atrevem a se rebelar contra a regressão social, e que sabem que esta regressão se intensificará. A crise do capitalismo não deixa alternativa à classe dominante e aos seus lacaios “socialistas” no governo. Estão sendo preparadas novas ofensivas contra as condições de vida e trabalho das massas trabalhadoras. Este é o centro da questão por trás da sentença de 12 de janeiro.

O estado de emergência e a propaganda reacionária que os meios de comunicação têm despejado desde os acontecimentos de 13 de novembro passado, criaram uma atmosfera que o governo considera como favorável para criminalizar a atividade sindical. A resposta do movimento dos trabalhadores deve ser massiva e firme. O êxito da petição da CGT-Goodyear mostrou o potencial existente.

Os companheiros da Goodyear anunciaram que estão em liberdade até o novo julgamento. Devemos continuar a mobilização, rompendo o boicote da mídia e explicando os fatos e seu significado político em todos os locais de trabalho e bairros. A juventude deve se mobilizar. Absolutamente, nenhuma punição para os cinco da Air France ou para os oito da Goodyear! Sindicalismo não é atividade criminosa!

A solidariedade internacional deve ser organizada. A Corrente Marxista Internacional – que é conhecida pelo nome de Revolution, na França – está organizando uma petição apelando por solidariedade em mais de 30 países. Estamos apelando a todos os trabalhadores, sindicalistas e ativistas de esquerda a assinar esta petição. Onde estiver presente, a CMI divulgará, o mais amplamente possível, a situação dos companheiros da Air France e da Goodyear. Apelamos aos jovens e trabalhadores de todo o mundo a assinar esta petição, exigindo que o governo francês abandone a punição infligida aos companheiros perseguidos.

Para assinar esta petição envie um e-mail para contato@marxismo.org.br com: nome, cidade/estado em que vive e, sendo o caso, entidade estudantil, sindical ou organização política que participa.

Entre em contato através do mesmo e-mail com os companheiros que já assinaram esta petição para organizarmos juntos uma ida ao consulado ou embaixada da França no Brasil levar a nossa solidariedade aos trabalhadores.

Indicamos também a assinatura nas petições online impulsionadas pela CGT da França. 

Defesa dos trabalhadores da Goodyear:

https://www.change.org/p/fran%C3%A7ois-hollande-l-appel-des-goodyear

Defesa dos trabalhadores da Air France:

https://www.change.org/p/premier-ministre-p%C3%A9tition-lib%C3%A9ration-des-6-d-air-france-halte-aux-poursuites