Trabalhadoras vidreiras contra o assédio moral e sexual

No último mês, a Comissão de Mulheres Vidreiras do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo realizou um ato de repúdio ao assédio moral e sexual que muitas trabalhadoras da empresa SGD estão enfrentando.

No último mês, a Comissão de Mulheres Vidreiras do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo realizou um ato de repúdio ao assédio moral e sexual que muitas trabalhadoras da empresa SGD estão enfrentando na fábrica. A empresa fica no bairro da Água Branca, na cidade de São Paulo.

Representantes de diferentes centrais sindicais e movimentos sociais compareceram ao protesto. O Sindicato dos Vidreiros de São Paulo recebeu a denúncia de que na avaliação do PLR (Participação nos Lucros e Resultados), um dos encarregados afirmou que não avaliaria uma trabalhadora porque ela nunca havia sorrido pra ele.

Ações como essa mostram como as relações machistas ainda estão muito presentes nas relações trabalhistas e na sociedade como um todo, mesmo com a existência do artigo 216-A do Código Penal, que prevê pena para o assediador de um a dois anos de detenção.

Em todo o mundo, 52% das mulheres economicamente ativas já sofreram assédio sexual, segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

A mera conduta punitiva não soluciona o problema. O assédio sexual e moral no trabalho precisa ser entendido como uma forma de discriminação que viola o direito das trabalhadoras e dos trabalhadores, causando prejuízos à sua saúde, ao bem estar psicológico e físico. É através da igualdade nas condições materiais entre homens e mulheres que abriremos caminho para eliminar quaisquer tipos de crença de superioridade ou submissão de um sexo ao outro. É com igualdade e respeito à autonomia da mulher sobre seu corpo e sua mente, que se afasta qualquer tipo de violência de gênero.

Partindo dessa ideia, compreende-se que o combate efetivo ao assédio sexual e moral no trabalho só é possível por meio da unidade de luta entre os trabalhadores contra essa sociedade de opressores e oprimidos e pela construção de uma sociedade sem classes, verdadeiramente igualitária.