Todo apoio à greve dos servidores! Contra a intransigência e os ataques do governo!

A greve dos Servidores Federais já conta com 350 mil trabalhadores em greve em mais de 30 setores. O Congresso Nacional da CUT, ocorrido entre os dias 9 e 13 de Julho, aprovou, em relação a essa mobilização, uma moção de apoio à greve dos servidores federais, a realização de um acampamento em Brasília de 16 a 20 de julho e a Marcha dos Servidores no dia 18 de julho.

A greve dos Servidores Federais já conta com 350 mil trabalhadores em greve em mais de 30 setores. O Congresso Nacional da CUT, ocorrido entre os dias 9 e 13 de Julho, aprovou, em relação a essa mobilização, uma moção de apoio à greve dos servidores federais, a realização de um acampamento em Brasília de 16 a 20 de julho e a Marcha dos Servidores no dia 18 de julho.

No dia 18, mais de 20 mil trabalhadores marcharam em Brasília com as palavras de ordem: “Negocia Dilma!” e “Dilma, se estamos na rua a culpa é sua!”. As mobilizações são o resultado da cobrança de uma base farta de enrolação e desrespeito.

Vergonhosamente o governo Dilma não apresenta nenhuma proposta de reajuste para a maioria dos servidores, sinaliza que o fará apenas em 31 de julho. Num ataque à luta, está cortando o ponto dos grevistas, uma tentativa de fragilizar o movimento legítimo, aplicando a mesma linha de repressão dos governos da direita. Além disso, um decreto da presidente na quarta-feira autorizou a substituição da execução do trabalho de servidor em greve por funcionários de Estados e municípios.

A greve e a crise

A justificativa do governo federal é que não tem como discutir reajuste salarial para os servidores por conta da crise econômica internacional. Ora, esse é o mesmo discurso de governos de países como Espanha, Grécia, Itália e outros, que aplicam planos de austeridade, reduzindo salários, atacando a previdência, ampliando as demissões com a desculpa de que “temos todos que apertar o cinto pra salvar o país da crise”.

É evidente que existe uma crise mundial que já dá seus sinais no Brasil, mas os efeitos das medidas “anti-crise” de Dilma significam benefícios aos patrões e ataques aos trabalhadores. Redução do IPI dos carros, desoneração da folha de pagamento, são exemplos claros da utilização do dinheiro público para ajudar as empresas nacionais e multinacionais. Enquanto para os trabalhadores, o que tem sobrado são os cortes e a redução de direitos.

Nessa semana, a GM de São José dos Campos deu licença para todos os trabalhadores do complexo industrial da região para pressionar na negociação de demissão de 1500 operários.

O número de criação de empregos no Brasil, no 1º semestre, caiu 26% em relação ao mesmo período de 2011, ao analisar apenas junho, a queda foi maior, 44%, sendo o pior número de geração de empregos para o mês desde 2009.

Se por um lado o governo diz que não tem dinheiro para conceder reajuste aos servidores em greve, como na explicação da ministra Ideli Salvati dizendo que a “prioridade é uma só: o enfrentamento da crise” e por isso “toda e qualquer medida que venha a ser adotada e que acarrete aumentos dos gastos públicos deve ser muito avaliada, não é a prioridade”, por outro lado a prioridade continua total em fazer o superávit fiscal primário pra garantir os pagamentos da dívida externa e interna para os banqueiros nacionais e estrangeiros que consumiram R$ 708 bilhões do orçamento geral da União no ano passado.

Fica claro que, como em 2008/2009, quem já está pagando pela crise são os trabalhadores. A recusa do governo federal em conceder reajuste aos servidores é mais um dos sintomas daquilo que o governo de coalizão do PT com a burguesia tem feito e pretende continuar fazendo de forma mais profunda com a chegada da crise econômica. Sem pudor está atacando os trabalhadores pra salvar a burguesia e seu sistema, o capitalismo em crise.

Pela greve geral dos servidores pra colocar o governo na parede

As Universidades Federais decidiram pela greve em 17 de maio, a maioria das categorias de servidores federais cruzou os braços em 11 de junho e nas Agências Reguladoras a greve começou em 16 de julho.

A greve ganha força e se expande. A CUT tem o dever de apoiar não apenas com palavras, mas também com ações firmes e concretas. Em nada ajuda, por exemplo, uma declaração do presidente da Central, Vagner Freitas, dizendo que não coloca por ora uma paralisação geral dos servidores, abrindo brecha para o Estado de SP publicar em 20 de julho uma manchete manipulando suas palavras com a afirmação “CUT não apoia greve dos servidores federais, mas pressiona Dilma”. A CUT deveria sim apoiar e impulsionar uma greve de todos os servidores federais pra colocar o governo na parede. Só a unidade e a mobilização poderão fazer o governo recuar de seus ataques e ceder às reivindicações.

Nossa posição

A Esquerda Marxista está ao lado dos servidores em greve e presta toda a solidariedade e apoio a essa luta. Os ataques à luta dos trabalhadores e a não valorização dos servidores públicos federais é a consequência da política de colaboração de classes, que faz do governo um servo dos interesses do capital nacional e internacional. Dilma deve romper as alianças com os partidos da burguesia (como o PMDB de Sarney, o PSD de Kassab, o PP de Maluf, etc.) e governar ao lado da CUT, do MST, da classe trabalhadora e da juventude.

Em nossa opinião, a CUT deveria chamar assembleias gerais em todos os sindicatos para discutir medidas de apoio à greve dos servidores federais. A Esquerda Marxista, nos sindicatos em que está presente, discutirá medidas de apoio à greve como o convite aos dirigentes dos servidores federais para discutir a greve.

Diante do aprofundamento da crise econômica as lutas começam a ficar mais duras e os ataques se multiplicam. É hora de unidade e mobilização contra as demissões, pelo atendimento das reivindicações e em defesa dos nossos direitos, como a previdência pública e solidária com o fim do Fator Previdenciário.

Vamos à luta companheiros não vamos pagar pela crise!