Sobre a ação da PM nos metalúrgicos do ABC, no PT-SP, e as pichações na UNE

A Esquerda Marxista repudia as ações da Polícia Militar no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e na sede do PT-SP. Condenamos também as pichações por grupos de direita na sede da União Nacional dos Estudantes.

Desenvolve-se uma escalada de ataques às liberdades democráticas por parte do judiciário e da polícia.

A Esquerda Marxista repudia as ações da Polícia Militar no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e na sede do PT-SP. Condenamos também as pichações por grupos de direita na sede da União Nacional dos Estudantes.

Tais casos ocorreram após a condução coercitiva de Lula para prestar depoimento à Polícia Federal, em 4 de março, com o show armado pela mídia e o abusivo pedido de prisão de Lula por parte do Ministério Público de SP.  

Combatemos a política de colaboração de classes defendida e aplicada pela direção do PT, Lula e Dilma, cujo resultado é a submissão aos interesses da burguesia e os ataques à classe trabalhadora. Eles têm responsabilidade direta pela atual situação ao destruírem o PT como instrumento de luta dos trabalhadores.  

Mas o que está em curso com a operação Lava Jato nada tem a ver com o combate à corrupção. Como já explicamos na declaração sobre os acontecimentos de 4 de março, “O alvo dessa operação não é apenas Lula e o PT, já desmoralizados. A intenção é abrir o caminho para a desmoralização e a criminalização do movimento operário e suas organizações”. Os recentes fatos comprovam isso.

Na noite da última sexta-feira, 11 de março, um forte efetivo policial, com viaturas, metralhadoras e revólveres, cercou a subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em Diadema. Dois PMs armados invadiram o local e entraram na plenária onde ocorria uma reunião contra as ações da Polícia Federal e do Ministério Público em relação a Lula.

Os policiais não dispunham de qualquer mandado que justificasse a invasão e tentaram autuar militantes presentes na plenária para levá-los presos, sem que houvesse qualquer motivo que justificasse acusação ou voz de prisão. A Secretaria de Segurança Pública do Estado, comandada por Geraldo Alckmin, ao invés de se retratar, emitiu nota negando intimidação aos sindicalistas e militantes.

Em uma nova ação, na última segunda-feira, 14 de março, uma viatura dirigiu-se ao diretório estadual do PT-SP e um tenente coronel foi à recepção para saber o que faziam ali, se iriam organizar algum ato etc. Obviamente, mais uma ação abusiva de intimidação. 

Soma-se a esses casos a pichação da sede da UNE, em São Paulo, no último sábado, dia 12 de março. Um ato covarde, fruto da polarização social e da campanha da mídia burguesa de desmoralização dos movimentos sociais. Não temos nenhum acordo com a política e os métodos da atual direção da UNE. Mas o ataque à sede da entidade por grupos de direita é um ataque ao movimento estudantil. Condenamos essa ação de vândalos anônimos, que só têm coragem de sair do esgoto por conta da sinalização dada pelas ações do Estado, com as ilegalidades e ataques às liberdades democráticas.

O Judiciário e a polícia mostram todo o seu caráter de classe, com a seletividade nas ações, processos e condenações. Pisoteiam as leis para colocar em prática seus objetivos.

A classe trabalhadora e a juventude seguem na luta. Contra os ataques de todos os governos e patrões, o caminho é a luta independente, na busca pela unidade para o combate em defesa dos direitos e pelas reivindicações. Não participamos de atos em defesa desse governo que se curva à burguesia e ataca os trabalhadores.

Convocamos todos a estarem presentes na manifestação de 31 de março em Brasília, contra o ajuste fiscal, a reforma da previdência, em defesa das reivindicações, contra a criminalização das lutas e em defesa das liberdades democráticas.

Apresentamos a necessidade de uma frente da esquerda unida para a reconstrução de um partido de classe e de massas. Estamos na luta por um Governo dos Trabalhadores e por uma Assembleia Popular Constituinte.

Abaixo a repressão e a criminalização dos movimentos sociais!

Em defesa das liberdades democráticas! Pelo livre direito de reunião e organização!

Por uma Assembleia Popular Constituinte! Por um Governo dos Trabalhadores!