Servidores de Joinville estão em greve

Os servidores municipais de Joinville estão em greve desde 20 de maio. A decisão foi tomada em assembleia com mais de seis mil trabalhadores na frente da Prefeitura.

Os servidores municipais de Joinville estão em greve desde 20 de maio. A decisão foi tomada em assembleia no dia anterior, com mais de seis mil trabalhadores paralisados lotando a frente da Prefeitura. Eles consideraram insuficiente a resposta do prefeito Udo Döhler (PMDB) para a pauta de 70 itens da categoria.

A Pauta de Reivindicações dos trabalhadores foi protocolada em 28 de fevereiro. Em 24 de abril, os servidores decidiram entrar em estado de greve, já que a contraproposta não foi considerada suficiente. Depois disso, a Prefeitura avançou em três pontos. Porém, questões sensíveis, como reajuste salarial e vale-alimentação, não foram contempladas.

Na reunião que aconteceu na tarde de terça-feira (20/5), o prefeito Udo Döhler novamente não apresentou nenhuma melhoria na proposta. “Não temos fôlego”, alegou outra vez. O presidente do sindicato, Ulrich Beathalter, rebateu que a administração ainda não conseguiu provar que não tem condições financeiras de valorizar mais os servidores este ano.

Prefeitura tenta intimidar

O governo não quis agendar uma nova reunião com o sindicato para continuar dialogando. Ao contrário, informou à imprensa que pretende enviar à Câmara de Vereadores um projeto com o reajuste apenas no valor da inflação, antes de chegar a um acordo com a categoria.

Além disso, a Prefeitura protocolou, no final da tarde de terça-feira, uma ação no Tribunal de Justiça contra o Sinsej, alegando que o sindicato não comunicou com 72 horas de antecedência a paralisação da categoria. A medida é infundada, já que a categoria estava em estado de greve desde 24 de abril, o que significa que os trabalhadores podem parar a qualquer momento dispensando a obrigação legal de comunicação antecipada. O Executivo já estava ciente disso, já que o ofício do Sinsej que comunicava ao prefeito o estado de greve explicava essa situação claramente. O assunto também foi tratado pessoalmente com Döhler durante as negociações.

Também na segunda-feira, a Prefeitura já havia divulgado uma nota ameaçando servidores e sindicato com um processo por considerar postos de saúde um serviço essencial. O governo Carlito moveu ação semelhante e perdeu.

Para o Sinsej, todas estas atitudes desesperadas demonstram despreparo. Além de inócuas juridicamente, elas expõe a falta de disposição ao diálogo da Prefeitura.

 

Quanto ao envio do projeto do reajuste no valor da inflação à Câmara, Ulrich explicou terá-feira aos servidores que sua aprovação não seria o fim do movimento, já que a greve continuaria por aumento real e pelo restante das reivindicações. No entanto, amanhã os grevistas irão até o Legislativo, a partir das 16 horas, para acompanhar a sessão e explicar aos vereadores que, se eles aprovarem um projeto desta natureza, estarão provando que apenas protocolam as vontades do Executivo.

Hora de aumentar o movimento

Esta não é a primeira greve dos servidores de Joinville e é fácil reconhecer nas ações do governo velhas artimanhas, já utilizadas pelo governo anterior. O objetivo é sempre o mesmo, espalhar medo e dúvidas, no intuito de diminuir o movimento.

Porém, ao invés de intimidar, as ações que a Prefeitura tem tomado desde segunda-feira, quando foi realizada a paralisação da categoria, estão deixando os trabalhadores mais motivados para cruzarem os braços. Ao fim, é a força de mobilização que definirá o resultado deste movimento.