Bombas, spray de pimenta e cavalaria: o ambiente da votação do pacote do governo Sartori. Crédito: Guilherme Santos/Sul21

Sartori e Temer, serviçais de um mesmo senhor

Na semana antecedente ao natal, muitos servidores públicos do Rio Grande do Sul viveram em um verdadeiro cenário de guerra em frente à Assembleia Legislativa, sofrendo diversos ataques morais e físicos do governo Sartori e do batalhão de choque da brigada militar. Estava em votação um pacote enviado pelo governador Sartori com diversos atentados contra os servidores e o patrimônio público, sendo aprovada a extinção de oito fundações estatais em áreas como ciência e tecnologia, pesquisa em saúde e agropecuária, economia, cultura e outras áreas, e de uma companhia superavitária, levando à demissão cerca de 1,2 mil servidores celetistas, além do aumento do percentual de contribuição previdenciária dos servidores para 14%.

Ao constatar que não teria votos suficientes para aprovar propostas de emendas à constituição para retirar direitos dos servidores, atacar a representação sindical e privatizar estatais sem autorização da população, o governo recuou e retirou as PECs da pauta da Assembleia Legislativa. Prometeu reapresentá-las no final de janeiro, ganhando um tempo para “convencer” deputados a votarem à favor das medidas.

Apesar da trégua dada por Sartori na Assembleia Legislativa, os servidores devem continuar mobilizados, pois, além dos salários e 13° parcelados, a covardia do governo é tão grande a ponto de reapresentar as PECs a qualquer momento em alguma calada de noite antes do previsto.

O bombardeio de ataques aos trabalhadores é imensamente mais prejudicial que as bombas e balas de borracha distribuídas pelo choque da brigada militar, e não se restringe apenas ao Rio Grande do Sul. Diversos estados têm passado por situações semelhantes. No Rio de Janeiro, ao final do mês de dezembro, os servidores ainda não receberam seus salários de novembro.

Se não bastassem os ataques propostos pelos governos estaduais, há ainda as medidas propostos pelo governo Temer e seus comparsas do Congresso Nacional que já aprovaram o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos. Isso destruirá as já caóticas saúde e educação públicas. Querem agora exterminar com as garantias legais dos trabalhadores, aumentar a jornada diária de trabalho e aumentar a idade mínima para aposentadoria, atendendo exigências de poderosíssimos grupos empresariais.

É prática normal capitalista cobrar da classe trabalhadora a conta de suas crises, mas a pressa com que estão para aprovar essas medidas mostra que esse sistema está em um beco sem saída e a única alternativa que os poderosos encontram para continuarem aumentando sua riqueza é tirando ainda mais daqueles que menos tem. Portanto, nossa luta não é apenas contra os governantes. Eles são meros serviçais do capital e podem ser substituídos com a maior facilidade.

Devemos lutar pelo fim deste sistema injusto e incoerente, onde uma minoria desfruta de muitos luxos, sorvetes belgas, Nutellas e caviares, sustentados pelo suor de uma maioria que pouco pode oferecer aos seus filhos. Mais do que nunca, o momento é de união dos trabalhadores. Só assim poderemos combater a tirania dos burgueses e construir uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária, governada para e pelos trabalhadores!

Trabalhadores do Brasil e do mundo, uni-vos!

Fora Temer e o Congresso Nacional!

Fora Sartori e sua Assembléia Legislativa!

Por uma Assembleia Popular Nacional Constituinte!

Por um governo dos trabalhadores!