Pobreza em meio à fartura: desigualdade, desequilíbrios e a crise mundial do capitalismo

A economia global está agora em seu sexto ano de crise. Os padrões de vida da vasta maioria da população têm piorado, com a queda dos salários reais e a escassez completa de postos de trabalho. Apesar disto, os lucros das maiores empresas continuam a subir.
 
Esta desigualdade escancarada e crescente não passou, naturalmente, despercebida pelos capitalistas e seus porta-vozes na mídia. Um recente artigo online de The Economist intitulado “A Incompatibilidade”, sublinhando a continuada elevação dos lucros para as grandes empresas, começa dizendo:
“O que subiu não desceu. Embora a economia tenha enfraquecido, os lucros das empresas americanas estão elevados em relação ao PIB [Produto Interno Bruto – ou seja, a produção da riqueza nacional]. Na verdade, o colapso em 2008 e 2009 foi um breve abalo no que parece ser uma tendência no longo prazo”.
Simplificando, uma parte crescente da riqueza produzida dentro dos EUA – a maior e mais rica economia no mundo – está caindo nas mãos dos capitalistas na forma de lucros.
Em outro artigo recente, The Economist (10 de agosto de 2013) descreve um quadro semelhante para o Reino Unido, ao afirmar:
“Através de algumas medidas, a economia está se movendo do ‘resgate para a recuperação’ (…) No entanto, o bolso de muitas pessoas, particularmente daquelas com rendimentos mais baixos e médios, pouco evidencia isto. A inflação é relativamente modesta, mas os salários estão muito atrás. Um estudo recente financiado pelo governo descobriu que 52% dos britânicos estão tendo dificuldades para pagar as contas…
“(…) Sua difícil situação remonta ao início dos anos 2000, quando o PIB e os lucros foram descascados a parte. O custo de vida e os salários médios, desde então, foram deixados para trás, as rendas reais encolheram em 6.660 libras (10.250 dólares) no decurso do mandato parlamentar de 2010-15.
O artigo citado continua dizendo:
“A explicação popular é que o contexto econômico mudou firmemente a favor do capital e para longe do trabalho. Na economia pré-1980, os poderosos sindicatos iriam reclamar a participação nos lucros para seus filiados. A chegada de bilhões de trabalhadores na China e no Leste Europeu no mercado de trabalho manteve a pressão sobre os salários (exceto para os financiadores, naturalmente) e permitiu ao capital aumentar sua participação (ênfase nossa).
Em outras palavras, a crescente desigualdade que temos visto na sociedade nos últimos anos não é resultado da crise atual, mas faz parte de um processo de longo prazo, de décadas, em que a classe capitalista aumentou seus lucros à custa dos trabalhadores – tanto nos países capitalistas avançados quanto nas economias emergentes – que têm enfrentado crescentes níveis de exploração.
Este artigo de The Economist também deixa de mencionar, convenientemente, que esses “sindicatos poderosos” da economia pré-1980 foram violentamente atacados e divididos pelo Estado capitalista – por exemplo, por políticos como Thatcher – que assumiu os sindicatos e introduziu leis que limitam sua capacidade de organização e de tomar medidas para defender as condições de trabalho.
Uma contradição inerente
Mas o mesmo artigo vai mais longe ainda, fazendo referência a Marx e lembrando que não foi a crise que causou esta crescente desigualdade entre capital e trabalho, mas a crescente desigualdade que causou a crise:
“Karl Marx pensava que isto eventualmente causaria o colapso do capitalismo – a indústria ficaria concentrada em poucas mãos com poder de monopólio e os trabalhadores não seriam capazes de comprar as mercadorias que eles produziram” (ênfase nossa).
E aqui chegamos ao cerne da questão com o sistema capitalista – uma questão que os reformistas sempre esquivam. A desigualdade que hoje vemos – com declínio dos padrões de vida dos trabalhadores e da juventude e aumento dos lucros das empresas – não é simplesmente o resultado da crise, mas é a lógica do próprio capitalismo. A brecha entre capital e trabalho não é um mero sintoma da crise, também é sua causa – e a doença é o próprio sistema capitalista.
O capitalismo é um sistema com uma sede insaciável de lucros. Cada capitalista deve continuamente acumular, investir e expandir ou enfrentar a perda de sua quota de mercado. No entanto, nesta perseguição por lucros cada vez maiores, a concorrência obriga cada capitalista a investir em maquinaria poupadora de trabalho, a atacar os trabalhadores e a reduzir os custos salariais. E por tudo isto ao mesmo tempo, a classe capitalista como um todo está cortando os salários da classe trabalhadora como um todo – ou seja, cortando a própria demanda para as mercadorias que o capitalismo produz; cortando o próprio galho onde eles, os capitalistas, estão sentados.
Este processo, como explicou Marx, não é uma crise de subconsumo – isto é, uma crise devida ao consumo insuficiente dos trabalhadores que pode ser facilmente resolvida através da tributação aos ricos e pagando melhor aos trabalhadores, ou através de estímulos à economia via investimento governamental, como os reformistas e keynesianos idealisticamente imaginam – mas é uma crise de superprodução: o resultado de uma contradição inerente a um sistema em que os meios de produção são de propriedade privada e em que a produção visa unicamente o lucro. Não se trata de que se pague muito pouco aos trabalhadores; em um sistema em que a produção é para o lucro, a classe trabalhadora – com um todo – nunca será capaz de se dar ao luxo de comprar de volta as mercadorias que ela produz.  
Não se trata apenas de que haja desigualdade – isto é, uma diferença entre capital e trabalho – para que as crises ocorram; esta desigualdade é parte necessária do sistema capitalista: a exploração de muitos é o pré-requisito para a riqueza de poucos; a mera existência simultânea destes opostos – o capitalista e o trabalhador – implica necessariamente uma desigualdade. E é da lógica deste sistema que cada lado tentará aumentar sua parte da riqueza – os capitalistas, para aumentar os lucros e ampliar essa desigualdade; os trabalhadores, para aumentar os salários e reduzir a desigualdade – e é precisamente isto o significado de luta de classes: a luta entre o capitalista e o trabalhador pela mais-valia produzida na sociedade. Dessa forma, coisa que os reformistas não conseguem compreender, eliminar a desigualdade é eliminar o próprio sistema capitalista. 
Montanhas de dinheiro e de excesso de capacidade
O mesmo artigo de The Economist, em seguida, faz uma importante pergunta:
“Mas não se precisa ser marxista para se perceber que a parte do capital pode ser cíclica; certamente altos retornos seriam mais competitivos em outro lugar? Um alto retorno do capital [isto é, altos lucros] deve atrair mais empresários ou deveria encorajar os negócios existentes a investir mais, trazendo de volta para baixo o retorno do capital? Então, por que isto não aconteceu?”.
Em seguida, o artigo passa a apresentar estatísticas que demonstram que os lucros corporativos nos EUA (como proporção do PIB) estão em alta excessiva nos investimentos empresariais com mais de 30 anos (superior a 12%), enquanto que o investimento empresarial (também como proporção do PIB) está em um recorde de baixa no mesmo período (em torno de 10%). Estatísticas de outros lugares mostram o mesmo fenômeno – que as grandes empresas não estão investindo. Por exemplo, Gillian Tett, no Financial Times de 17 de janeiro de 2013, comenta que:
“Nos últimos anos, os comentaristas e políticos têm lamentado muitas vezes o fato de que as empresas americanas estão sentadas em enorme quantidade de dinheiro em reserva. Alguns estudos calculam que seja em torno de dois trilhões de dólares. Outros acham que é mais… De qualquer forma, está claro como cristal que este tesouro está aumentando…
“(…) A lógica poderia sugerir que este não é um desenvolvimento ideal. Afinal, se as empresas estão afogadas em dinheiro, em vez de investir em máquinas ou contratando trabalhadores, isto não vai criar crescimento”.
Enquanto isto, Tony Jackson, escrevendo também no Financial Times (11 de março de 2012), proporciona números similares para as empresas europeias e britânicas, que têm outras montanhas de dinheiro, dois trilhões de euros e 750 bilhões de libras, respectivamente. Jackson afirma sem rodeios que “É uma verdade notória que as empresas ocidentais estão acumulando dinheiro. Elas não estão contratando ou investindo como deveriam”. As estatísticas das empresas canadenses falam de um tesouro de mais de 500 bilhões de dólares, um aumento de 43% desde 2009. Apple – a gigante multinacional de eletrônicos –, sozinha, está sentada em uma pilha de dinheiro de 100 bilhões de dólares.
Colocando estes números no contexto: o PIB do Reino Unido é de aproximadamente 1,57 trilhões de libras e sua dívida pública total acumulada está atualmente em torno de 1,2 trilhões de libras. As grandes empresas no Reino Unido, portanto, estão sentadas em pilhas de dinheiro (de 750 bilhões de libras) – dinheiro ocioso que poderia ser gasto de imediato – o equivalente a cerca da metade de tudo o que a economia britânica produz a cada ano; também equivalente a mais de 60% da dívida pública nacional. Estes 750 bilhões de libras de dinheiro ocioso nos bancos das grandes empresas é maior que o gasto público anual do Reino Unido, que fica em torno de 700 bilhões por ano.
Enquanto isto, os dois trilhões de dólares em dinheiro em que as empresas americanas estão sentadas é o dobro do valor do déficit orçamentário federal dos EUA (isto é, o déficit entre as despesas públicas e a receita do governo em impostos), que atualmente está em torno de um trilhão. Estes dois trilhões nos bolsos das grandes empresas EUA equivale também a cerca de 12% da dívida federal americana (em torno de 17 trilhões), enquanto os dois trilhões nas mãos das empresas europeias equivalem a cerca de 18% da dívida total da zona do euro (que se encontra em torno de 11,1 trilhões).
Agora imaginemos que tremendo impulso significaria para a economia investir todo este dinheiro ocioso! À economia do Reino Unido poderia ser dado um impulso anual único de quase 50%, com o gasto público anual – em educação, saúde, transporte etc. – mais que dobrando.
Então, por que as empresas do mundo todo não estão investindo? Por que se sentar em pilhas de dinheiro quando as taxas de lucro são altas e há dinheiro a ser feito? The Economist tenta responder a sua própria pergunta: 
“Mas a China deve desempenhar um importante papel no quebra-cabeças. Como sabemos, ela vem investindo como louca, com quase 50% do PIB dedicados à despesa de capital em alguns pontos. Voltando à Apple, este foi um grande impulso aos seus lucros, já que o custo de produção do hardware caiu, enquanto a capacidade de projeto da empresa lhe permitiu continuar a cobrar preços mais elevados.
“Michael Howell, de Cross Border Capital, sugere que a economia mundial está enfrentando um problema de muitos produtores. 
“’ Em suma, é um excesso de capacidade e não um excesso de poupança. Excesso de capacidade financiado pelo abundante crédito chinês empurrando para baixo a taxa marginal de lucros em novo capex [investimento] e isto levou para baixo os rendimentos reais dos títulos’”.
Em outras palavras, a falta de investimento em escala mundial se deve à enorme capacidade excedente que existe – ou seja, à superprodução – no sistema. Por que iriam os capitalistas investir mais – em nova produção, em empregos, maquinaria, fábricas, infraestrutura etc. – quando as empresas não podem mais vender o que já produzem?
O papel da China
Como sugere The Economist, a economia chinesa está desempenhando um importante papel nesta situação de excesso global de capacidade. Como o artigo acima citado aponta, e como já observamos em nossa própria análise anterior, o governo chinês tem – ao longo dos últimos anos – reorientado sua economia para longe do crescimento liderado pelas exportações e em direção ao investimento. As razões para isto são claras: com um colapso na demanda nos EUA e na Europa – os principais mercados de exportação da China – em consequência da crise, a economia chinesa necessitava encontrar uma nova fonte de crescimento ou enfrentar uma crise e seu próprio colapso.
A fim de manter seus alucinantes ritmos de crescimento econômico, a China promulgou efetivamente uma das maiores experiências keynesianas do mundo, com o crédito expandido maciçamente para financiar uma enorme onda de investimentos; o empréstimo na China aumentou de 122% do PIB, em 2008, para 171% em 2010 – um aumento maior do crédito que o observado nos EUA no período que antecedeu à crise financeira de 2007 – e, como resultado, a relação da dívida total com o PIB (incluindo a dívida doméstica, corporativa e pública) agora alcança em torno de 200%.
Como já observamos anteriormente, e como a burguesia mais clarividente está agora também percebendo, este surto de investimento, que começou em 2008-09, criou enormes contradições, tanto dentro da China quanto em escala mundial. A expansão do crédito levou a um gigantesco acúmulo de dívida dos governos locais na China e o governo central está sob pressão para tentar desinflar esta bolha de crédito sem explodi-la no processo. Enquanto isto, a enorme quantidade de investimento na China – representando até 50% do PIB chinês, como mencionado anteriormente por The Economist – aumentou ainda mais as forças produtivas na China e, dessa forma, globalmente, o que só agrava o excesso de capacidade existente e a crise de superprodução. Como explica The Economist em outro recente artigo, em referência às opiniões de Paul Krugman – prêmio Nobel de economia – sobre a economia chinesa:
“O Investimento deve expandir a capacidade de uma economia para atender as necessidades de seus consumidores ou de seus mercados de exportação. Mas, na China, como argumenta Mr. Krugman, mais gastos de investimento é obra de Sísifo: está simplesmente adicionando-se à capacidade da economia de expandir sua capacidade (ênfase nossa).
“(…) É claro que a China deve reduzir sua taxa de investimento. Mas Mr. Krugman e outros dizem que uma taxa de investimento inferior poderia precipitar uma queda precipitada. Sua preocupação ecoa um modelo de crescimento com 70 anos de idade, desenvolvido por Roy Harrod e Domar Evsey, em que a economia está equilibrada no fio da navalha, entre altas e baixas (ênfase nossa).
“O modelo reconhece que o investimento desempenha um papel duplo em uma economia. Ele é, como coloca Martin Wolf do Financial Times, tanto ‘uma fonte de capacidade extra’ quanto uma ‘fonte de demanda’. Algumas vezes estes dois papéis trabalham com propósitos cruzados. Se o crescimento desacelera, então a economia não necessitará adicionar mais capacidade. Isso implica menos investimento. Mas porque as despesas de investimento são uma fonte de demanda, menos dele também implica menos demanda, reduzindo o crescimento ainda mais. Ao evitar o excesso de capacidade, a economia termina criando mais do mesmo…
“Os críticos do alto investimento da China não se preocupam apenas com a capacidade redundante que ele cria, como também com as dívidas que deixa para trás. Como um todo, a China é próspera: sua taxa de poupança ainda é maior que sua taxa de investimento. Mas poupador e investidor em geral não são o mesmo. Mediando entre eles está o sistema financeiro da China, que transfere vastos recursos do primeiro para o segundo. As dívidas das empresas chinesas atingiram 142% do PIB no ano passado, de acordo com Goldman Sachs, e os veículos do investimento promovidos pelos governos locais tinham dívidas no valor de outros 22,5%. Embora seja impossível calcular com precisão, dívidas incobráveis podem atingir o equivalente a um quarto do PIB do país” (The Economist, 17 de agosto de 2013).
Ao invés de resolver a crise, portanto, a enorme quantidade de investimento na China tem apenas semeado as sementes para uma crise ainda maior no futuro – tanto na China quanto em escala mundial.
Como afirma The Economist:
“Desde a crise de liquidez em junho, quando seu banco central reteve a liquidez do sistema bancário para punir credores irresponsáveis, a China se tornou uma grande fonte de preocupação para a economia mundial…
“(…) O FMI nesta semana argumentou que o crescimento da China se tornou ‘muito dependente do investimento e de um aumento insustentável do crédito’. O investimento novamente contribuiu com a maior parte do crescimento da China no primeiro semestre do ano” (The Economist, 20 de julho de 2013).
E observa adicionalmente em outro lugar:
“A China está no meio de uma precária mudança do crescimento liderado pelo investimento para um modelo mais equilibrado, baseado no consumo. Sua vaga de investimento trouxe muita inadimplência…
“(…) A má notícia é que os dias de velocidade recorde se acabaram. O investimento turbo-alimentado e o modelo exportador ficaram sem fôlego (The Economist, 27 de julho de 2013).
A desaceleração na China, por sua vez, ameaça as economias no Brasil, Austrália, África etc., que se tornaram dependentes da exportação de matérias-primas para alimentar o crescimento econômico da China.
Desequilíbrios e tensões globais
O Ocidente capitalista espera um “reequilíbrio da economia” na China, longe do investimento e das exportações e em direção a mais consumo interno e importações. Em outras palavras, os capitalistas nos EUA, Europa etc. gostariam que os capitalistas que operam na China pagassem mais aos trabalhadores chineses, para que estes possam comprar produtos de empresas nos EUA e na Europa. Isto, por sua vez, permitiria às empresas dos EUA e europeias a gastar suas vastas pilhas de dinheiro, investindo na produção para criar novos empregos e, dessa forma, exportando a crise para longe do Ocidente e na China.
A outra possibilidade, e preocupação para os capitalistas nos EUA e Europa, é que o gigantesco excesso de capacidade na China – acompanhado de excesso de mercadorias – encontrará seu caminho para as costas ocidentais, agindo para reduzir os lucros (recordes) das empresas estadunidenses e europeias mencionadas acima.
O já citado artigo de The Economist conclui:
“Tudo isto pode sugerir um só caminho pelo qual os lucros podem retornar a níveis ‘normais’. Com a economia chinesa não mais crescendo aos ritmos rápidos de antes, a capacidade excedente chinesa pode inundar os mercados mundiais, reduzindo as margens de lucro… A possibilidade mais benigna [para os capitalistas estadunidenses e europeus!] é que os chineses troquem sua economia da produção para o consumo e que as empresas EUA elevem seu capex [despesas de capital – isto é, investimento] para tentar explorar este novo mercado”.
 Em ambos os casos, a perspectiva é de aumento das tensões entre as nações – cada uma buscando proteger os lucros dos capitalistas de seus próprios países – enquanto a crise do capitalismo continua, cresce e se espalha por toda uma economia mundial interconectada. Mais uma vez vemos as tremendas barreiras que o capitalismo erige ao desenvolvimento das forças produtivas: a propriedade privada dos meios de produção e o estado-nação.
O capitalismo é um sistema inerentemente anárquico, caótico e instável; enquanto existir um sistema tal, as desigualdades e desequilíbrios também existirão. Estas barreiras ao desenvolvimento das forças produtivas – o resultado deste sistema irracional e anárquico – devem ser destruídas e substituídas por um plano racional e democrático de produção, um sistema socialista internacional de produção no interesse da vasta maioria. Somente desta forma podemos viver em uma sociedade verdadeiramente igualitária, com harmonia tanto entre pessoas diferentes e entre as pessoas e o meio ambiente no qual nos baseamos.
 
Traduzido por Fabiano Adalberto