PED 2009: Seis candidatos e três políticas

Confira as diferenças e semelhanças entre as seis chapas e candidaturas à presidência do PT.

Todos podem conferir no quadro abaixo quais as principais idéias defendidas pelos candidatos e que estão disponíveis no site do PT (PED 2009).

Em termos gerais, temos quatro candidaturas que defendem, com uma pequena variação de grau, a atual política levada pelo governo Lula, a política de alianças (com pequenas inflexões sobre o seu caráter, o papel que o PT e as esquerdas devem cumprir, etc.) e a candidatura de Dilma Presidente.

Por mais que os três desses quatro candidatos (Iriny, Cardoso, Magela) tentem se diferenciar do candidato da atual maioria (Dutra), a realidade que mostra a sua apresentação é clara: as palavras são diferentes, a postura pessoal pode ser diferente, mas a política, a aliança com os partidos burgueses e a manutenção do capitalismo é a tônica que passa em todos eles. Assim é que a candidata que se proclama de Esquerda e Socialista diz que a crise vai “impor limites ao capitalismo” e o candidato da “Mensagem ao Partido” (que também quer ser a “esquerda”) defende uma “revolução democrática” e que os dois mandatos do governo Lula já a iniciaram!

Em outros termos, enquanto o governo Lula acaba de aprovar a venda das ações do Banco do Brasil na bolsa de Nova York (20% das ações) – medida que FHC tomou com a Petrobras, que incluiu dois dos principais aeroportos do país no Plano de Desestização – e não consegue, apesar das promessas seguidas ao MST, atualizar o índice de produtividade da terra, todos eles seguem defendendo estas políticas e a herdeira “nomeada” Dilma Rousseff.

A candidatura de Markus Sokol segue um viés diferente. Parte da defesa das reivindicações dos trabalhadores – ele lista várias em sua apresentação, todas elas mais que justas – coloca o acento na crítica à aliança com o PMDB e em Meireles no Banco Central (esquecendo todos os outros ministros capitalistas) e propõe a defesa do “interesse da nação brasileira”.

Aqui cabe uma discussão. Os marxistas, em qualquer conflito entre o imperialismo e uma nação oprimida, estão ao lado dos oprimidos. Por outro lado, ao esquecer o socialismo, a expropriação dos meios de produção e colocar o acento na defesa da nação, esta candidatura aparece (e, por mais que tente negar, é) como uma candidatura com uma tônica pequeno-burguesa nacionalista. No momento em que a maioria do partido segue a política de Lula de concertação (acordos) com a burguesia e o imperialismo (colocando tropas no Haiti, querendo entrar no Conselho de Segurança da ONU que é responsável pela invasão do Afeganistão, etc.), essa candidatura aparece como “esquerdista”.

A candidatura de Serge Goulart segue outro viés. Ela parte da necessidade que tem a classe trabalhadora de superar o atual sistema (capitalista) e lutar para a construção do socialismo. Faz uma avaliação de que a atual política de alianças do PT, a política de alianças com os partidos burgueses está destruindo não só a esperança, mas também a possibilidade concreta dos trabalhadores derrotarem a burguesia e avançarem em direção ao socialismo. Alerta para a possibilidade concreta da derrota do partido nas eleições de 2010 ao se confiar nos nossos “aliados” e traça a necessidade do partido “Virar à Esquerda e Reatar com o Socialismo”.

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