Os perigos aumentam contra a revolução na Venezuela

Wanderci Silva Bueno

Em uma espantosa escalada à direita Chávez, no dia 23 de abril prende e entrega Joaquín Pérez à polícia colombiana. Dias depois entrega Julian Conrado.

Chávez aceita as pressões do imperialismo

Em uma espantosa escalada à direita Chávez, no dia 23 de abril prende e entrega Joaquín Pérez à polícia colombiana.

A Esquerda Marxista escrevia então:

Na noite de 23 de abril, o jornalista e militante Joaquín Pérez Becerra foi detido no Aeroporto Internacional de Maiquetia, na Venezuela, e dois dias depois entregue pelo governo venezuelano à polícia colombiana (…)

O governo Chávez cometeu um erro inaceitável ao colaborar com a polícia do governo colombiano – leia-se: a CIA – entregando Becerra. Sob pena de se desmoralizar completamente frente a todos que até hoje se empenharam na defesa deste governo contra o imperialismo e a reação esquálida na própria Venezuela, todos que combatem pela vitória da revolução bolivariana em cada país das Américas e do mundo, o governo Chávez deve reconhecer seu erro, exigir do governo colombiano garantias de vida para Becerra e sua imediata devolução à família na Suécia.

Em defesa da revolução na Venezuela e em todo o mundo é preciso expulsar já do governo Chávez, e do PSUV, os dois ministros que organizaram e deram este golpe profundo na revolução venezuelana, Nicolas Maduro, Ministro das Relações Exteriores, e Andrés Izarra, Ministro das Comunicações. É hora de botar em ação as palavras repetidas em todas as atividades do PSUV e da Revolução: expulsar os burocratas, os boli-burgueses, os corruptos, e liquidar com o capitalismo, avançar para o socialismo. Chávez tem a responsabilidade de passar das palavras aos fatos”.

Em 9 de maio Chávez cancela sua viagem ao Brasil e ao Equador alegando problemas no joelho. Eram já os sinais de alguma doença? Não sabemos. O que importa é Chávez havia contraído um grave vírus, um vírus político que pode ser letal. Seu nome? Giro à direita.

Em 04 de junho, Julian Conrado, dirigente da FARC e cantor revolucionário foi preso e entregue a máfia colombiana. Chávez se vangloriou de seu feito e dizia que estava atendendo aos apelos da Interpol. O vírus parecia estar se alastrando.

Mas Chávez de fato estava com uma doença física e esta exigia uma cirurgia. Até agora não se sabe o qual a doença.Mas a cirurgia parece de fato ter ocorrido.

O caminho tortuoso da doença … os segredos…

Há exatamente 22 dias Chávez seguiu até Havana para se submeter a uma cirurgia de extração de um abscesso na região pélvica. Nada complicado segundo a burocracia. Simples como tirar uma verruga. Mas tudo foi tratado em segredo.

Depois de marchas e contra marchas, no dia 25 de junho veio em público pela voz do Ministro Nicolas Maduro a seguinte frase: “Chávez está lutando pela vida”. A mãe do presidente sai peregrinando pelas igrejas chamando o povo a rezar por seu filho. Algo sério só poderia estar acontecendo com Chávez, sua mãe não derramaria falsas lágrimas e nem jogaria orações ao vento.

No dia 26, o presidente da Assembléia Nacional (Soto Rojas) afirmou que Chávez não estava com câncer e pediu aos adversários para que parassem de sonhar. Ele não disse, mas certamente pedia para a burguesia que ela parasse de sonhar com a morte de Chávez. Nada mais patético: a burguesia não só sonha, ela quer, deseja, conspira e lutará para isso. Mas se não for necessário e ele partir para o além sem ninguém assassiná-lo, melhor, pensam os “escuálidos” (os reacionários são assim chamados pelos revolucionários na Venezuela).

Os perigos se apresentam

A massa popular está comovida. A burguesia vocifera pelo canto da boca: “Chávez não pode governar do exterior…ele precisa passar o mandato ao vice Elias Jaua”. Os burgueses querem abrir a comportas da contrarrevolução, mas sabem que um vazio de poder e a contrarrevolução podem abrir também outras centenas de comportas da revolução. Tremem, e nesta hora, por não terem nomes capazes, suspiram: ‘melhor com Chávez’.

Os burocratas de plantão, os falsos bolivarianos, agentes da burguesia, sabem que nem a situação nem a oposição têm nomes à altura, capazes de substituir Chávez, caso ocorra alguma tragédia. Mas sabem que o perigo de uma explosão, de uma crise revolucionária aberta pode ser o mal pior, pois as massas podem no calor da batalha, na continuidade e defesa da revolução, enfrentando a reação, forjarem novos líderes capazes e firmes prontos para completar a longa jornada revolucionária, fazendo seu acerto de contas, cobrando a fatura desde o Caracazzo. Mas este será certamente o caminho mais violento e doloroso que a revolução pode tomar. As massas intuem isso e certamente por se aperceberem deste fato, torcem para o pronto restabelecimento de Chávez, o líder que elas vêem como seu e que crêem poder ajudá-las a avançar.

Os próximos dias poderão ser decisivos para o futuro da revolução venezuelana: pode ser abertar uma crise revolucionária.

Aguardemos e ajudemos a luta dos marxista por sua construção no Brasil e na Venezuela, país onde os marxistas de lá acabam de realizar o seu Segundo Congresso da Corrente Marxista Internacional, seção venezuelana da CMI.


Viva a Venezuela Revolucionária!