O significado da 14ª Plenária Nacional da CUT

A Plenária ocorrida em Guarulhos, de 28/07 à 01/08, passou-se em clima de desânimo total dos dirigentes de base. No dia da abertura Lula fez um discurso dizendo que, aconteça o que acontecer a CUT tem que estar com Dilma.

A Plenária ocorrida em Guarulhos, de 28/07 à 01/08, passou-se em clima de desânimo total dos dirigentes de base. Nunca havíamos presenciado tal desânimo, tanto nos discursos proferidos na tribuna, quanto nas conversas diretas nos corredores e demais espaço. No dia da abertura Lula fez um discurso dizendo que, aconteça o que acontecer a CUT tem que estar com Dilma. 

E foi esta a tônica da Plenária, todas as forças políticas em suas falas defenderam incondicionalmente a reeleição de Dilma, menos a EM. Defendemos nosso programa e nos dirigindo à direção da CUT e aos delegados da Plenária para que cobremos que este programa tem que ser realizado já, antes das eleições, inclusive sendo uma forma de mostrarmos pros trabalhadores que a Dilma está do nosso lado de fato.

A estratégia principal da força majoritária, como tem sido nos últimos anos, é não ter debate. A tática é não discutir a tática. Com isso passamos vários dias sem debate e orientações que apontem para situações concretas de ação da CUT no sentido de mobilizar e exigir dos governos do PT a ruptura com a burguesia. Muito pelo contrário, o debate deles é de reforçar a coalisão de classes.

Novamente a corrente OT mostrou sua face à direita. O seu representante defendeu o fraudulento plebiscito pela constituinte soberana e exclusiva para reformar o sistema político durante a maior parte de sua fala sobre conjuntura. Durante a votação dos pontos mais polêmicos posicionaram-se da seguinte forma: na votação de nossa proposta contra o tripartismo fizeram uma fala de que tem tripartismo que dá pra gente participar, como o tripartismo “clássico” (sic!) da OIT e os conselhos de previdência. E, na votação para que a CUT devolva os 10% do imposto sindical às entidades de base, votaram pra que a CUT NÃO DEVOLVA OS 10% DO IMPOSTO SINDICAL. Impressionante!

Fomos a única força política que defendeu a luta pelo socialismo, a não participação em espaços tripartites e a devolução do imposto sindical por parte da CUT. As demais pautas eram comuns em sua maioria sendo que tivemos importantes pontos aprovados no plano de lutas, como a defesa da saúde e educação públicas gratuitas e para todos em todos os níveis e o apoio ao PL contra a criminalização e pela anistia dos militantes sindicais, sociais e estudantes que estão sendo processados por participarem de manifestações.