O PT, o PED e as necessidades da classe trabalhadora e da juventude

Virar à Esquerda! Reatar com o Socialismo! Ocorre nesse ano o Processo de Eleições Diretas do PT (PED) para a escolha dos presidentes e das direções nacional, estadual, municipal e zonal. Nós, da Esquerda Marxista, impulsionamos a chapa “Virar à Esquerda! Reatar com o Socialismo!” e apresentamos a candidatura de Serge Goulart à presidência do PT.

Debate entre candidatos

Virar à Esquerda! Reatar com o Socialismo! Ocorre nesse ano o Processo de Eleições Diretas do PT (PED) para a escolha dos presidentes e das direções nacional, estadual, municipal e zonal. Nós, da Esquerda Marxista, impulsionamos a chapa “Virar à Esquerda! Reatar com o Socialismo!” e apresentamos a candidatura de Serge Goulart à presidência do PT.

Debate entre candidatos

No dia 26 de agosto aconteceu o primeiro debate entre os candidatos à presidência do PT com transmissão pela internet (o debate gravado pode ser visto no canal “TVPTSaoPaulo” no YouTube). As mobilizações de junho, a Reforma Política e as alianças foram temas que marcaram a discussão.

Desde o primeiro governo de Lula, a Esquerda Marxista defendeu a ruptura da coalizão com os partidos da burguesia. O PT caminhou na linha oposta, agregando nas eleições de 2010 o PMDB na vice-presidência.  O resultado não poderia ser outro, submissão cada vez maior aos interesses do capital nacional e internacional e choque com as massas.

No debate sobre a questão das alianças, Rui Falcão – candidato de Lula e da maioria da atual direção, apoiado pelas correntes Construindo Um Novo Brasil (CNB), Novo Rumo, PT de Lutas e de Massas (PTLM), Movimento PT e Esquerda Popular Socialista (EPS) – defendeu a aliança com o PMDB e sua continuidade nas eleições de 2014. Também defendeu esta política o candidato Paulo Teixeira, que é apoiado pela corrente Democracia Socialista (DS). Dois supostos candidatos da esquerda declararam que em 2014 não deveríamos fazer alianças com o PMDB no 1º turno, mas que no 2º turno isso seria necessário. Foram eles: Renato Simões (Militância Socialista) e Valter Pomar (Articulação de Esquerda). Markus Sokol (O Trabalho) posicionou-se contra a coligação com o PMDB, sem citar os outros partidos burgueses.

A Esquerda Marxista, bem como sua chapa “Virar à Esquerda! Reatar com o Socialismo!” e o candidato a presidente Serge Goulart, sempre combateu a aliança com o PMDB e com todos os demais partidos burgueses, no 1º e 2º turno. O que as massas necessitam é de um governo socialista dos trabalhadores, apoiado nas organizações de classe, no movimento operário, popular e da juventude, que atenda as reivindicações dos oprimidos pelo capitalismo.

Reforma Política

Em uma votação realizada pela internet, foi escolhido o tema da Reforma Política para que os candidatos se posicionassem. Serge Goulart falou sobre a questão nesse debate:

 “… a primeira questão é ‘desestatizar’ os partidos. Nós não podemos ter uma Reforma Política que não fale do fato de que hoje o financiamento de um partido, inclusive do PT, é 90% vindo do Estado, do Fundo Partidário. E agora a proposta, como resposta às ruas, que odeiam os políticos que não cumprem o que prometem, é que nós vamos propor uma Reforma Política onde o Estado vai passar a financiar também a campanha dos candidatos. Essa resposta não vai ser muito simpática às ruas, companheiros, por mais que se tente falar que isso é mudança. Mudança é acabar com o Senado, mudança é proibir o financiamento por empresas, é permitir que os sindicatos financiem os partidos da sua classe, é reformar para  destroçar a legislação eleitoral que existe nesse país…” 

Todos os demais candidatos apoiaram a proposta de Reforma Política apresentada pelo PT, incluindo o financiamento público de campanha. Sokol e a corrente O Trabalho – que não utiliza em nenhuma parte de sua tese a palavra “socialismo” – aderiu ao financiamento público e à Reforma Política. Além disso, traz como objetivo a reforma do Estado, quando, os revolucionários sabem, é impossível reformar o Estado Capitalista com suas instituições que funcionam para garantir a exploração dos trabalhadores e os interesses da burguesia. A verdadeira tarefa do proletariado é pôr fim ao Estado Capitalista e construir um Estado Operário Socialista.

A Esquerda Marxista e o PED

As eleições de dirigentes do partido em todos os níveis eram realizadas, na origem do PT, através dos encontros por delegados eleitos desde a base e que participavam das discussões políticas que culminavam com as resoluções adotadas. Agora, com o PED, o que existe é uma imitação das eleições burguesas, que privilegia quem tem mais “máquina”. Tal deformação, na realidade, é a tradução para o campo organizativo da mudança da linha política operada pela direção do partido.

Os marxistas intervêm nesse processo buscando dar publicidade para as ideias revolucionárias e batalhando para manter e conquistar posições que possam ser um ponto de apoio para agrupar todos que permanecem fiéis à luta da classe trabalhadora pelo socialismo.

Desde junho, uma nova situação política se abriu no Brasil. As grandes mobilizações não passaram pelo PT, pois ele próprio se distanciou das mobilizações há muito tempo. O partido foi visto pela maioria dos jovens que saiu às ruas como mais um partido. Entretanto, é inegável que importantes parcelas da classe ainda relacionam-se com PT como seu partido. A tarefa dos marxistas hoje é ganhar a juventude que desperta para a luta e, ao mesmo tempo, manter seus postos no movimento operário, buscando um bom posicionamento e força para o momento em que a classe trabalhadora entrar em cena.