O duplo poder no México

“Sim, vai haver 2 governos: o dos delinqüentes de colarinho branco e o governo surgido deste movimento popular e cidadão”, afirmou López Obrador, ex-candidato e principal líder do movimento que acusa fraude na eleição presidencial do México. Depois de mobilizações massivas exigindo a recontagem dos votos, a coligação “Para o bem de todos”, de Obrador, convocou a formação de uma Convenção Democrática Nacional (CDN), a se reunir no dia 16 de setembro.

A CDN considera o resultado das eleições uma usurpação da vontade popular, e chama a formação de um governo paralelo. Citando a constituição do país, lembra que “o povo tem o direito de modificar as formas do seu governo”. A luta pela democracia é acompanhada pelas reivindicações sociais: fazem parte da convocatória da CDN a defesa dos recursos naturais, a manutenção dos serviços públicos e o combate à desigualdade social.

Preparando-se contra a reação das elites, Obrador se dirigiu às forças armadas para que não aceitem a ordens de reprimir o povo. O receio é justificável. Na cidade de Oaxaca, professores e populares que protestavam contra o governo da província foram reprimidos brutalmente. E 6 mil policiais cercaram o Parlamento para evitar manifestações durante o pronunciamento do atual presidente, Vicente Fox.

Nesse momento, a participação da classe operária e a organização de uma greve geral é imprescindível para defender e fazer avançar a revolução mexicana.

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