O 2º Encontro da Corrente Sindical Esquerda Marxista foi uma vitória!

Reunindo 100 sindicalistas vidreiros, químicos, petroleiros, ferroviários, comerciários, bancários, professores, da saúde, dos serviços públicos e artistas, a Corrente Sindical Esquerda Marxista realizou seu 2º encontro no final de 2010.


O 2º Encontro da Corrente Sindical Esquerda Marxista, realizado nos dias 26, 27 e 28 de novembro de 2010, na Colônia de Férias do Sindicato dos Vidreiros de SP, na Praia Grande, foi um enorme sucesso. Estiveram presentes delegações do estado de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco e também um companheiro da seção venezuelana da Corrente Marxista Internacional (CMI), Euler Cazaldilla, que é o responsável sindical da seção.

Na pauta estava, dentre outros, o tema conjuntura nacional e internacional. Durante as discussões foram levantadas questões referentes ao novo governo, indagando qual será a postura deste governo Dilma-Temer frente às reivindicações históricas dos trabalhadores.

Fizemos um bom debate sobre esse assunto. Dilma, como sucessora do governo Lula e aliada a um candidato e partido umbilicalmente ligados à burguesia, estará mais amarrada aos capitalistas e terá maiores limitações frente ao atendimento das reivindicações que o movimento operário já vinha cobrando do governo Lula.

Por isso, a tarefa da CUT e do movimento sindical deve ser a de apertar mais ainda, mobilizar e cobrar do governo Dilma. Para tanto, temos que unificar as lutas já existentes e seguir exigindo as políticas públicas que possam atender os interesses dos trabalhadores, que votaram em Dilma para que ela atenda as reivindicações. Por isso, com independência e sem sectarismo, vamos seguir dialogando na via da exigência de que Dilma e o PT rompam com a burguesia e seus partidos.

Durante os debates sobre a situação política internacional, discutimos os efeitos da crise do capitalismo em relação aos trabalhadores, em particular na Europa, onde os capitalistas foram ferozes na implantação da sua política de arrochar a classe, agindo com truculência e violência. Mas os trabalhadores resistiram bravamente demonstrando que não estão derrotados.

É importante ressaltar o papel da Central sindical (CUT) que pelo peso político e a respeitabilidade que tem, pode ser o fator determinante neste momento, pois será através dela que teremos a oportunidade de mobilizar o movimento operário de forma unificada para exigir de Dilma que sejam aprovadas as nossas reivindicações.

Nas avaliações que fizemos do governo Lula, constatamos que temos muita coisa para garantir, uma vez que em 8 anos, as questões mais elementares, como a redução da jornada e o fim do fator previdenciário não nos foram garantidos. Um governo de coalizão com a burguesia serve apenas como obstáculo, e impediu a realização de projetos de interesse dos trabalhadores. Mas aprendemos com as difculdades e estamos melhor preparados para enfrentar a coalizão que se expressa no governo Dilma-Temer e como cutistas sabemos que sem a mobilização dos trabalhadores nas ruas, não iremos obter os avanços desejados pelos trabalhadores do campo e da cidade.

Para enfrentar essa situação é necessário que a CUT aumente a sua voz frente ao governo e bata duro na defesa de um salário mínimo compatível com as necessidades da classe, pois, até mesmo os R$ 580,00 que a CUT quer aceitar, está longe de ser o mínimo calculado pelo DIEESE, que passa dos R$ 2.000,00.

Por isso, continuamos o combate junto aos trabalhadores e suas organizações exigindo que o governo atenda as nossas reivindicações, pela unidade em torno do objetivo comum.

No final do Encontro elencamos algumas propostas sob as quais trabalharemos na CUT e sindicatos, dialogando com o movimento operário:

• Defesa da previdência publica e solidária!
• Fim do Fator Previdenciário!
• Redução da jornada de trabalho sem redução de salário!
• Piso nacional dos Professores!
• Defesa da saúde pública universal gratuita e de qualidade para todos !
• Pela nacionalização/estatização do petróleo!
• Pela estatização da Flaskô sob controle dos trabalhadores!
• Contra a criminalização dos movimentos sociais!
• Denunciar as perseguições contra os dirigentes sindicais!
• Apoio à Revolução na Venezuela e no mundo!
• Retirada das tropas brasileiras do Haiti;
• Em defesa da reforma agrária!
• Campanha em defesa da categoria dos Ferroviários!

Consideramos que podemos trabalhar a partir das propostas aprovadas no Encontro da Classe Trabalhadora, realizado no ano de 2010, e entregues à Dilma. A classe trabalhadora está condenada a lutar, e para sobreviver num sistema excludente como o capitalismo se faz necessário, em primeiro lugar, estar organizada. Em segundo lugar, os trabalhadores devem se assenhorar de seu destino e fazer política com vistas a conquistar a velha afirmação de Karl Marx: “A emancipação da classe trabalhadora será obra da própria classe trabalhadora”.

Nenhum passo atrás! Avançar e construir o socialismo!
Mãos à obra na construção da Corrente Sindical Esquerda Marxista da CUT.

Recife, 20 de Dezembro de 2011.

* Faustão é membro da Direção Nacional da CUT e do Sindicato dos Químicos de Pernambuco.

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