No 2º Turno: Votar 13 para derrotar a burguesia!

Ao final do 1º turno das eleições municipais, o PT saiu vitorioso em 626 prefeituras. Ao mesmo tempo em que houve um aumento no número de prefeituras petistas, o partido foi derrotado em importantes centros políticos do país.

Ao final do 1º turno das eleições municipais, o PT saiu vitorioso em 626 prefeituras. Ao mesmo tempo em que houve um aumento no número de prefeituras petistas, o partido foi derrotado em importantes centros políticos do país.

Em Porto Alegre o candidato do PT, Villa, ficou em terceiro com 9,64% dos votos válidos, atrás do PC do B e do PDT, que teve o candidato Fortunati eleito no 1º turno.

Em Belo Horizonte, Patrus Ananias, do PT, perdeu no 1º turno para Marcio Lacerda do PSB, atual prefeito eleito em 2008 com o apoio do próprio PT. Ou seja, mais uma das cobras criadas e alimentadas pela política de colaboração de classes dando o bote.

No Recife, o Diretório Nacional do PT realizou uma intervenção que impôs a candidatura de Humberto Costa contra a decisão da maioria dos filiados da cidade, que preferiam como candidato do PT o atual prefeito João da Costa. Desde então o partido iniciou uma queda nas pesquisas terminando a eleição em terceiro, com 17,43% dos votos válidos, atrás do PSDB e do PSB.

A candidata petista Iriny Lopes ficou em terceiro lugar em Vitória, capital do Espírito Santo, atrás dos candidatos do PSDB e do PPS que foram para o segundo turno.

No Rio de Janeiro, a militância ficou desamparada sem um candidato próprio do PT, que saiu de vice de Eduardo Paes, do PMDB. Muitos militantes petistas, corretamente recusando-se a votar em um candidato burguês, tiveram que apoiar Marcelo Freixo, do PSOL, que obteve 28,15% dos votos.

Em Curitiba, o PT também não teve candidato próprio, saiu de vice de Gustavo Fruet, um recém-filiado ao PDT que até 2011 estava no PSDB.

Em Florianópolis o PT ficou de vice do PC do B, que nunca teve um peso significativo na cidade. O PC do B terminou em terceiro, atrás dos candidatos do PSD e do PMDB que foram para o segundo turno.

Das capitais, o PT venceu no primeiro turno apenas em Goiânia (GO). Foi para o segundo turno em 22 cidades, incluindo 6 capitais: Rio Branco (AC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Salvador (BA), Cuiabá (MT), São Paulo (SP).

Sem dúvida, a política de colaboração de classes defendida pela maioria da direção do PT, desanimou e constrangeu a base militante.

A lógica de alianças com a burguesia impôs, como sempre, um rebaixamento do programa, a submissão aos interesses dos ditos “aliados”, com isso, mesmo onde o partido elegeu prefeitos, a militância não estava empolgada. As campanhas foram tocadas com base em gente paga, TV e rádio. O PT deixou de lado sua principal força, os militantes sinceros, a parcela consciente da classe trabalhadora, o motor que fez o partido crescer e impor um operário metalúrgico na presidência do país contra a vontade da direita.

O que ocorreu na cidade de São Paulo é um bom exemplo. A campanha do PT foi marcada pelo desânimo dos militantes causado pelas alianças com a direita, incluindo ai o aperto de mão de Lula com Maluf, um balde de água fria que se somou à escolha de um candidato sem ligação com a tradição militante do partido. Mas diante da possibilidade do retorno de Serra e do PSDB e da perpetuação da política de Kassab, o candidato do PT, Haddad, cresceu e chegou ao segundo turno. Entretanto, isso não foi graças às alianças ou aos sofisticados programas de TV, mas à consciência do povo trabalhador da necessidade de votar no PT, mesmo com todos os problemas, pra barrar a vitória da direita. Apesar de chegar ao segundo turno ser uma vitória para quem tinha a possibilidade de ficar fora dele, é bom notar que Haddad perdeu em número de votos para a soma de Brancos, Nulos e Abstenções e teve menos votos que Marta em 2008. Marta teve 2.088.329 votos há 4 anos no primeiro turno e Haddad 1.776.317 votos agora. Isso, apesar do aumento do número de eleitores na cidade em 420.888.

A Esquerda Marxista está ao lado dos trabalhadores defendendo o voto nos candidatos do PT no segundo turno. Ao mesmo tempo, não defendemos o voto em nenhum candidato de partido burguês, mesmo que apoiado pelo PT. Nestes casos, como em Joinville, Florianópolis, ou Curitiba, os trabalhadores não tem opção e devem votar nulo.

A política de colaboração de classes está destruindo o partido. Mas nós não somos daqueles que fazem frente única com a direita para derrotar o PT, nós defendemos o voto no PT pra barrar a burguesia. Para que os trabalhadores tenham o privilégio de acertar as contas com seus dirigentes e a linha política que defendem. Lutamos pela vitória do PT nas eleições para logo levar a luta contra a coalizão com a burguesia e pelo atendimento das reivindicações. Junte-se a nós nesse combate!