Não aos despejos na Vila Operária – Flaskô

O Ministério Público, junto com a Prefeitura, está querendo despejar 55 famílias da Vila Operária, no terreno da Fábrica Ocupada Flaskô (Sumaré). Das 564 famílias, cadastradas legalmente junto à Prefeitura, o Ministério Público entende que 55 famílias estão numa área de APP (Área de Preservação Permanente). Ele entrou com uma ação jurídica contra as famílias, exigindo a sua remoção imediata do local.

O Ministério Público, junto com a Prefeitura, está querendo despejar 55 famílias da Vila Operária, no terreno da Fábrica Ocupada Flaskô (Sumaré). Das 564 famílias, cadastradas legalmente junto à Prefeitura, o Ministério Público entende que 55 famílias estão numa área de APP (Área de Preservação Permanente). Ele entrou com uma ação jurídica contra as famílias, exigindo a sua remoção imediata do local.
Nos solidarizamos aos trabalhadores e moradores da Vila Operária, primeiro, porque ali estão famílias que precisam de moradia e ocuparam a área como forma de garantir o direito que é fundamental para a dignidade humana: moradia. e depois porque a suposta área de APP (área de preservação permanente) na verdade é um esgoto a céu aberto, não é uma mata ciliar com muitas e lindas árvores como supostamente indica o Promotor. Trata-se de um esgoto a céu aberto em uma área em processo de erosão, o qual somente tem ficado pior a cada dia porque a Prefeitura se recusa a fazer o que deveria: canalizar o esgoto a céu aberto. Trata-se de uma questão de higiêne e saúde pública que afeta mais de 3000 pessoas. Por ser área em processo de erosão é certamente uma área de risco. Mas, claro, a Prefeitura, que também é acusada pelo Promotor, prefere o caminho mais fácil para ela: quer retirar as famílias do local, sem garantir qualquer alternativa para que as mesmas permaneçam onde estão construindo suas vidas e para isso bastaria canalizar o esgotão.
Ontem os moradores estiveram nas ruas de Sumaré cobrando do Ministério Público e da Prefeitura uma solução que não seja a simples remoção destas famílias. Que o povo trabalhador não seja mais uma vez atacado! Contaram com o apoio de toda a população, e esperam o mesmo dos vereadores. Não aceitamos mais remoções e despejos criminososos contra o povo.
Ao invés de priorizar o ataque às famílias da Vila Operária, querendo despejar 55 das 564 famílias, a Prefeitura e o Ministério Público deveriam fazer o que a lei garante como direito na Constituição e no Estatuto da Cidade: garantir o direito à moradia. O poder público tem que regularizar a Vila Operária. Os moradores estão há 8 anos ocupando a área e lutando! Querem iluminação pública, rede de esgoto, asfalto! Querem que passe dentro da Vila Operária o caminhão de lixo, os agentes de saúde, o Correio! São cidadãos de Sumaré e merecem respeito!
Com muita luta, junto com os trabalhadores da Flaskô, depois de audiência pública em 2011, para discutir a declaração de interesse social de toda a propriedade da Flaskô, que inclui a Vila Operária e a Fábrica de Cultura e Esporte, foram dados passos importantes garantindo que toda ocupação de moradia de Sumaré, mesmo que ainda não esteja regularizada, possa ter acesso à água. A área da Vila Operária foi transformada em Zona Especial de Interesse Social, caminhando em direção à regularização. Agora precisam da Declaração de Interesse Social, para fins de desapropriação, para garantir o efetivo direito à moradia.
Não obstante toda esta situação dramática da população, diante de manifestações de outros grupos sociais da cidade na última semana, a Prefeita Cristina Carrara (PSDB), disse que “o cidadão de Sumaré que estiver insatisfeito com seu governo, que mude de cidade”. 
Voltando aos tempos da ditadura, a Prefeita reproduz aquela velha e conhecida história do “ame-o ou deixe-o”. Esquece a Prefeita, o “simples” detalhe de que também os moradores podem se mobilizar para exigir Fora Cristina e que lutarão pelas reivindicações.
   
– NÃO AO DESPEJO DAS FAMÍLIAS DA VILA OPERÁRIA!
– REGULARIZAÇÃO DA VILA OPERÁRIA, JÁ!
– DECLARAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL DA ÁREA E DA FÁBRICA FLASKÔ, JÁ!
– ILUMINAÇÃO PÚBLICA, REDE DE ESGOTO, ASFALTO E CORREIO, JÁ!