Foto: Aline Seitenfus
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Militância do PSOL lota atividade de pré-lançamento de candidaturas em Joinville

Em 22 de fevereiro, quinta passada, foram apresentadas em Joinville, Santa Catarina, as pré-candidaturas pelo PSOL de Nildo Ouriques, à presidente da República, de Serge Goulart, a governador do estado, de Adilson Mariano, a deputado federal, e de Mayara Colzani, a deputada estadual. A atividade lotou o auditório do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região (Sinsej), com a presença de mais de 100 pessoas, e contou com um debate sobre a conjuntura nacional e internacional, bem como sobre o papel que o PSOL precisa ocupar para se posicionar como um partido revolucionário de massas no Brasil. Três novos companheiros que participaram da atividade filiaram-se ao partido.

Foto: Aline Seitenfus
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MAYARA COLZANI – pré-candidata a deputada estadual

Mayara, que é militante da EM e da Liberdade e luta, com intervenção no movimento estudantil, falou sobre o fechamento de escolas em Santa Catarina, sobre os cortes e falta de investimentos. Ela defendeu a importância da juventude se organizar ao lado dos trabalhadores por algo muito além das eleições. “Queremos nesta campanha alcançar cada jovem, cada trabalhador para apresentar nosso programa contra o sistema e pela mudança da sociedade”.

ADILSON MARIANO – pré-candidato a deputado federal

Em seguida, falou Mariano, que é também militante da Esquerda Marxista (EM) e foi vereador em Joinville por 16 anos. Ele ressaltou que a classe trabalhadora está procurando uma saída para a situação mundial e que há grande ânimo nesse processo – ao contrário do que pensam os velhos reformistas desanimados, cuja política provou-se definitivamente falida. Esta é a importância de construir uma direção revolucionária para o movimento, um partido, explicou Mariano. Ele ressaltou que quase todos os políticos vão vender ilusões nas eleições, mas que os candidatos que se apresentam nesta atividade defendem um programa de classe, que denuncia que, enquanto persistir o capitalismo, a burguesia continuará impondo cada vez mais exploração ao proletariado. Não será nas urnas que os problemas da classe serão resolvidos, mas no combate.

SERGE GOULART – pré-candidato a governador de Santa Catarina

Serge, que é secretário geral da EM e agora apresenta seu nome ao partido como pré-candidato a governador, começou sua fala lembrando o movimento das fábricas ocupadas pelos trabalhadores, do qual ele foi dirigente. Este foi um grande exemplo da capacidade de organização da classe, marcado na história de Joinville com a Cipla e a Interfibra.

Para Serge, a atividade de pré-lançamento de candidaturas em Joinville mostra o interesse da base do partido em discutir a situação política do Brasil e do mundo, bem como as eleições. Ao lado de Nildo, ele vinha defendendo desde o ano passado a realização de prévias no partido. “Só organizando, debatendo e chegando a um acordo comum com a militância sobre a tarefa do momento é que teremos a força para mudar esse país, pra fazer o serviço completo que é varrer esse sistema e reconstruir instituições que efetivamente representem a população”. Para ele, é preciso combater a prática de participar das eleições como se elas realmente mudassem a vida do povo. “Essa é uma ilusão que tem consequências trágicas e a história do PT é um exemplo disso”.

Assim como Mariano, Serge afirmou que os trabalhadores e a juventude ao redor do mundo estão dispostos a lutar, mas que não encontram um canal de expressão. “Nossa tarefa é construir a perspectiva para o futuro, é ajudar os militantes, a juventude, a se organizarem”, disse. “A classe trabalhadora pode vencer, ela tem essa capacidade, os que não acreditam nisso estão fadados a se deitar no berço da burguesia e implorar por uma pequena concessão, uma pequena migalha”.

Foto: Aline Seitenfus
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NILDO OURIQUES – pré-candidato a presidente da República

O pré-candidato à presidência da República falou por último e defendeu que o país passa por um tempo especial. “Raras são as gerações que vão viver um tempo com a chapa quente como esses que estamos vivendo”. Nildo é atualmente professor de Economia na UFSC e tem larga história de militância desde os anos 70. Ele está colocando seu nome à disposição do partido com um programa de classe, intitulado “É hora da Revolução Brasileira”.

Para ele, a forma de enfrentar a conjuntura atual brasileira será tirada das próprias contradições da sociedade. A burguesia não tem capacidade de resolver os problemas que ela mesma criou no campo do Estado, da economia e da política. “A nossa força nasce em primeiro lugar da lucidez do diagnóstico sobre a crise que estamos vivendo”, afirmou. “Essa é uma crise do regime político, não é uma falta de legitimidade momentânea, essas eleições não vão renovar a fé do povo no sistema político”. Nildo acredita que após o dia 4 de outubro, muita gente vai olhar para o Congresso Nacional e continuar enxergando ladrões e corruptos que travam uma guerra de classe contra os trabalhadores.

O país vive uma tragédia de destruição dos serviços públicos, os estados não conseguem pagar o funcionalismo, nem mesmo o ensino público é garantido e isso é decorrência da austeridade fiscal imposta pela União. “Quem quiser efetivamente resolver a saúde financeira dos estados e da República tem que tocar no ponto central que é o assalto ao Estado promovido por uma camada de banqueiros, especuladores, corretores que controlam a dívida pública”, afirmou.

Nildo defende que, nos tempos atuais, o PSOL não tem direito de não tocar nas questões essenciais e de não falar a verdade. “Os tempos exigem de nós uma firmeza de diagnóstico, de convicção das nossas ações, uma práxis política de dizer a verdade. Não importa que no primeiro combate eleitoral isso não seja ouvido. A verdade se impõe”.

DEFINIÇÃO DAS CANDIDATURAS

No dia 3 de março, ocorre uma conferência eleitoral estadual, onde será discutida a candidatura do partido ao governo do estado. No dia 10, o mesmo processo ocorre em âmbito nacional, para a presidência da República. A Esquerda Marxista e o Programa da Revolução Brasileira defendem a realização de prévias, que favoreçam o amplo debate, deem o direito de decisão à base do partido, armem teoricamente a militância e definam as tarefas unificadas do próximo período.

Foto: Aline Seitenfus
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