Manifestação do vereador Roque

A burguesia tem muito claro quem são seus inimigos. Ela sabe quem é burguesia e quem é o proletariado. Por isso, apesar de empurrar o tempo inteiro o PT para a direita, a burguesia nunca cessa de atacá-lo, procurando destruí-lo.

E quando um parlamentar do PT assume a defesa da classe trabalhadora, então a coisa fica mais feia. Vejam abaixo a resposta que o vereador Roque, do PT (Esquerda Marxista), deu a um ataque feito pelo jornal de sua cidade (Bauru-SP)

O editorial publicado na edição do dia 24/08, sob o título “A fúria de um político”, pelo Jornal da Cidade de Bauru, citando meu nome com o único objetivo de me desmerecer e intrigar perante o povo de Bauru e região, porque fiz a defesa até o fim dos direitos dos trabalhadores, do seu direito ao descanso, do seu direito a poderem viver e gozarem de um final de semana com sua família. Defendi o que os comerciários e comerciárias e o sindicato defendia. Isso ficou comprovado quando depois da votação foram ouvir o procurador do Ministério do Trabalho e os representantes do Sindicato representante da categoria. E o Jornal defende o quê? A burguesia, os donos dos negócios e a exploração.

Por que então não ouviram as partes antes de divulgarem matéria alardeando o caos, ou mesmo informaram sobre os documentos que integram o Projeto de Lei que deu entrada na Câmara em novembro de 2009, como estudos do Dieese, pareceres de juristas e de procuradores da Advocacia Geral da União, que deram lastro à defesa que fizemos da necessidade de regularizar o horário de funcionamento do comércio?

O Jornal da Cidade, quando realiza este tipo de ataque, tenta desmoralizar homens públicos que não se vergam diante dos poderosos, dos patrões nossos de cada dia. O jornal me acusa de ser candidato a deputado federal. Sou. Como fui de outras vezes, candidato a vários postos eletivos, com um único objetivo: defender a classe trabalhadora e disso nunca me afastei ou afastarei. Fui contra o trabalho aos domingos dos comerciários e serei, na Câmara Federal, o defensor da redução da jornada de trabalho, do fim do fator previdenciário, da manutenção e do aumento dos direitos trabalhistas, contra todas as desregulamentações.

Sim, sou culpado de defender a classe trabalhadora e de estar sempre ao seu lado, haja o que houver. Minha militância política desde a juventude me levou a ser muitas vezes perseguido, demitido de empregos, como ocorreu na ferrovia, onde ingressei por concurso público em 1980. Minha herança genética está diretamente vinculada à luta dos trabalhadores e do povo. No Senai de Bauru, aprendi a profissão de metalúrgico, o que me deu base para trabalhar registrado desde os 14 anos, construindo minha subsistência material de forma independente.

Sou ferroviário de carreira, militante operário e socialista, construtor do Sindicato dos Ferroviários de Bauru e MS, e tenho orgulho de pertencer ao seu quadro diretivo, sempre eleito pelo voto direto de meus companheiros e companheiras, a quem tenho o dever e obrigação de prestar contas.

Os proprietários do Jornal da Cidade podem ter opinião sobre qualquer assunto, podem defender o que quiserem, mas não podem querer impor a toda população o pensamento único, o seu conceito do que é bom ou ruim para cidade. O que pode ser bom para eles, para seus negócios, pode não ser para outros setores da população.

Aprendi desde cedo que existe um sistema de exploração de uma classe pela outra; fortunas individuais são construídas através da exploração diária e constante de milhares de trabalhadoras e trabalhadores. O Jornal é um negócio que visa o lucro direto e indireto, portanto, os proprietários defendem seus interesses de classe. Os interesses dos grandes patrões.

O jornal se intitula defensor da cidade de Bauru. Só que a cidade é dividida: existem os trabalhadores (metalúrgico, professor, operário, etc.) e o burguês (os donos de jornais, das fabricas, shoppings). Eu defendo o trabalhador. O jornal reclama que o meu salário é maior que o salário mínimo. Vergonha é o valor do salário mínimo neste País (ainda que tenha aumentado mais no governo Lula que no governo FHC), e quero estar na Câmara para defender que o valor do salário mínimo chegue ao determinado constitucionalmente, aquele que é apelidado de salário mínimo do Dieese, em torno de R$ 2.300,00.

Estarei junto com senadores como Paulo Paim defendendo que todo aposentado tenha direito a ter reajuste igual ao do salário mínimo. Defenderei que estabilidade no emprego deve ser para servidor público e para o trabalhador da iniciativa privada. E, tenho certeza, que serei muito mais atacado por estes projetos do que estou sendo por este hoje. A questão, sempre, é que temos dois lados – o dos patrões, contrários a tudo isto, e o dos trabalhadores que precisam disso e precisam avançar rumo ao socialismo para poder viver bem. Alias, que tal comparar a vida de um trabalhador comum, de um operário, metalúrgico, comerciário ou professor, com a vida dos donos do Jornal da Cidade, com a vida dos latifundiários?

Vocês querem jogar um trabalhador contra outro, porque sabem que os trabalhadores unidos, um dia, acabarão com a burguesia e implantarão o socialismo. Para isso, eu vivo trabalho e não tenho medo de ser atacado.

Desmontada a armação, tentaram desqualificar o oponente, atacando minha pessoa com ilações genéricas, meu mandato que foi para as ruas, que implantou o gabinete móvel, que está presente na vida cotidiana da população – prática que consome a quase totalidade dos subsídios que recebo como vereador – que não pratica o clientelismo, a troca de favores e a bajulação.

Tenho plena convicção que só temos a ganhar quando expomos com toda clareza a verdade. A mentira pode servir para salvar falsas autoridades, mas precisamos da verdade não para salvar falsas autoridades, mas educar a classe trabalhadora e a juventude.

Roque José Ferreira – Vereador de Bauru-SP pelo Partido dos Trabalhadores

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