Estudantes da USP discutem manifesto por uma Frente da Esquerda Unida

Na tarde da última quarta, dia 12 de agosto, estudantes da USP e jovens da Esquerda Marxista se reuniram para discutir a proposta da Frente de Esquerda Unida com base no manifesto por uma frente de esquerda

Na tarde da última quarta, dia 12 de agosto, estudantes da USP e jovens da Esquerda Marxista se reuniram para discutir a proposta da Frente de Esquerda Unida com base no manifesto por uma frente de esquerda (https://www.marxismo.org.br/content/por-uma-frente-de-esquerda).

A atividade contou com a breve exposição do Manifesto, pautando o fracasso do sistema capitalista, evidenciado pela atual crise econômica mundial, que tem causado desemprego, perda de direitos e conquistas em nível mundial. Ao mesmo tempo, segue a intensificação das lutas, com greves e manifestações, e a busca por uma saída pela esquerda para a atual situação. Essa situação no Brasil, intensifica-se a partir das jornadas de junho de 2013, passa pelo início de greves de massa em diversas categorias e a atual greve de servidores das universidades federais e as greves e mobilizações de metalúrgicos contra as demissões.

A discussão girou em torno da necessidade de construir uma real alternativa independente, de classe e combativa frente aos ataques que o governo federal vem promovendo contra a classe trabalhadora, juventude e aos movimentos sociais, tais como a PPE (Programa de Proteção ao Emprego), os cortes de 9 bilhões de reais na educação, projeto de lei pela redução da maioridade penal e o projeto de lei “antiterrorismo”, do qual pretende criminalizar qualquer movimento reivindicatório que conteste a “ordem”.

Como a classe trabalhadora é internacional, foram citados exemplos em outros países, tais como Grécia e Espanha, cada qual com seus respectivos desdobramentos, onde a classe operária daqueles países buscou se reorganizar sob um novo eixo de independência de classe, por fora das organizações tradicionais que abandonaram ou já não correspondiam mais aos interesses dos trabalhadores. Também foi discutida a traição da direção do PT aos seus princípios de origem, a política do “ajuste fiscal”, que promove os cortes em serviços públicos e ataques aos direitos, provocando a ruptura do governo e do partido com sua base social, o que reitera a necessidade da construção da Frente.

As contribuições de estudantes de diferentes cursos com a discussão se deu no sentido de impulsionar bandeiras de luta estudantil, tanto no âmbito nacional, como local, tendo a perspectiva de que a USP não está isenta da política de cortes promovida pelo Governo Estadual, que tem a mesma lógica de cortes promovida pelo Governo Federal, ou seja, ambos trabalham para defender os interesses de grandes empresários e banqueiros.

Os cortes na educação dentro da Universidade expressam-se pelos cortes de Iniciação Científica (PIBIC e PIBITI), pelo congelamento da contratação de professores, tornando as salas lotadas e provocando o sucateando do ensino público como um todo, propiciando o aumento do número de empresas privadas da educação. Foi levantada também a importância de se lutar por vagas para todos, e as bandeiras do “Fora Cunha” e “Fora Alckmin”, além da necessidade de conectar as lutas estudantis próprias da universidade com as lutas da classe trabalhadora.

Os estudantes presentes foram convidados ao 2º Acampamento Revolucionário 2016, além de termos marcado um novo encontro pautando os cortes na educação, sempre dialogando com as reais necessidades do conjunto dos estudantes, impulsionando bandeiras e lutas, no intuito de buscar novos aderentes à Frente, levantando a necessidade de construir um real instrumento onde todos aqueles que se reivindicam de esquerda se (re)organizem com a perspectiva de construir uma sociedade sem opressores e oprimidos.