Atividade da vereadora Mariana Conti – Saudação de camarada da EM

Nota da redação: Abaixo reproduzimos a saudação lida por um militante da Esquerda Marxista de Campinas na plenária municipal do PSOL realizada no último sábado (29/07). A atividade era referente ao mandato da vereadora Mariana Conti.

Saudações revolucionárias às e aos camaradas, companheiros e afins,

Em nome da Esquerda Marxista, organização brasileira da Corrente Marxista Internacional e corrente do PSOL desde Fevereiro de 2017, eu, Dan P., saúdo o mandato da vereadora Mariana Conti em Campinas pelo seu engajamento pela disposição da luta por um partido de classes no Brasil e na cidade em seus primeiros seis meses de mandato, que essa luta seja junto aos trabalhadores e à juventude contra o reformismo, os ataques da burguesia patronal e às atitudes imperialistas e, muitas vezes, fascistas.

Entramos no partido para construir a organização revolucionária e continuar o combate para reconstruir ou construir um partido de classe no Brasil. Isso passa por fortalecer o PSOL e ajudar a enraizá-lo na classe trabalhadora e na juventude. Destacamos nossa participação no congresso nacional do PSOL no final do ano, este que, mediante atual conjuntura política, será crucial para decisão da candidatura ao planalto em 2018, e esperamos contribuir com o que pudermos.

Em Campinas, saudamos a vereadora no seu trabalho de oposição ao governo Jonas Donizete, dentre os quais podemos destacar:

A denúncia da constante precarização no transporte público da cidade, denunciando há anos a transferência direta de subsídios milionários aos empresários de ônibus mesmo com uma das tarifas mais caras do país, veículos sem manutenção adequada, desemprego com a demissão dos cobradores e a consequente dupla jornada dos motoristas (que têm causado muitos acidentes) e o aumento da passagem na cidade (fato esse motivador das manifestações de julho de 2013 no país e que reverberam na cidade até hoje com a luta pela meia passagem para cursinhos populares, por exemplo). Lembramos que a luta pelo transporte é compartilhada quando nós, marxistas, lançamos a palavra de ordem “Público, Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!” em 2013;

A luta constante contra os cargos comissionados, que favorecem práticas, como o nepotismo, que também reprovamos e denunciamos;

Luta contra priorização de favores a empresários com licitações supostamente ou comprovadamente fraudulentas em obras pela cidade, que só favorecem a burguesia e prejudicam nossa população nas periferias;

Defesa dos direitos das aposentadorias dos servidores municipais ao denunciar o perdão do prefeito às dívidas milionárias de empresários devedores na região, descontadas no CAMPREV. Previdência é um dos assuntos mais defendidos em greves de sindicatos dirigidos pela EM em Joinville e Florianópolis, além de agregarmos em comum a luta por esse e mais direitos nos correios e bancários aqui em Campinas e em outros sindicatos de outras cidades;

Na educação, a luta constante do 1º de Maio/Domínio Público no DCE da Unicamp, que é uma militância que integra o mandato da vereadora, além de lutas por acesso à universidade pública, por acesso do transporte público aos cursinhos populares da cidade (como já foi citado) e luta por creches em tempo integral não só na Unicamp, mas pela cidade, e pela valorização dos professores da educação primária, secundária e universitária. Educação não é um serviço, é um direito, e está na ordem do dia da Liberdade e Luta;

Parabenizo e enfatizo as lutas quanto à iluminação pública da cidade, que é um fator importante não só em casos de violência frequentes (roubos, furtos e assassinatos) mas primordialmente na violência contra a mulher, bem como a vitória com a instauração da 2. DDM no Jd. Proença, a luta pelas DDM’s 24 h e a luta por uma Vara de Juizado Especializado em Violência Doméstica e Familiar em Campinas, políticas estas importantes ao município, principalmente, pelo aumento em casos de feminicídio na cidade e o exemplo do infeliz caso da chacina de 1 de janeiro de 2017, dentre outros casos. Essas são prioridades do mandato que são meios de frear o constante crescimento de misoginia e violência doméstica e é uma luta que só acabará com a superação do capitalismo e suas formas de opressão.

Lembro, inclusive, das lutas da vereadora Mariana Conti em âmbito regional, estadual e nacional. Destaco:

Moções de repúdio e manifestações contra a condenação de Rafael Braga, que foi criminalizado por ser pobre e negro com a justificativa de portar produto perigoso em uma manifestação das jornadas de 2013, cujo “produto explosivo” era pinho-sol e o jovem foi usado como “bode expiatório”, e posteriormente abordado pela PM com supostas gramas de maconha. Essa também é uma luta do Movimento Negro Socialista, movimento da Esquerda Marxista, por isso celebro aqui a luta de movimentos negros que trazem a população trabalhadora ao debate independente de raça, classe e gênero, fazendo trabalho de base com todo proletariado e esclarecendo-a para que atitudes como esta do Rafael Braga sejam realmente justas se comparadas aos de filhos brancos e burgueses de pessoas influentes, como o caso recente do filho da desembargadora que portava centenas de quilos de drogas e armamento pesado, e foi solto alegando insanidade com supostos laudos médicos, que ambos os casos sejam vistos sem levar em conta o classismo ou o racialismo, mas por um ponto de vista de cunho social;

O auxílio e atuação do mandato em lutas na RMC por moradia, dentre as quais destacamos as lutas nas ocupações Mandela, em Campinas, e Vila Soma, em Sumaré, que nosso camarada Alexandre foi um dos advogados populares. A luta deve ser por moradia popular e por menos especulação das áreas e nenhuma parceria do executivo com empreiteiras. É importante também destacar o combate feito pelo mandato à lógica da especulação imobiliária nas audiências públicas da renovação do plano diretor e a realização do excelente debate sobre regularização fundiária e as novidades legislativas impostas pelo governo Temer, da qual participamos ativamente. Ainda nesse aspecto, lutamos em conjunto com o PSOL contra o aparato repressivo do Estado a serviço da burguesia, esse materializado nas atitudes de violência da PM do governador Geraldo Alckmin nas reintegrações de posse, com total repúdio e pedindo o fim do militarismo na polícia, para que um novo Pinheirinho não se repita. Sem contar que também destacamos a luta contra a criminalização dos movimentos sociais que é crescente e teve uma expressão bem acentuada com a lei antiterrorismo aprovada no governo Dilma em 2014, o que, obviamente, fez com que a guarda municipal de Campinas tivesse um orçamento aumentado para compra de armas semi-letais e não letais, como ‘teasers’, rifles de munição de borracha e gás para dispersão, representando um gasto desnecessário ao município, e que ajuda Jonas e a PM de Alckmin em dispersões de atos como os de ocupações na cidade;

A atuação na abertura e na manutenção desta sede do PSOL e seus eventos, que trazem os movimentos sociais mais próximos da população e são uma alternativa a mais de cultura e politização do proletariado e da juventude em seus eventos, facilitando o trabalho de base dos socialistas;

Agradecemos à vereadora com sua importante contribuição contra o corte de energia elétrica da Fábrica Ocupada Flaskô, em Sumaré, que é também uma luta de Campinas pois a concessionária de energia sedia-se aqui na cidade, e o mandato atuou junto com a EM ao denunciar o corte de energia na fábrica (cuja duração de 60 dias prejudicou os trabalhadores e o funcionamento de máquinas) e com sua cobrança do religamento. A nossa luta é para transformá-la em uma fábrica de interesse social exemplar, já que é uma fábrica sob controle dos trabalhadores e é estratégica para a luta pelo socialismo.

As diversas manifestações pelo #ForaTemer na cidade e contra os desmontes na educação, contra o teto de gastos, reforma trabalhista, as duas greves gerais, o ato de Brasília e diversos atos que tiveram participação da Mariana Conti e da EM, sem contar denúncias de deputados da região da base dos governos Jonas, Alckmin e Temer, nos parlamentos das respectivas esferas. Nós, marxistas, entendemos que o atual formato da democracia brasileira não contempla o povo. Por isso reforçamos que não só Temer e Maia, mas o Lulopetismo, a figura do deputado Jair Bolsonaro, a direita e o judicialismo parcial da Lava Jato precisam ser freados e, com o tempo, o capitalismo e imperialismo superado.

Ressalto e reafirmo a importância de nossa militância no PSOL. Contudo, reforço as palavras de ordem da EM, que expressam uma perspectiva marxista da luta de classes no Brasil e que será a diretriz de nossa organização dentro do partido com a atual conjuntura política:

Fora Temer e o Congresso Nacional!

Por uma assembleia popular nacional constituinte!

Por um encontro nacional da classe trabalhadora!